domingo, 28 de fevereiro de 2010

Opiniões Oscar 1999 - Shakespeare Apaixonado mereceu levar o Oscar? Parte 2


1999 foi o ano da polêmica vitória de Shakespeare Apaixonado sobre O Resgate do Soldado Ryan e Além da Linha Vermelha. Foi a maior vitória dos estúdios dos irmãos Weinstein (Miramax), famosos pela inacreditável capacidade de fazer lobby entre os membros da Academia.

A vitória do mediano Shakespeare Apaixonado sobre os dois filmes (em especial Além da Linha Vermelha, que poderia premiar o recluso e genial Terence Malick), é a prova que esse artificio, moralmente condenavel ou não funciona.

A outra questão (pra nós brasileiros) que enfureceu os "ufanistas" foram as vitorias de Paltrow e de A Vida é Bela, vencendo respectivamente Fernanda Montenegro e Central do Brasil, nas categorias atriz e filme em lingua estrangeira.

Anos depois do ocorrido é até engraçado rever e ver as reações ultrajadas de gente que seguramente não viu o filme de Beningni. A Vida é Bela, é infinitamente mais interessante como fábula e como narrativa do que Central do Brasil. Central tenta ser denúncia por meio de roadie movie (o que é um artificio de roteiro mal construido na maioria das vezes), enquanto Vida é Bela fala de um evento dantesco por meio da sátira, o que é muito mais complexo e arriscado.

Sobre a vitoria de Paltrow, é a definita constatação de que naquele período os Weinstein mandavam. Se quisessem que um mico de circo ganhasse como melhor ator coadjuvante, conseguiriam. Paltrow é um atriz limitada, ao mesmo tipo, as mesmas caras e aos mesmos erros. Compará-la a Sissi Spacek ou Fernanda Montenegro é como dizer que ácido é mais refrescante que água.

Que venham os próximos (polêmicos) prêmios !

Por: Alexandre Landucci

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Provavelmente no dia 21 de Março de 1999, muitos brasileiros estavam na frente da TV ansiosos, torcendo muito para Fernanda Montenegro e Central do Brasil trazer o oscar pra casa. Infelizmente não aconteceu, e para piorar tudo, Shakespeare Apaixonado saiu como vitorioso da noite. Não que odeie esse filme, já até assisti algumas vezes - na escola - mas, nunca eu daria o prêmio para ele. Na verdade nem sei se indicaria o filme nas principais categorias.

Para mim, esse ano foi um dos mais injustos da história do Oscar - pelo menos dos que acompanhei - pois, estavam concorrendo na categoria principal: Além da Linha Vermelha e O Resgate do Soldado Ryan , dois grandes filmes de guerra, que mereciam muito mais que o filme de John Madden. Não consigo me decidir entre os dois, porque, cada um mostra a guerra de maneira muito diferentes e até acabam se completando. Então, se qualquer um dos dois tivesse sido o escolhido pela acedemia, estaria aqui escrevendo que foi uma vitória justa.

Em relação à categoria "Melhor Direção" Steven Spielberg mereceu essa estatueta. E no caso das categorias de atuação, meus favoritos são: Melhor Ator - Sir. Ian McKellen (O ator entregou ao público um personagem tão complexo; que fica até difícil entender suas atitudes), Melhor Atriz - Fernanda Montenegro (Emily Watson também está muito bem, mas esse ano era pra ser -merecidamente- do Brasil), Melhor Ator Coadjuvante - Billy Bob Thornton (Ele me surpreendeu muito, e está irreconhecível no papel) e Melhor Atriz Coadjuvante - Brenda Blethyn (Adoro Judi Dench, mas não sei se um papel tão pequeno como o dela merecia o Oscar, que poderia ser de Brenda ou até mesmo Emily Watson)

Na questão Melhor Filme Estrangeiro é óbvio que Central do Brasil é meu favorito (Sem dúvida, é um dos melhores filmes brasileiros). Essa categoria sempre apresenta filmes lindos, e em 1999 não foi diferente. Estavam na disputa O Avô e Filhos do Paraíso, que pude conferir e gostei muito, mas estava na cara que "A Vida é Bela" era o favorito ao prêmio, até porque também estava concorrendo como Melhor Filme. Tenho que dizer que acho isso desnecessário, e na edição desse ano aconteceu novamente, pois "Up - Altas Aventuras" está concorrendo em Melhor Animação e Melhor Filme.

Não foi fácil relembrar essa edição do Oscar, porém, valeu a pena pelas descobertas. Se não fosse essa maratona , nem sei quando iria ter a chance de conferir: Um Plano Simples, Laura - a Voz de uma Estrela, Hilary e Jackie e Filhos do Paraíso. Todos são ótimos, e até me fizeram esquecer a burrada cometida pela academia.

Por: Thiago Paulo

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Confesso que esse mês de Fevereiro foi meio complicado pra mim, principalmente do meio do mês pro fim. Por esse e outros motivos não pude me dedicar ao UOPM da forma como havia planejado. Mas não estou aqui pra falar do lado pessoal, vamos aos filmes.

Quando nós escolhemos o ano de 1999, lembro que o Luís fez um e-mail de divulgação que tinha umas perguntas que nos colocávamos à disposição de responder, a que me chamou mais a atenção foi: ‘Será que Shakespeare Apaixonado é um filme supervalorizado?’. Depois de ver as indicações e premiações do Oscar de 1999, fiquei realmente curioso, pois até então não havia assistido a “Shakespeare Apaixonado”.

Lembro também que em um dos últimos posts, o Marcelo comentou sobre um fato interessante: “Os indicados a melhor filme, se dividem entre dois temas: a Inglaterra Elizabetana e a Segunda Grande Guerra”.

Até hoje não me lembro de um que fugiu à regra, mas não gosto de filmes de guerra então, acabei restringindo minha lista de preferência dos indicados a 3 filmes: Shakespeare Apaixonado, Elizabeth e A Vida é Bela.

Elizabeth eu não consegui assistir, então não posso falar muito. Shakespeare Apaixonado não é ruim, mas acho exagero ter tido tantas indicações, exagero maior ainda a Gwyneth Paltrow receber o Oscar de melhor atriz. A Vida é Bela é um filme que acho bonito, tocante e envolvente.

Depois das minhas curtas e diretas opiniões, não fica difícil definir o meu favorito do ano de 1999. Esse mês fico com A Vida é Bela.

Por: Levi Ventura

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Opiniões Oscar 1999 - Shakespeare Apaixonado mereceu levar o Oscar? Parte 1


Mil novecentos e noventa e nove decididamente é um ano complicado. Considerando todos os filmes importantes que foram nomeados antes dessa cerimônia e todos aqueles que seriam nomeados depois dela, soa um pouco estranho que a Academia tenha mesmo feito as escolhas que fez. Justiça não é uma termo que os votantes da Academia têm em mente quando fazem as suas opções. Desse modo, houve uma estupenda surpresa para mim: Shakespeare Apaixonado foi o grande vencedor da noite, com direito a alguns dos melhores prêmios e várias indicações.

Na verdade, creio que todo o problema se concenta em dois filmes: o que já citei e Central do Brasil. Nós brasileiros temos profundo orgulho dessa obra - tanto os que gostam como os que não gostam dela -, já que ela fez com que chegássemos muito próximos de ganhar um Oscar. Muitos até citarão Cidade de Deus como um contra-argumento para a minha afirmação, mas devemos nos lembrar de que no ano de 2004, o longa-metragem de Fernando Meirelles concorreu com o terceiro volume de O Senhor dos Anéis, de forma que definitivamente impossiblitava o Brasil de ganhar qualquer prêmio. Assim, Central do Brasil foi mesmo o filme que possiblitou que o Brasil conquistasse o seu primeiro, não apenas em uma, mas em duas categorias!

