quinta-feira, 26 de abril de 2012

Oscar 2002: Moulin Rouge - Amor em Vermelho


Moulin Rouge – Amor em Vermelho (Moulin Rouge!, 2001)
Direção: Baz Luhrmann
Roteiro: Baz Luhrmann e Craig Pierce
Elenco: Nicole Kidman, Ewan McGregor, John Leguizamo, Jim Broadbent, Richard Roxburgh, Kylie Minogue

“Moulin Rouge – Amor em Vermelho”, filme dirigido e co-escrito pelo diretor australiano Baz Luhrmann, pode ser considerado como um tributo à beleza, à liberdade e ao amor. Porém, muito mais do que isso, é uma verdadeira homenagem a um dos momentos mais cruciais de uma das épocas mais efervescentes da cultura européia: a Belle Époque, momento em que transformações culturais profundas pautaram novas maneiras de viver e de pensar o dia a dia.

O Moulin Rouge, que é um dos pontos turísticos mais famosos da capital francesa, localizado em um dos bairros mais boêmios da cidade (Montmartre), era um símbolo fortíssimo dessa época de transformação. Um cabaré onde o cancan dominava, cujas cenas inspiravam a obra do pintor Toulouse-Latrec, e que era o símbolo perfeito para o clima libertário que era uma constante daquela época.

Talvez, por isso mesmo, chega a ser surpreendente que “Moulin Rouge – Amor em Vermelho” seja palco principal de uma história de amor que, de tão tradicional, chega a ser careta (apesar do visual moderno – alguns diriam até exagerado –, da edição em estilo de videoclipe e da mistura entre a linguagem considerada clássica com elementos advindos da cultura pop – todas características recorrentes do cinema de Baz Luhrmann). Satine (Nicole Kidman) é a cortesã mais linda do cabaré. Christian (Ewan McGregor) é o jovem poeta que se apaixona por ela e cria um espetáculo a ser encenado pela sua musa. O Duque (Richard Roxburgh) é o patrocinador da peça, também apaixonado por Satine e pessoa que se coloca entre a cortesã e o poeta.

Ao longo de 126 minutos, somos colocados diante de um ambiente deveras mágico, fascinante, elétrico, boêmio, amoral e que exala sensualidade. A obra de Baz Luhrmann quer causar sensações e, sem dúvida alguma, possui um impacto visual muito forte (a cena que introduz Satine no filme é, provavelmente, uma das entradas de personagem mais sensacionais que o cinema já viu), ao mesmo tempo em que tem personagens carismáticos que fazem com que a gente se envolva com a história que nos é retratada, mesmo ela sendo extremamente clichê. Além disso, “Moulin Rouge – Amor em Vermelho” possui a importância fundamental de ter sido uma das obras a colocar novamente em evidência o gênero musical, que já era visto como uma coisa ultrapassada. Uma obra indicada a oito Oscars, das quais conquistou 2 estatuetas.



CURIOSIDADES:
- Diferentemente de como usualmente age, Courtney Love liberou a Baz Luhrmann que usasse a canção “Smell Like a Teen Spirit” no filme.

- Nicole Kidman veste o colar de diamantes mais caro já confeccionado para uma produção cinematográfica. O objeto custa cerca de U$1 milhão.

- Quando a canção “Like a Virgin” é apresenta, Jim Broadbent dubla a si mesmo, já que a voz que canta é, na verdade, de um cantor de ópera. E o ator ainda passava por duas horas e meia na sala de maquiagem e figurino para enfim ficar pronto para gravar.

- Nos esboços do roteiro, Satine tinha um filho de 3 anos e o romance entre ela e Christian era contado pelo rapaz à criança em forma de flashback.


PERFIL: NICOLE KIDMAN
2001 foi um ano amargo para a atriz australiana Nicole Kidman. Ao mesmo tempo em que marcou o término de seu casamento de 10 anos com o astro norte-americano Tom Cruise, foi o período em que ela obteve a consagração – de crítica e público – em sua carreira como atriz. Com duas grandes atuações em filmes como “Moulin Rouge – Amor em Vermelho”, de Baz Luhrmann, e “Os Outros”, de Alejandro Amenábar, Nicole entrou, definitivamente, para o primeiro time de atrizes hollywoodianas – sendo, inclusive, indicada ao Oscar de Melhor Atriz pelo musical dirigido por seu compatriota.

Trabalhar em “Moulin Rouge – Amor em Vermelho” foi uma experiência libertadora – e massacrante – para Kidman. No decorrer das filmagens, ela fraturou duas costelas, além de ter machucado seu joelho – problemas que a impediram de assumir, logo após o término de seu trabalho aqui, o papel principal em “O Quarto do Pânico”, filme de David Fincher. Mas, sem dúvida, trata-se de uma das atuações mais entregues – e completas – de sua carreira, afinal, neste longa, ela canta, dança e atua com competência ímpar e uma presença magnética em tela.

Um reconhecimento mais do que merecido para uma atriz talentosa, que passou boa parte de sua carreira na sombra de um grande astro.

INDICAÇÕES (2 vitórias):
1. Melhor Filme: Fred Baron, Martin Brown e Baz Luhrmann
2. Melhor Atriz: Nicole Kidman
3. Melhor Fotografia: Donald McAlpine
4. Melhor Direção de Arte: Catherine Martin e Brigitte Broch (venceu)
5. Melhor Maquiagem: Maurizio Silvi e Aldo Signoretti
6. Melhor Figurino: Catherine Martin e Angus Strathie (venceu)
7. Melhor Edição: Jil Bilcock
8. Melhor Som: Andy Nelson, Anna Behlmer, Roger Savage e Guntis Sics

por Kamila Azavedo


2 comentários:

Márcio Sallem disse...

Adoro esse filme. Além de mágico do ponto de vista técnica e exploração da linguagem cinematográfica, tem uma Nicole Kidman linda (e nunca a vi tão linda), além de um elenco boêmio fascinante.

Anônimo disse...

Mais uma excelente resenha com que este blog nos brinda

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