segunda-feira, 12 de abril de 2010

Oscar 1951 - Espíritos Indômitos


O cotidiano de um paraplégico, sua busca pela reabilitação, sua história de amor com uma pessoa "normal"... Não, esse não é um capítulo de "Páginas da Vida"! Estamos falando de "Espíritos Indômitos" (The Men), longa de Fred Zinnemann, nomeado ao prêmio de Melhor Roteiro em 1951. Decerto, o autor da história da Luciana - a moça cadeirante da novela - assistiu ao filme, mas se não assistiu, Maneco - o dono da trama das nove - devia fazê-lo. Motivos não faltam...

Primeiro: foi a estreia de Brando no cinema. No papel de um veterano da 2ª Guerra que perde os movimentos da cintura para baixo depois de ter sido atingido na coluna por um franco atirador, ele não só convence, mas emociona. Com o pé direito, Marlon Brando mostrava a que tinha vindo.

Segundo: O roteiro e a direção são excelentes. Para os fãs de drama, a trajetória de Ken Wilcheck é um prato cheio. Como se não bastasse, ainda há grandes atuações do resto do elenco, encabeçado por Teresa Wright , no papel de Ellen, a devotada noiva do tenente.

PERFIL: Marlon Brando

Marlon Brando, Jr. é, seguramente, um dos maiores atores de todos os tempos. Adepto do método conhecido como Stanislaviski, é famoso por suas interpretações realistas. Como esquecer do macho-alfa Stanley Kowalski de Uma Rua Chamada Pecado e o seu indefectível "Stella, hey, Stellaaaaaa!"? Aliás, foi interpretando esse papel que Brando chamou a atenção dos estúdios, sendo contratado para protagonizar "Espíritos Indômitos". No ano seguinte, encarnava novamente Stanley, dessa vez na telona, numa adaptação da peça de Tennessee Williams, no longa dirigido por Elia Kazan. Para Brando se tornar símbolo sexual foi um pulo. Apesar do forte apelo, no entanto, seu talento prevaleceu.

Há muito o que se contar sobre Brando em seus oitenta anos de vida (e mais de cinquenta de carreira) : em 53, tornou-se ídolo da "juventude transviada" depois de encarnar o motoqueiro rebelde de O Selvagem. Durante os anos 60, foi ativista pelos direitos civis dos indígenas - motivo esse que fez com que uma índia "de mentira" recebesse o Oscar por O Poderoso Chefão, em seu lugar.

Indicado ao Oscar oito vezes - sete por Melhor Ator e uma por Coadjuvante - levou o prêmio em duas ocasiões. A primeira vez por Sindicato de Ladrões, apontado por muitos como um de seus melhores momentos.

Durante os anos 80, larga tudo e se muda para uma ilha particular na Polinésia Francesa. Numa forma que nada lembrava os áureos tempos, Brando retoma a carreira, em meio a escandâlos como o suicídio da filha - depois do irmão ter matado seu namorado.

Enveredou uma única vez na direção com a Face Oculta, lembrado até hoje por ser o único western ambientado numa praia.

Dono de um sex appeal incomporável, declarou, diversas vezes, ter tido várias relações homossexuais e que não estava "nem aí" para o que as pessoas pensavam.

Morreu em julho de 2004. Dois anos depois ressurge em Superman - O Retorno, graças à imagens e áudios digitalizados. Prova que os grandes astros são eternos - através da tecnologia e, sobretudo, pelo talento.

INDICAÇÃO:
  • Melhor Roteiro

Um comentário:

Mirella Machado disse...

Eu vi só uma parte desse filme que é uma pena poderia ter o visto todo.Nossa que carreira Marlon Brando teve adorei saber essas curiosidades da vida dele

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