Nomear Shakespeare Apaixonado em 13 categorias é completo absurdo, na minha opinião. Este é um filme do qual gosto: o tom é correto, as interpretações são boas, a direção estável, a fotografia muito bonita. Porém, é um filme sem estruturas para concorrer a tantos prêmios. Eu no máximo o indicaria a duas estatuetas - fotografia e direção de arte - e talvez nem ao menos o premiasse. Mesmo soando estranho para mim, essas indicações e premiações foram compreensíveis: até o momento em que Paltrow venceu suas concorrentes. Dentre as cinco, ela ficaria em quarta posição, apenas a frente de Meryl Streep (porque esta foi indicada sem qualquer motivo). A favorita, sem dúvida, era a nossa dama Fernanda Montenegro, na mais intensa atuação dentre as indicadas. Judi Dench também levou o seu prêmio por causa da influência do filme e não pelo seu desempenho em cena - ainda que correta, sua partipação não lhe renderia grande destaque se não fosse o alvoroço que o filme causou.

Indicado a Melhor Filme e a Melhor Filme Estrangeiro, A Vida é Bela tomou-nos das mãos o segundo Oscar a que fomos indicados. Realmente uma pena, já que eu considero Central do Brasil um dos melhores filmes nacionais e definitivamente não veio depois dele nenhum canditado ideal que pudesse fazer jus ao recebimento do prêmio. E para compeltar, Robert Benigni ainda levou o prêmio de Melhor Ator, disputando com candidatos fortes, como Edward Norton, num desempenho excelente - e muitos consideram sua vitória outro ponto questionável dessa cerimônia.

Finalizo dizendo que o grande problema dessa cerimônia é a supervalorização de Shakespeare Apaixonado, o que fez com que a Academia acabasse o premiando em excesso, ignorando outros concorrentes bem mais dignos de receber o prêmio. Assim, os prêmios de Melhor Filme, Melhor Roteiro Original, Melhor Atuação Feminina (principal e secundária) - entre outros -, foram errôneos e, no caso de Paltrow, ofensivo - ela ainda não sabia atuar naquela época. E talvez ainda não tenha aprendido.

Por: Luís Adriano

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Quando escolhemos 99 como o ano da próxima edição do Oscar que "trabalharíamos", devo confessar que foi muito mais por escolha dos rapazes do que minha. Particularmente, me sinto mais atraído pelas premiações antigas. Escrevendo sobre 1942, aprendi muita coisa sobre filmes, diretores e astros da áurea era de Hollywood. Além disso,  99 ainda estava muito recente em minha memória - ao contrário dos garotos, já que sou o mais velho do grupo (embora pareça ser o mais novo).

As questões que tentaremos responder nesse mês foram sugeridas pelo Luís e são as seguintes: Shakespeare Apaixonado realmente mereceu o prêmio? Será ele um filme supervalorizado? Gwyneth Paltrow estava mesmo mais intensa que a nossa Fernandona? O Brasil poderia ter conquistado não apenas um, mas dois Oscar?

Shakespeare In Love é um bom filme, não nego, mas só. Não entendo o grande número de categorias a qual foi indicado. A estatueta deveria mesmo ter ficado com O Resgate do Soldado Ryan ou Além da Linha Vermelha, mas sabe-se lá cargas d'água, o filme de John Madden ficou com o prêmio.

Não considero Paltrow uma boa atriz, apesar de já tê-la visto em bons momentos como... - hnm, deixe-me ver... hnm... deixa pra lá! -, por isso, definitivamente, o Oscar não devia ter parado na sua estante. Senti vergonha por ela, juro. Qualquer uma das indicadas deveria ter ficado com o "careca", principalmente Fernanda que deu show na pele da malandra e mal humorada Dora. Definitivamente, a Academia perdeu a chance de fazer história deixando de premiá-la (Fernanda era a primeira latino-americana a receber a indicação).

O mesmo se aplica em relação a Central do Brasil que perdeu a parada para a A Vida É Bela. Mas sinceramente, acho bobagem colocar lenha nessa fogueira. Evidente que, como brasileiro, preferia que o Oscar viesse pra cá, mas ambos eram merecedores do prêmio. A Vida é Bela é um belo filme (sem trocadilhos) - com seus acertos e erros - tanto quanto Central - que também tem seus acertos e erros.

Pensando bem, relembrar 99 foi não tão ruim assim, afinal não é todo dia que (quase) podemos gritar: "Ahahuhu, o Oscar é nosso! Ahahuhu..."

Por: Marcelo Antunes

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Oscar 1999 - Curiosidades


21 de março de 1999. A entrega dos Academy Awards era realizada, pela primeira vez, num domingo, sob o comando da atriz Whoopi Goldberg. Esta também foi a cerimônia mais longa até então, durando 4 horas e 2 minutos. Este foi um ano curioso, levando em consideração que os cinco indicados ao prêmio de Melhor Filme dividiam-se em dois temas: a Inglaterra Elizabetana e a Segunda Grande Guerra.

Shakespeare Apaixonado, o grande campeão da noite, abocanhou sete estatuetas, num total de treze indicações, quase se igualando aos recordistas Titanic e A Malvada (14 indicações cada um). É considerado por muitos como a primeira comédia romântica a levar o prêmio de melhor filme desde Noivo Nervoso, Noiva Neurótica, de WoodyAllen (1977).

A “Vida É Bela”, de Roberto Begnini, ganha o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro, além de mais duas estatuetas - Melhor Trilha Sonora/Drama e Melhor Ator. Begnini desbancou nomes como Tom Hanks, vencedor de dois Oscars, Edward Norton, que já havia sido indicado duas vezes, Nick Nolte, com uma indicação, e Ian McKellen; além de ser o primeiro italiano a ganhar um Oscar de Melhor Ator. Outro dado curioso é que, desde Laurence Olivier, em Hamlet (1948), nenhum ator havia recebido o prêmio sob sua própria direção.

Gwyneth Paltrow, a Viola de Shakespeare In Love, foi a vencedora na categoria Melhor Atriz. O páreo era duro: Meryl Streep, recordista de indicações, Emily Watson, duas vezes indicada, Cate Blanchet e Fernanda Montenegro. Fernanda, a protagonista de Central do Brasil, representante brasileiro na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, ganhou a chance de concorrer ao prêmio, disputando com nomes como Susan Sarandon (Lado a Lado) e Jane Horrocks (Little Voices). A curiosidade fica por conta de que, tanto Blanchett quanto Judi Dench foram indicadas nas categorias melhor atriz/ atriz coadjuvante interpretando a mesma personagem, a Rainha Elizabeth – em filmes diferentes. O mesmo já havia ocorrido com Kate Winslet e Gloria Stuart – em Titanic – e mais tarde, em 2001, quando as mesmas Dench e Winslet receberam nomeações com a mesma personagem, em Íris.

Os grandes momentos da festa, no entanto, ficaram por conta da homenagem ao cineasta Elia Kazan, diretor de clássicos como Uma Rua Chamada Pecado e Sindicato de Ladrões, e da atriz Sophia Loren, apresentadora do prêmio de Melhor Filme Estrangeiro.

Kazan, ganhador de dois Oscars de melhor Direção, foi membro do Partido Comunista Americano. Reza a lenda que, após retirar-se do partido, delatou colegas ao Comitê de Investigações de Atividades Anti-Americanas, apoiando o Marcatismo. Orson Welles, na época,afirmou que “Kazan trocou a alma por uma piscina”. Durante a entrega do Oscar honorário, nomes como Nick Nolte, Ed Harris, IanMcKellen e Hellen Hunter deixaram de aplaudí-lo, enquanto outros como Sean Penn – cujo pai, Leo Penn, foi vítima do Marcatismo -, Rod Steiger e Richard Dreyfuss manifestaram-se publicamente em relação à homenagem.

Já Sophia Loren envolveu-se numa saia justa quando deu uma das maiores “bandeiras” da história da Academia, deixando escapar que o filme italiano havia sido premiado, antes de abrir o envelope. Prova de que segredo nem sempre é a alma do negócio.

Por: Marcelo Antunes

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Oscar 1999 - Segredos do Poder / O Avô / Filhos do Paraíso


Em mais um filme estrelado por John Travolta, o Oscar indicou Segredos do Poder a dois prêmios. Kathy Bates (o que confirma a tendência de Travolta ser engolido por seus coadjuvantes) e o roteiro de Elaine May (do frustrado e até hoje considerado um dos piores filmes do mundo: Ishtar), na categoria de roteiro adaptado.

