A noite de 11 de abril de 1988, data da 60ª cerimônia dos Academy Awards, foi, sem dúvida, de O último imperador, que recebeu nove estatuetas, tendo sido indicado exatamente para nove. Além disso, Feitiço da lua, estrelado por Cher, teve notoriedade com seus três prêmios. Lamento muito que Baleias de agosto tenha recebido uma única indicação (Melhor Atriz Coadjuante para Ann Sothern), pois é o melhor dos filmes listados no ano. Minha vida de cachorro, sueco que teve a indicação de Melhor Diretor para Lasse Hallström, também é um filme maravilhoso que, infelizmente, não despertou o coração dos acadêmicos.
Novamente, a Academia indica suas posições ideológicas por
meio do Oscar. A temática do poder norte-americano foi a principal condutora da
cerimônia, ramificada em "esclarecimentos" sobre o comunismo, a
hegemonia econômica do país, o militarismo, a metrópole que nunca para. Filmes
que se preocuparam mais em explorar as profundas camadas do comportamento
humano parece que passam em branco. Além disso, não podemos nos esquecer
das músicas. Foi nesta cerimônia que Time of my life, de Dirty
dancing, ganhou um prêmio.
No fim das contas, nada de excepcional.
por Darlan Xavier
Nascimento
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Essa edição do Oscar é uma das mais chatas, em minha
opinião. Mas, sabem, sempre tive uma grande vontade de avaliá-la. Motivo?
Cher ter ganhado o prêmio e Melhor Atriz. Sempre ‘conheci’ a Cher cantora,
então, pra mim era estranho o fato dela ter conquistado uma estatueta do Oscar.
Bem estranho, aliás. Agora que finalmente conferi os filmes indicados em 1988
posso dividir minha opinião sobre essa vitória com vocês.
Enfim, Feitiço da Lua é um bom filme, com um ótimo
roteiro, que merece ser assistido sim. Elenco de primeira, e uma Cher que
realmente surpreende, sendo assim valida sua indicação ao prêmio. Uma coisa que
desagradou muito foi que em determinado momento do filme a personagem acaba se
tornando a própria Cher, se é que me entendem. No começo ela é outra pessoa e
no final ela volta a ser a Cher de sempre. Sendo assim, não achei tão justo ela
ter ganhado o prêmio. Glenn Close (por Atração Fatal), que me surpreendeu do
inicio ao fim, merecia muito mais. Principalmente na cena final, claro.
A estatueta de melhor filme foi para O Último Imperador.
Tenho que confessar que não é um filme que me agrada, mas sei de sua
importância e não diria que sua vitória foi injusta ou coisa do tipo. Entre os
indicados gostei muito de Esperança e Glória; único filme que realmente estava
disputando lado a lado com o filme do Bertolucci. Mesmo assim, meu
favorito é mesmo A Era do Rádio, nomeado apenas para Roteiro Original e Direção
de Arte, que me surpreendeu e me conquistou de uma forma que não esperava. Não
entendi muito porque o filme não recebeu mais indicações, inclusive uma
indicação de Melhor Atriz para Dianne Wiest.
Mais A Era do Rádio não foi o único ignorado, Império do
Sol, um dos maiores filmes que já assisti, também ficou de fora da categoria
principal. E, gente, esse sim é era um filme que merecia ganhar um Oscar. Não
consigo imaginar um motivo para terem ignorado esse filme.
Essas bolas fora fazem com que eu não goste dessa
cerimônia, mas tenho motivos para gostar assim, afinal, como sempre, tivemos
ótimas descobertas. Destaque para Minha Vida de Cachorro (ignore o título e
seja feliz), filme sueco indicado em Filme Estrangeiro e Melhor Diretor. Sem
dúvida, esse vale a pena conferir.
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