Segredos é uma versão fictícia da campanha do então candidato Bill Clinton (que obviamente não tem esse nome, para evitar futuros processos) a presidência americana. Estão lá tudo o que fez a fama do Bill real: casos extra-conjugais, carisma e uma crença real naquilo que fazia.

Travolta compõe essa caricatura com competência (maior do que em A Qualquer Preço), mas são os coadjuvantes que roubam a cena. Um filme que pode contar com Bates, Emma Thompson (que vive a Hillary Clinton de mentira) e o quase sempre funcional Billy Bob Thornton tem grandes chances de fugir do limbo e do lugar comum.

Uma pena que a historia, revista hoje, parece mais um dos filmes políticos liberais dos anos 80/90. O frescor da parodia (que incluiu até uma chantagem sobre um dos casos do então candidato a presidente) se perde mais de 10 anos depois dos fatos que o inspirou.

Mesmo assim, o filme tem méritos. É um Mike Nicholls, um diretor que quase sempre vai bem e imprime sua marca na condução das situações do cotidiano com grande felicidade, o roteiro de May é bom sim, mas pode perder força se for revisto hoje, sem o impacto dos acontecimentos.Vale pela sátira e pelos atores em bons mometos. Mas, se tivesse que escolher um filme mais recente que satirize a política americana, prefiro Mera Coincidência.

INDICAÇÃO:
  • Melhor Atriz Coadjuvante - Kathy Bates
  • Melhor Roteiro Adaptado - Elaine May

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O Avô é um filme espanhol pequeno e bastante complicado de se encontrar. Portanto, se por acaso na sua locadora ele estiver ali escondido saiba que talvez seja a primeira e ultima vez na sua vida que poderá vê-lo.

O filme conta a historia de Don Rodrigo de Arista Potestad, um velho aristocrata falido que volta a Espanha para o enterro de seu filho. Lá ele recebe uma carta dizendo que uma de suas netas (filhas do morto) não é uma filha legitima. Rodrigo parte então para descobrir qual delas é a verdadeira neta.

O Avô é aquele tipo de filme que tem dentro de um nicho seu público. Nunca fará sucesso entre o público em geral, por se apresentar como uma obra lenta, contemplativa que faz uso das interpretações como fio condutor de uma jornada. Porém cabe ao espectador descobrir esse filme.

Sim, a indicação é merecidissima. Sim, o filme é bastante interessante e sim, ele não é melhor do que A Vida é Bela, o justo vencedor da categoria no ano (pelo menos pra mim). Um curiosidade: o diretor Fernando Fernán Gomez envolveu-se numa polêmica em relação aos prêmios Goya (uma espécie de Oscar espanhol). O diretor foi acusado de comprar votos para a vitória de seu filme, o que fez Fernando abandonar a Academia Espanhola.

INDICAÇÃO:
  • Melhor Filme de Língua Estrangeira

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Filhos do Paraíso é um encantador filme Iraniano de 1997. Dirigido por Majid Majidi (A Cor do Paraíso) ele foi um dos indicados na categoria Melhor Filme Estrangeiro na 71ª Cerimônia do Oscar. Quando estreiou no Estados Unidos, o filme virou um sucesso de crítica e público, arrecadando um total de 930.000 dólares. Após sua nomeação ao Oscar, ficou conhecido no mundo todo.

O roteiro conta a história de amizade e confiança entre os irmãos Ali (Amir Farrokh Hashemian) e Zahra (Bahare Seddiqi), duas crianças provenientes de uma familía pobre e muito humilde, que luta pela sua sobrevivencia. Um dia ele perde o único par de sapatos da irmã e, tentando evitar a bronca dos pais, passa a dividir seu próprio par de sapatos com ela, com ambos revezando-o para poderem ir a escola. Durante esse sacrifício, surge uma oportunidade de Ali participar de uma corrida, cujo terceiro lugar ganha um tênis como prêmio.

Filhos do Paraíso é um filme simples, mas ao mesmo tem grandioso, pois emociona e traz uma enorme e importante lição. O destaque fica para o jovem ator Amir Farrokh Hashemian, que consegue comover qualquer um com sua interpretação. Assim como muitos filmes estrangeiros, este também precisa ser descoberto.

INDICAÇÃO:
  • Melhor Filme de Língua Estrangeira.
Por: Alexandre Landucci e Thiago Paulo

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Oscar 1999 - A Vida é Bela


É impossível se recordar da premiação de 1999, sem lembrar de "A Vida é Bela" - a pedra no caminho do nosso "Central do Brasil". Dirigido e protagonizada por Roberto Begnini, La vita è bella (no original, em italiano) abocanhou os prêmios de melhor ator, melhor filme em língua estrangeira e melhor canção original, além de ter conquistado vários outros, mundo afora.

O filme mistura drama e comédia e nos apresenta a história de Guido, o atrapalhado personagem de Begnini que, no decorrer da trama, é enviado para um campo de concentração nazista com o filho Giusoé. Para preservar a inocência da criança, o pai faz de tudo para que o pequeno acredite que estão participando de uma espécie de jogo.

A Vida é Bela estreou na Itália em 1997, e só pode concorrer por uma indicação ao Oscar porque nos Estados Unidos foi lançado em 1998. E como já comentado acima, ele foi um dos concorrentes de Central do Brasil e, por isso, não foi tão bem recebido pelos brasileiros. Com um enredo com um quê de Chaplin, Begningi nos mostra o Holocausto de uma forma leve e bem-humorada e com ares de fábula moderna. Imprescindível para todos aqueles que curtem o bom cinema.

PERFIL: Roberto Begnini

Roberto Remigio Benigni nasceu em 27 de Outubro de 1957 em Castiglion Fiorentino, na Ítalia. Ator e Diretor - de Cinema, teatro e TV - Roberto é mais conhecido pelo grande público justamente pelo filme comentado neste post. No seu país de origem, o ator ficou famoso depois de fazer "Televacca" uma série de TV que chocou as pessoas e acabou sendo censurada.

Também sofreu forte censura na década de 80 por criticar publicamente o Papa João Paulo II. Opositor do ex-primeiro ministro italiano SílvioBerlusconi, ao saber da renúncia deste, tirou parte de sua roupa, aovivo, durante a exibição de um dos telejornais mais assistidos naItália.

CURIOSIDADES: Você sabia...


... que Begnini e Nicoletta Braschi também são marido e mulher na vida real?

... que somente Laurence Olivier havia sido premiado atuando sob sua própria direção, por Hamlet, em 1948?

... que tanto em Central e A vida é Bela existem personagens chamadasDoras e Josués (Giousué)?

Por: Marcelo Antunes e Thiago paulo

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Oscar 1999 - A Qualquer Preço / Laura , a Voz de Uma Estrela


A Qualquer Preço trata da história do advogado Jan Schlichtmann (John Travolta), um especialista em pequenos acidentes que tem uma fixação pelos casos mais caros e que possam lhe render uma “graninha” maior e que possam ser decididos sem tribunais, juízes e júris.

Quando o advogado aceita o caso de uma cidadezinha que teve boa parte de sua população infectada por um problema na água, ele tem de enfrentar (talvez pela primeira vez na sua vida) um duelo no tribunal com um adversário a altura.

A Qualquer Preço teve uma indicação ao Oscar, justamente em seu elo mais forte. A atuação de Robert Duvall é verdadeiramente interessante, roubando a cena em cada minuto de tela que tem a sua disposição. Travolta, apesar de bom trabalho, é engolido por Duvall. Interessante também destacar a boa “coleção” de coadjuvantes. Todos muito bem selecionados.

As melhores sequencias do filme acontecem nas tomadas do tribunal, que o diretor e roteirista Steve Zaillan mostra com grande competência. Apesar do final óbvio e previsível, o filme de apóia na “batalha” entre os dois protagonistas e não se sai mal. Bela pedida.

INDICAÇÃO:
  • Melhor Ator Coadjuvante - Robert Duvall
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Laura, um pequeno e divertido filme inglês, conta a história de Cinderela moderna da personagem principal (e que intitula o filme) Laura (Jane Horrocks) que é “descoberta” pelo empresário de teatro Ray Say (Michael Caine), namorado de sua mãe (Brenda Blethyn) ao acidentalmente a ouvir cantar.

Laura sofre de uma timidez que beira a doença, e sua mãe é uma quase ninfomaníaca, o que mostra o abismo de mundos em que as duas vivem. Nesse caldeirão estão a canastrice de Michael Caine e a interpretação “overacted” de Brenda Blethyn, excelente atriz britânica.

O personagem de Caine embarca na inglória aventura de tentar convencer a tímida Laura, que tem como “fetiche” a imitação de diversas divas do cinema e da Broadway, a vencer seus medos e encarar de frente o mundo e o eventual sucesso. O elenco ainda conta com Ewan McGregor como o perturbado (no melhor dos sentidos) Billy, um criador de pombos (sim, essa atividade realmente existe).

Mas o maior trunfo do filme é Brenda. Belíssima atuação, merecedora não só de uma indicação ao Oscar na categoria Atriz coadjuvante, mas indicações ao BAFTA, Globo de Ouro e Screen Actor’s Guilde Awards, na mesma categoria. Uma atuação a se prestar atenção.

INDICAÇÃO:
  • Melhor Atriz Coadjuvante - Brenda Blethyn
Por: Alexandre Landucci

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Oscar 1999 - Elizabeth


1999 foi o ano das produções "históricas". Elizabeth, longa britânico dirigido por Shekhar Kapur, foi mais um indicado ao prêmio de melhor filme na 71ª edição dos Academy Awards.

O roteiro - assinado por Michael Hirst - conta a história de Elizabeth I, conhecida como "A Rainha Virgem", que governou a Inglaterra por mais de quarenta anos, tornando-se a mulher mais poderosa de seu tempo.

O filme tem início mostrando uma Inglaterra dividida entre católicos e protestantes. Mary Tudor, fervorosa católica, morre e deixa o caminho livre para a sua meia-irmã, Elizabeth, primeira na linha de sucessão. Acontece que Elizabeth é protestante convicta e, embora a irmã lhe faça prometer no leito de morte que a Inglaterra permancerá fiel à Igreja, decide seguir os seus princípios. Recebendo um país em crise, a Rainha faz de tudo para permancer no poder, transformando-se de menina romântica em mulher forte e determinada, capaz de tudo para manter seu poderio.

Com um elenco de peso encabeçado por Cate Blanchett, o filme foi indicado em sete categorias e foi o último trabalho do aclamado ator britânico Sir John Gielgud, como o Papa.

PERFIL: Cate Blanchett

Catherine Elise "Cate" Blanchett nasceu em Melbourne, na Austrália, e é ganhadora de inúmeros prêmios, dentre eles um Oscar e dois Globos de Ouro.

Despontou para o mundo encarnanado (a Rainha) Elizabeth no filme de mesmo nome, em 1998 - pelo qual recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz. Embora tenha perdido o prêmio para Gwineth Paltrow, Blanchett recebeu pelo trabalho o BAFTA e o Globo de Ouro.

Casada com o dramaturgo Andrew Upton, dirige, em parceria com ele, o Sidney Theatre Company.

Foi homenageada, ao lado de nomes como Nicole Kidman, Russell Crowe e Geofrey Rush, com uma série de selos, pela contribuição à cultura australiana.

Levou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante, em 2005, interpretando Katharine Hebpurn, em O Aviador, e, em 2007, foi escolhida pela Times como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo.

Você sabia que...

... Cate encarnou uma segunda vez a Rainha Elizabeth em Elizabeth: a Era de Ouro, em 2007, recebendo uma indicação de Melhor Atriz, tornando-se assim a primeira atriz a ser nominada reprisando um papel? E que nesse mesmo ano recebeu também uma indicação de Coadjuvante por "Não Estou Lá"?

... o papel da "Rainha Virgem" foi rejeitado por várias atrizes, entre elas Nicole Kidman, Catherine Zeta-Jones e Juliette Binoche?

... a Rainha Elizabeth era conhecida por ter profundos olhos castanhos, mas, por conta de uma rejeição de Blanchett à lentes de contato, lançou-se mão de uma licença poética e a monarca foi representada como dona de dois belíssimos olhos azuis?

... a história de Elizabeth já foi mostrada em outros filmes, como A Rainha Virgem, de 1953, com a recém-falecida Jean Simmons no papel título?

INDICAÇÕES:
  • Melhor Filme
  • Melhor Atriz
  • Melhor Direção de Arte
  • Melhor Figurino
  • Melhor Fotografia
  • Melhor Trilha Sonora - Drama
  • Melhor Maquiagem


Por: Marcelo Antunes

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Oscar 1999 - Tango / Irresistível Paixão


Carlos Saura - Ana e os Lobos (1972), Cría Cuervos (1976) e Mamãe Faz Cem Anos (1979), entre outros - é um dos cineastas que melhor faz a ponte entre música e cinema. Para entender do que estou falando, basta conferir obras como Bodas de Sangue (1981), Carmen (1983) , Amor Bruxo (1986), Flamenco (1995) e, mais recentemente, Fados (2007).

Em 1999, um filme de Saura era indicado ao Oscar de Melhor filme estrangeiro, representando a Argentina. "Tango" (Tango, no me dejes nunca) conta a história de Mario Suárez, diretor que atravessa uma crise criativa e amorosa. Após ser deixado pela esposa, dedica-se à filmagem de um documentário sobre a dança. É quando ele conhece a bela Elena, bailarina e amante de Angelo Larroca, gângster perigoso e um espécie de "mecenas" da obra. O envolvimento dos dois, claro, é inevitável. O triângulo amoroso é embalado pelos números musicais belíssimos.

Os destaques de "Tango" ficam por conta da fotografia do vencedor de três Oscars, Vittorio Storaro, responsável pelo prêmio de Melhor Fotografia em Cannes, em 98, e, evidente, pela trilha sonora irretocável. Esse é exatamente o "calcanhar de Aquiles" do filme: para quem não é muito chegado ao gênero, ele pode parecer um pouco cansativo. Já para os que curtem, "Tango" é um grande espetáculo.

INDICAÇÃO:
  • Melhor Filme Estrangeiro
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Irresistível Paixão é um filme dirigido Steve Soderbergh, adaptado a partir de um livro homônimo de Elmore Leonard. Distribuído pela Universal Pictures e tendo como produtor o ator Danny DeVitto, o filme narra a história de um relacionamento conturbado entre dois tipos bem diferentes - um charmoso ladrão e um agente do FBI. O elo entre eles é um roubo: ele usa o carro dela para fugir da penintenciária e ao conhecê-la, acaba se envolvendo emocionalmente. Entre o romance e a fuga, ele deve cuidar para continuar com ela sem correr riscos de voltar para a prisão.

Irresistível Paixão é protagonizado por dois atores bastante diferentes. À época, George Clooney era apenas um rosto bonito e com carreira até então meio duvidosa, já que havia atuado em cults como Um Drin no Inferno, mas também havia destruído a imagem de Batman no 4º filme da cronologia antiga do herói. Jennifer Lopez, por sua vez, nunca foi estável em suas atuações e como atriz não surpreende muito. Desse modo, a união de Clooney e Lopez poderia render maus comentários. As críticas, no entanto, soaram positivas ao casal, elogiados inclusive pelo entrosamento em cena.

Dentro do gênero policial, Irresistível Paixão também conta com uma montagem estruturada para manter o ritmo correto da produção. E a Academia soube reconhecer essa qualidade do filme e nomeou-o também a uma qualidade técnica, somando assim duas indicações, as quais não venceu.

INDICAÇÕES:
  • Melhor Roteiro Adaptado
  • Melhor Montagem
Por: Luís Adriano e Marcelo Antunes

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Oscar 1999 - O Resgate do Soldado Ryan


Como já comentado por aqui no blog, na 71ª edição do Oscar dois filmes do gênero guerra foram indicados na categoria Melhor Filme; Além da Linha Vermelha de Terrenci Mallick e O Resgate do Soldado Ryan de Steven Spielberg. Vencedor de cinco estatuetas na cerimônia - Melhor Fotografia, Som, Efeito Sonoro, Montagem e Melhor Diretor- o filme foi um sucesso, tanto de crítica como de público.

A história se passa durante a Segunda Guerra Mundial, e começa com a invasão da Normandia - na praia de Omaha - pelas tropas aliadas, no Dia D. Após o desembarque e invasão, o roteiro foca na história do capitão John Miller (Tom Hanks) e seu batalhão (Tom Sizemore, Edward Burns, Barry Pepper, Vin Diesel, Giovanni Ribisi, Adam Goldberg e Jeremy Davies), que são designados para um missão paralela a guerra: Descobrir o paradeiro e resgatar o paraquedista James Ryan (Matt Damon), que é o único sobrevivente de quatro irmãos que deixaram sua casa para lutar na mesma guerra.

O filme chamou muita atenção pelo seu realismo. Na cena de abertura - já citada acima - o telespectador fica atônito durante 24 minutos e, por isso, é uma das cenas mais comentadas e inesquecíveis do cinema. Foi eleita como "Melhor Cena de Batalha de todos os tempos" pela revista Empire, e como um dos "50 Grandes Momentos do Cinema" pela TV Guide. O roteiro, escrito em 1994 por Robert Rodat é vagamente baseado numa história verídica de quatro irmãos que morreram durante a Guerra Civil Americana. A história chegou as mãos de Spielberg atráves de Hanks, e após ler o trabalho de Robert, decidiu filmá-lo.

Não podemos esquecer de mencionar a Fotografia, assinada por Janusz Kaminski, e a Trilha Sonora do mestre John Willians - que já trabalhou com Steven Spielberg inúmeras outras vezes. Ambos fizeram um excelente trabalho, que contribuiu muito para o resultado final do filme. O Resgate do Soldado Ryan foi o filme de maior bilheteira em 1998, e além do Oscar, foi indicado para vários outros prêmios do cinema. Atualmente é o 71º filme da lista " AFI's 100 Years... 100 Movies" do American Film Institute.

Perfil: Tom Hanks

Thomas Jeffrey Hanks, mais conhecido apenas como Tom Hanks é um dos atores mais talentosos e renomados de Hollywood. Nascido em Concord, na Califórnia, começou a atuar no teatro quando ainda estava na universidade. Depois se mudou para Nova Iorque, onde conseguiu um pequeno papel no cinema no filme He Knows You're Alone. Porém, só foi chamar a atenção do público mesmo em 1984 com Splash - Uma Sereia em Minha Vida, sua primeira parceria com o diretor Ron Howard (trabalhou novamente com ele em Apollo 13, O Código da Vinci e Anjos e Demônios).

Em 1988 atuou em "Quero ser Grande" clássico da sessão da tarde que lhe rendeu sua primeira indicação ao Oscar. Depois de cinco anos, foi indicado e levou pra casa a estatueta dourada por Philadelphia (onde interpretou um advogado homossexual que é demitido após ser diagnosticado como soropositivo) e Forrest Gump. Recebeu mais duas nomeações: Em 1999 por O Resgate do Soldado Ryan e em 2001 por Náufrago, onde concorreu com Russell Crowe e Javier Bardem.

Além de ator, Tom Hanks também é diretor e produtor. Em 1996 dirigiu e atuou no filme "The Wonders - O sonho não acabou" e em 2001 foi parceiro de Steven Spielbeg como produtor da minissérie Band of Brothers, onde também foi o diretor de um dos episódios. Esse ano, a dupla volta a trabalhar juntos em The Pacific, outra minissérie sobre a Segunda Guerra. Também foi produtor de Casamento Grego, Lucas - Um intruso no formigueiro, Jogos do Poder, Onde Vivem os Monstros e etc.

Hanks tem uma filmografia cheia de sucessos, desses podemos citar: À Espera de um Milagre, Estrada para Perdição, Prenda-me Se For Capaz, O Terminal; e as animações Toy Story, Carros e Explesso Polar.


Curiosidades: Você Sabia que...

... O filme serviu de inspiração para o famoso game Medal of Honor?


INDICAÇÕES:

Melhor Filme
Melhor Diretor - Steven Spielberg
Melhor Ator - Tom Hanks
Melhor Roteiro Original
Melhor Edição
Melhor Direção de Arte
Melhor Fotografia
Melhor Som
Melhor Edição de Som
Melhor Maquiagem
Melhor Trilha Sonora Original - John Willians

Por: Thiago Paulo

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Oscar 1999 - Um Amor Verdadeiro / Temporada de Caça


Um Amor Verdadeiro é um filme estadunidense baseado em uma obra literária homônima - One True Thing - escrita por Anna Quindlen, que retratou o relacionamento que teve com sua mãe, que adoeceu e morreu aos 40 anos. O filme dirigido por Carl Franklin é exatamente o tipo de drama feito para encantar os votantes da Academia e obrigá-los, pelo menos, a indicar o filme a alguma categoria de atuação e foi exatamente isso o que aconteceu. A adaptação do livro para as telas ficou por conta de Karen Croner, responsável somente pelo roteiro desse filme.

O filme é narrado a partir dos relatos de Ellen Gulden após a morte de sua mãe, que há muito tempo estava doente. Como Kate Gulden morreu por excesso de morfina, Ellen teme ser responsabilizada e dá o seu relato de como as coisas aconteceram desde o momento em que ela descobriu que a mãe estava doente até a morte dela. Jornalista empenhada e distante da mãe, Ellen precisou voltar para casa quando o pai pediu que ela ajudasse a mãe, que demonstrava sintomas acentuados do câncer. Como não tinha muita afeição pela mãe, Ellen viu dificuldades em abrir mão da ascendente vida como jornalista para ficar em casa. Aos poucos, porém, foi descobrindo que havia bastante em comum entre ela e sua mãe, que pôde aproveitar os últimos momentos de vida para ensinar a filha grandes lições.

Pode não haver nada realmente grandioso em Um Amor Verdadeiro. Meryl Streep recebeu sua indicação por um papel óbvio, programado para fazer os espectadores mais sensíveis chorarem rios de lágrimas - mesmo que não haja nenhuma cena com carga emocional super-explícita, como costuma acontecer nos filmes dramáticos. O grande acontecimento a respeito desse filme é que ele fez com que Meryl Streep recebesse a sua 11ª primeira indicação ao Oscar, tornando-se então a segunda atriz com maior número de indicações, já que a primeira, Katherine Hepburn, tinha recebido 12 nomeações. Vale ressaltar que já na cerimônia seguinte, ela igualaria o recorde com Hepburn e em 2003 seria a única detentora do recorde de "atriz com o maior número de indicações".

INDICAÇÃO:
  • Melhor Atriz - Meryl Streep
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Baseado no romance de Russell Banks, "Temporada de Caça" (Affliction) conta a história de Wade Whitehouse, xerife de uma pequena cidade americana, que investiga o assassinato de um homem durante o primeiro dia da temporada de caça.

Nick Nolte, cujo desempenho valeu uma indicação ao prêmio de Melhor Ator, vive o policial que, entre uma terrível dor de dente e desentendimentos com a ex-esposa, ajuda um amigo que atirou acidentalmente num ricaço, enquanto caçavam cervos. Farejando algo estranho no ar, ele decide ir fundo na história.

Wade, no entanto, é obrigado a encarar seus próprios fantasmas durante a investigação. Seu relacionamento com a ex-mulher e a filha é conturbado. Durante a maior parte do tempo, o xerife bebe, fuma e relembra a infância terrível ao lado do pai, Glen, vivido por James Coburn. A única pessoa que lhe traz um pouco de paz é a namorada Margie, papel de Sissy Spacek. No meio de uma crise pessoal, Wadet orna-se obcecado em resolver o caso e ser aclamado como herói.

Para os que curtem esse gênero de filme, Temporada de Caça é uma boa indicação. O ponto alto, sem dúvida, são as interpretações de Nolte e Coburn, naqueles que são grandes trabalhos de suas respectivas carreiras - Nolte perdeu a "parada" para Roberto Begnini, enquanto o veterano ator levou a estatueta, nesse que foi um dos seus últimos trabalhos.

INDICAÇÕES:
  • Melhor Ator - Nick Nolte
  • Melhor Ator Coadjuvante - James Cobun

Por: Luís Adriano e Marcelo Antunes

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Oscar 1999 - Central do Brasil


É difícil hoje em dia, encontrar uma pessoa que não tenha assistido ou ao menos escutado falar de “Central do Brasil”. Do diretor Walter Salles, Central do Brasil foi um dos filmes brasileiros de maior visibilidade fora de nosso país. Direção primorosa, atuações magníficas e uma história simples e emocionante são o segredo do que levou o filme a ser indicado a tantos prêmios internacionais, inclusive o de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Atriz (Fernanda Montenegro).

O filme conta a história de Dora, uma professora aposentada que escreve cartas para analfabetos em uma estação de trem movimentada do Rio de Janeiro. Uma senhora chamada Ana vem escrever uma carta com o seu filho Josué (que não conhece seu pai e tem isso como um sonho). Na saída da estação, Ana é atropelada e Josué fica só. Dora resolve então ajudar o menino a chegar ao Nordeste para encontrar seu pai. Durante a viagem cheia de altos e baixos, Dora e Josué criam uma grande amizade na busca pelo pai de Josué.

A direção de Walter Salles chega a impressionar pela qualidade. A questão de o ambiente ir ficando mais limpo e amplo à medida que os personagens vão fortalecendo a amizade e remodelando suas idéias, é uma jogada de gênio!

Perfil: Fernanda Montenegro

Descendente de portugueses e italianos, seu nome verdadeiro é Arlette. Em 1953, casou com o ator Fernando Torres, adquirindo o sobrenome. Escolheu o nome artístico Fernanda, pois segundo ela, o nome tem uma sonoridade que lembra os personagens de Balzac ou Proust.

Primeiramente trabalhou no rádio fazendo traduções e adaptações para o formato de radionovelas. Estreou no teatro em 1950 ao lado do marido. Fernanda tem 2 filhos e divide seu trabalho entre teatro, televisão e cinema. Já chegou a receber o convite para ser Ministra da Cultura, apesar de receber apoio, recusou o convite.


Curiosidades: Você sabia que...

... Central do Brasil foi filmado em 9 semanas e em 4 estados brasileiros?

... Na cena da procissão foram utilizados mais de 700 figurantes?

... A equipe do filme rodou mais de 10.000 Km pelo Brasil?...

... Em adaptação estrangeira, o filme também é chamado de Fala Brasil?

... Fernanda Montenegro foi a primeira atriz latino-americana a ser indicada ao Oscar de Melhor Atriz?

Por: Levi Ventura

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Oscar 1999 - Politicamente Incorreto / Um Plano Simples

Warren Beatty, o astro americano que revelou ter ido para a cama com 12.775 mulheres, ainda arruma tempo para, vez ou outra, atuar, dirigir e escrever para o cinema. Um exemplo dessa sua “versatilidade” é Politicamente Incorreto (Bulworth) que, em 1999, foi indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original.

Assinado por Beatty – que também dirige e protagoniza o longa - e Jeremy Pikser, o filme conta a história de Jay Bulworth, senador democrata que tenta sua reeleição. Vivendo um casamento sem sentido e percebendo que a sua carreira política não vai longe, resolve dar um basta. Negocia uma apólice de seguro de 10 milhões de dólares e contrata um matador profissional para dar cabo da própria vida. Aproveitando o tempo que lhe resta, Jay decide pôr a boca no trombone e falar tudo o que pensa, fazendo com que se torne o político mais popular dos Estados Unidos. Nesse meio tempo, envolve-se com Nina,vivida por Hale Berry, uma jovem ativista que é atraída pelo seu novo discurso. Percebendo a grande burrada que fez, Bulworth decide voltar atrás e tenta, a todo custo, cancelar o plano. Só que pode ser tarde demais.

Para a turma do politicamente correto, fica o aviso: o filme, conforme o título em português, passa longe disso. Das grandes organizações até os negros e judeus, nada escapa da metralhadora giratória de Jay Bulworth. Atenção para a cena em que, durante uma festa, o senador dança, bebe e fuma maconha, e claro, para a fotografia de Vittorio Storaro e a trilha sonora de Ennio Morriconne.

INDICAÇÃO:
  • Melhor Roteiro Original
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Com duas indicações - Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Roteiro Adaptado - na 71ª edição do Oscar, Um Plano Simples é um filme dirigido por Sam Raimi (Homem Aranha e Evil Dead) que traz como elenco principal: Bill Paxton, Bridget Fonda e Billy Bob Thornton. O filme é mais famoso pelo seu roteiro, assinado por Scott Smith, que nos apresenta um suspense bastante complexo.

Na história, Hank Mitchell - personagem de Paxton - é um cara que vive de maneira tranquila; tem um emprego e uma esposa- Bridget Fonda - que está grávida. É um cara normal e muito respeitado pelos moradores da cidade onde mora. Porém, um dia, vai até o cemitério visitar o túmulo de seu pai junto com seu irmão Jacob - Thornton - e mais um amigo. Na volta para casa, o trio acaba avistando os destroços de um avião, e dentro dele encontram uma mala com 4,4 milhões de dólares. Hank quer entregar o dinheiro à polícia, mas não convence seu irmão e seu amigo, que preferem ficar com toda a grana e depois dividí-la entre eles. Por insistência de Mitchell, todos acabam concordando em manter tudo em segredo, até que o avião seja encontrado, para só depois decidir o que fazer com o dinheiro, porém, o plano não dá tão certo e o dinheiro acaba trazendo grandes consequências para vida de cada um.

Baseado em um livro de mesmo nome, o roteiro trabalha na questão da ganância do ser humano por dinheiro e até que ponto ele é capaz de chegar para ficar com uma mala cheia de dinheiro. O final do filme é perturbador e sem dúvida um soco no estômago, não só dos personagens, mas também de quem assiste.  O roteiro é excelente, e a direção de Raimi é ótima, mas o destaque de Um Plano Simples fica mesmo com Billy Bob Thornton, que dá um show de interpretação como Jacob. Quando o personagem entra em cena é possível perceber que aquilo ali não é só caracterização (O ator está bastante diferente), mas também um ótimo trabalho do ator. Vale a pena conferir só por esse motivo.

INDICAÇÕES:
  • Melhor Ator Coadjuvante - Billy Bob Thornton
  • Melhor Roteiro Adaptado - Scott Smith
Por: Marcelo Antunes e Thiago Paulo

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Oscar 1999 - Shakespeare Apaixonado


Shakespeare Apaixonado, cujo título original é Shakespeare in Love, é um filme co-produzido pelos EUA e pelo Reino Unido, lançado em 1998. Dirigido por John Madden, essa história sobre Shakespeare ganhou grande destaque nas premiações cinematográficas, conseguindo treze indicações na cerimônia do Academy Award de 1999, no qual consquistou sete prêmios, incluindo o prêmio máximo - Melhor Filme.

O roteiro original do filme traz a história de Viola de Lesseps e William Shakespeare e se passa no ano de 1593. Ela vive inconformada com o fato de as mulheres não poderem integrar elencos de teatro, cabendo exclusivamente aos atores compor personagens que eles próprios não entendem. Ele, por sua vez, precisa criar uma nova peça de teatro, mas simplesmente está sem inspiração. Quando se conhecem, apaixonam-se à primeira vista. Vestida como homem, Viola é escolhida para interpretar Romeu na peça de Shakespeare, que a princípio não sabe que a amada está tão próxima dele. Várias situações interferem no relacionamento deles, principalmente o futuro casamento dela sob o consentimento da Rainha Elizabeth e o perigo que representa o noivo de Viola.

Tal obra divide os espectadores. Alguns consideram um erro premiá-lo com o Oscar de Melhor Filme, considerando outros filmes importantes, como O Resgate do Soldado Ryan e A Vida é Bela. No entanto, o grande divisor de opiniões cabe à premiação de Melhor Atriz, que foi a Gwyneth Paltrow, por seu papel como lead actress. Muitos consideram que Viola De Lesseps tenha sido a sua melhor performance, outros crêem que não houve destaque na interpretação de Paltrow. É quase consenso que o prêmio daquela categoria não deveria ter ido pra ela. Dentre os atores, além de Paltrow, outros dois foram indicados: Geoffrey Rush e Judi Dench, sendo que esta também recebeu o prêmio pela sua participação como supporting actress.

Perfil: Gwyneth Paltrow

Filha do diretor Bruce Paltrow e da atriz Blythe Danner, Gwyneth Kate Paltrow nasceu em Los Angeles em 27 de Setembro de 1972. Já foi namorada de Brad Pitt e Robert San Leonard, mas atualmente é casada com Chris Martin (Vocalista da banda Coldplay) com quem tem dois filhos - Apple Blythe Alison Martin e Moses Bruce Anthony Martin.

A atriz estreou no cinema em Shout e no filme Hook - A Volta do Capitão Gancho em 1991, onde interpretou a jovem Wendy. Oito anos depois, foi indicada e levou o Oscar de Melhor Atriz por Shakespeare Apaixonado - filme comentado acima. Entre esse dois trabalhos, esteve em muitos filmes, destacando: Seven em 1995, Hard Eight (do diretor Paul Thomas Anderson) e Emma em 1996. Além de levar o Oscar em 1999, ganhou também o Globo de Ouro e o SAG Wards e uma indicação ao BAFTA e MTV Movie Awards, todas pelo papel em Shakespeare In Love.

Seu trabalho mais recente foi Amantes, ao lado de Joaquin Phoenix. Em 2010 continua como Virginia "Pepper" Potts na sequência de Homem de Ferro, previsto para estrear em Março.

Curiosidades: Você sabia que...

... Winona Ryder, Meg Ryan, Julia Roberts, Jodie Foster, e Daniel Day-Lewis foram cotados para interpretar os personagens principais do filme?

... Depois do sucesso de Titanic, Kate Winslet recusou trabalhar no filme?

... Judi Dench recebeu um Oscar por uma participação de apenas 8 minutos?

INDICAÇÕES:
  • Melhor Filme
  • Melhor Direção - John Madden
  • Melhor Atriz - Gwyneth Paltrow
  • Melhor Ator Coadjuvante - Geoffrey Rush
  • Melhor Atriz Coadjuvante - Judi Dench
  • Melhor Roteiro Original - Tom Stoppard, Marc Norman
  • Melhor Figurino
  • Melhor Maquiagem
  • Melhor Montagem
  • Melhor Fotografia
  • Melhor Som
  • Melhor Direção de Arte
  • Melhor Trilha Sonora - Comédia/Musical
Por: Luís Adriano e Thiago Paulo

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Oscar 1999 - A Outra História Americana / Hilary e Jackie


Lançado em 1998, A Outra História Americana - cujo título original é American History X - foi distribuído pela New Line Cinema e chamou a atenção dos críticos e cinéfilos pelo seu conteúdo. Dirigido por Tony Kaye e roteirizado por David McKenna, o filme chocou o público com sua argumentação forte a respeito do posicionamento racista do personagem principal. Uma de suas cenas inclusive integra listas de cenas mais violentas do cinema - Derek, um neonazista, depois de atirar num rapaz negro, obriga-o a pôr a boca na sarjeta e pisa em sua cabeça. Até hoje essa cena é lembrada por muitos e é considerada muito cruel.

Derek age com mãos de ferro quando o assunto é a superioridade dos americanos em relação a todos os outros que vão para a América tentar a vida. Suas raiva é direcionada contra os negros, hispânicos, nipônicos - qualquer um que não seja branco. Depois de atirar em um negro que tentava roubar o seu carro e assassinar outro a sangue frio, Derek é condenado a três anos de prisão. Depois de cumprir pena, ele retorna modificado: percebeu que não é a cor que faz com que uma pessoa seja boa, tampouco os "companheiros" são mesmo companheiros. Para sua surpresa, seu irmão segue o mesmo caminho dele: racista, violento, rebelde. Derek então se vê obrigado a tentar mudar isso enquanto ainda há tempo.

Percebe-se que o principal intento do filme não é propor uma reflexão a respeito do racismo e das atitudes consequentes dele. De maneira sóbria, o filme documenta a crença de que os brancos são superiores e isso fica bastante claro quando o personagem Derek pronuncia longos monólogos sobre a influência negra nos Estados Unidos. Edward Norton vive o personagen central e tem como elenco de apoio Edward Furlong e Beverly D'Angelo, respectivos intérpretes do irmão e da mãe de Derek. Norton divide sua interpretação em dois momentos: antes e depois da prisão. Defendendo bem essas duas etapas da vida do personagem, recebeu sua segunda indicação ao Oscar, sendo que a primeira havia sido na categoria Melhor Ator Coadjuvante. A indicação por melhor atuação foi a única que A Outra História Americana recebeu.


INDICAÇÃO:

• Melhor Ator - Edward Norton

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Indicado em duas categorias na 71ª edição do Oscar, Hilary e Jackie é um filme britânico, cujo roteiro foi baseado no livro "Um Gênio na Família" de Piers e Hilary du Pré. Dirigido por Anand Tucker (de"Garota da Vitrine" e "Quando Você Viu seu Pai pela Última Vez?" com Colin Firth), a história do filme gira em torno dos altos e baixo da relação entre Hilary e sua irmã Jacqueline du Pré; que foi uma famosa violoncelista britânica. No longa, as duas são vividas por Rachel Griffiths e Emily Watson - respectivamente - de maneira extraordinária.

Roteirizado por Frank Cottel Boyce (Caiu do Céu e Código 46), o filme começa com as duas irmãs ainda crianças, aprendendo a tocar seus instrumentos musicais, porém, depois, com as duas já adultas, ele é dividido em duas partes. Uma, onde é possível conferir a história pelo ponto de vista de Hilary e outra ,pelo ponto de vista de Jackie. Isso é muito interessante, porque acaba-nos apresentando fatos que são importantes para se entender o comportamento da personagem principal.

A princípio, Jackie era a que menos sabia tocar, então Hilary se destacava com sua flauta. Porém, depois de um tempo, os papeis se invertem, e Jackie começa a ganhar vários prêmios pelo seu talento. Isso, obviamente, acaba gerando um certo ciúme da parte de Hilary, mas no decorrer da história, percebe-se que Jackie não é tão feliz assim e  também tem ciúmes da irmã, porque, ao contrário dela, Hilary constituiu uma família. Essa questão "Ciúme vs Amor" acaba gerando ótimos diálogos e cenas entre Hilary e Jackie.

Apesar do livro ter sido escrito pela própria Hilary du Pré, o conteúdo gerou muitas críticas que questionavam se de fato esse ponto de vista era verdadeiro. Mas depois, Hilary defendeu publicamente as histórias do filme e do livro dizendo que não entendia porque as pessoas não acreditavam no que ela tinha escrito.

Com uma ótima trilha sonora, atuações e história marcante "Hilary e Jackie" é sem dúvida um filme encantador. Pena que seja mais um que não foi lançado em dvd aqui no Brasil.

INDICAÇÕES:
  • Melhor Atriz - Emily Watson
  • Melhor Atriz Coadjuvante - Rachel Griffiths
Por: Luís Adriano e Thiago Paulo

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Oscar 1999 - Deuses e Monstros / O Show de Truman



Indicado em três categorias no Oscar de 1999, o drama biográfico conta a história dos últimos meses de vida de James Whale, um aposentado e famoso diretor de cinema homossexual, que é lembrado pelos seus filmes de terror, como The Invisible Man (1933) e A Noiva de Frankenstein (1935). No filme, interpretado por Ian Mckellen o diretor desenvolve o interesse de pintar o retrato do seu jardineiro Clayton Boone (Brendan Fraser), que foi contratado recentemente pela governanta da casa. Para convencê-lo, o diretor afirma que o seu rosto tem algo que o faz lembrar seu passado e, assim, devido alguns flashbacks, conhecemos a história de James Whale desde sua infância até sua passagem pela Segunda Guerra Mundial.

Além dos vários flashbacks, o filme também apresenta alucinações e sonhos que aos poucos vão revelando detalhes da vida de Whale. Alguns flashes podem parecer sem sentido ou motivo aparente, mas a frente novas lembranças e histórias explicam cada um deles. O mérito da direção do filme cabe a Bill Condon que também trabalhou como roteirista do filme ao fazer a adaptação da novela “Pai de Frankenstein” de Christopher Bram. Homossexual assumido, Condon é conhecido também como diretor de "Kinsey - Vamos Falar de Sexo" e do musical Dreamgirls, lançado em 2006. Além desses, também assinou o roteiro de Chicago, indicado e ganhador do Oscar em 2003.

Infelizmente, este filme é muito difícil de ser encontrado para venda ou locação, pois, foi lançado pela editora Escala apenas nas bancas de jornal. Para piorar tudo, a edição lançada contém apenas o áudio com a dublagem em portugues e nada de idioma original ou legendas. Uma pena, porque um filme ganhador de um Oscar de Melhor Roteiro Original e indicado em outras duas categorias merecia um pouco mais de atenção das distribuidoras.

INDICAÇÕES:
  • Melhor Roteiro Adaptado - Bill Condon
  • Melhor Ator - Ian Mckellen
  • Melhor Atriz Coadjuvante - Lynn Redgrave
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The Truman Show, cujo título nacional consiste numa tradução literal acrescida de um subtítulo, tornou-se O Show de Truman - O Show da Vida. Lançado em 1998 pela Paramount Pictures, o filme conquistou a crítica e a maioria dos espectadores pela sua abordagem tragicômica sobre um tema delicado: a influência midiática na vida das pessoas. Sob a direção de Peter Weir e roteirizado por Andrew Nicol, O Show de Truman conquistou 3 indicações na 71ª cerimônia de estrega dos Academy Awards.
Jim Carrey vive Truman Burbank, um homem que é casado com Meryl (Laura Linney), que tem o emprego ideal e que vive uma vida bastante simples e feliz. O que ele não sabe, porém, é que sua vida é exibida 24 horas num canal de TV e que efaz parte de um dos reality shows mais famosos dos Estados Unidos. Desde que nasceu, todos os acontecimentos que envolvem sua vida têm sido planejados e criados de modo que a audiência do programa sempre suba. Do lado de fora, Truman é tema de conversas e debates, já que todos os espectadores do reality show não desgrudam os olhos desse programa e Christof, produtor do programa, o comanda com mãos de ferro, sem demonstrar qualquer sensibilidade. Tudo começa a parecer diferente quando Truman percebe uma figura do seu passado - seu pai, supostamente morto - retornando indiretamente à sua vida, o faz com que ele comece a se questionar a respeito do quanto é verdade e quanto é mentira a respeito das situações que ele presencia.
Os espectadores estavam acostumados a ver Jim Carrey em papeis cômicos, abusando de expressões e gestos exagerados. Quando o viram nesse filme, que mescla bem o lado trágico e o lado cômico dos eventos experimentados por Truman, não resta dúvidas de que aprovaram. Peter Weir talvez seja o responsável por isso, já que ele muitas vezes extraiu de atores tipicamente não-dramáticos ótimas performances dramáticas. O roteiro é bastante sensível, mostrando-nos um pouco de humor, drama, sentimentos - o espectador vive junto com Truman. Essa aproximação provavelmente foi a responsável pela ótima bilheteria do filme, que arrecadou cerca de 265 milhões. A Academia não ficou alheia aos aspectos positivos do filme e nomeou-o em três categorias, sem premiá-lo, contudo, por nenhuma das indicações.

INDICAÇÕES:
  • Melhor Diretor - Peter Weir
  • Melhor Roteiro Original - Andrew Nicol
  • Melhor Ator Coadjuvante - Ed Harris
Por: Levi Ventura, Luís Adriano e Thiago Paulo

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Oscar 1999 - Além da Linha Vermelha


Em 1999, dois grandes filmes de guerra concorreram ao Oscar de Melhor Filme. Um deles é Além da Linha Vermelha, de Terrence Malick, que tem apenas cinco longas em sua filmografia. A história se passa durante a Batalha de Guadalcanal - que aconteceu em uma ilha do Pacífico, na Segunda Guerra Mundial. Diferentemente de outros filmes do gênero, "The Thin Red Line" foca mais no lado psicológico da coisa, mostrando a reação e a experiência pessoal de cada personagem.

Esse filme marcou o retorno de Terrence à direção; isso depois de 20 longos anos longe do cargo. O roteiro - também assinado por ele - foi adaptado de um livro ( que já tinha sido previamente trasportado para o cinema em 1964) de mesmo nome escrito por James Jones, que se baseou vagamente em suas próprias experiências para escreve-lo. A batalha retratada nesse livro e no filme foi a primeira grande ofensiva realizada pelos aliados após o ataque a Pearl Harbor, e é considerada muito significativa, pois foi a primeira grande vitória terrestre no conflito.

Para interpretar os personagens foi escalado um elenco de peso. Estão incluídos nos créditos os nomes de: George Clooney, Sean Penn, Nick Nolte, Woody Harrelson, James Caviezel, Adrien Brody, Ben Chaplin, John Cusack, John C. Reilly e John Travolta. E além desses, também podemos citar Billy Bob Thorton, Martin Sheen, Gary Oldman, Bill Pullman, Viggo Mortensen e Mickey Rourke, cujas as participações não resistiram ao corte final do filme.

Infelizmente não foi muito bem-sucedido nas bilheterias americanas, pois neste mesmo ano Steven Spielberg lançou O Resgate do Soldado Ryan que, além de também estar na disputa pela estatueta dourada, acabou ofuscando a produção de Terrence Malick. Porém, o longa acabou apresentando uma outra visão sobre uma guerra, e por isso - juntamente com sua fotografia e trilha sonora de primeira - acabou conquistando muitos admiradores e, ainda, as 7 indicações ao Oscar.

Perfil: Sean Penn
Sean Justin Penn nasceu numa família de artistas. O pai, Leo Penn, foi diretor de cinema. A mãe, Eillen Ryan, foi atriz. Também é irmão do ator Chris Penn, que atuou em filmes como "Cães de Aluguel" e que foi encontrado morto, em 2006.

Ficou conhecido nos anos 80 por ser casado com Madonna. No entanto, Sean provou ser mais que isso e é, apontado por muitos, como um dos mais talentosos atores de sua geração. Nomeado cinco vezes, ganhou dois Oscars: um por sua atuação em "Sobre Meninos e Lobos" e outro por "Milk - A Voz da Igualdade".

Recentemente dirigiu o belíssimo "Na Natureza Selvagem", que conta a vida de Chris McCandless, um jovem americano que deixa para trás uma "vida promissora" e ruma para o Alasca. Um primoroso trabalho que só vem confirmar o talento de Penn na direção.

Curiosidades: Você sabia que...

... Outros grandes nomes de Hollywood ficaram interessados em aparecer no filme - estão incluindos nessa lista: Robert De Niro, Kevin Costner, Tom Cruise e Brad Pitt.

... A primeira versão do filme tinha cerca de 6 horas de duração?

... Que Além da Linha Vermelha foi premiado com o Urso de Ouro de Melhor Filme no Festival de Berlim de 1999?

Indicações:
  • Melhor Filme
  • Melhor Diretor
  • Melhor Fotografia
  • Melhor Edição
  • Melhor Trilha Sonora
  • Melhor Som
  • Melhor Roteiro Adaptado
Por: Marcelo Antunes e Thiago Paulo

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Fevereiro - 71ª Edição do Oscar


O mês acabou ontem e, junto com ele, nossa maratona do Oscar de 1942. Dando continuidade à nossa ideia, optamos por debater uma edição mais recente dos Academy Awards. Nesse mês de Fevereiro, portanto, vocês encontrarão aqui, no Um Oscar por Mês, tudo sobre os indicados ao Oscar de 1999.

Para os que curtem cinema, com certeza, esse é um ano que permanece muito fresco na memória. Pela quarta vez, o Brasil era indicado ao prêmio de melhor produção estrangeira - por Central do Brasil, de Walter Salles Junior -, e Fernanda Montenegro, protagonista do longa, indicada na categoria de melhor atriz.

A grande sensação da 71ª edição foi Shakespeare Apaixonado, vencedor em sete categorias, entre eles, a de melhor atriz. Partindo desse ponto, tentaremos responder algumas perguntas que ficaram no ar após a entrega desse prêmio: Shakespeare Apaixonado realmente mereceu levar o Oscar de Melhor Filme? Será esse um filme supervalorizado? Gwyneth Paltrow estava mesmo mais intensa do que Fernanda Montenegro? O Brasil poderia ter conquistado não apenas um, mas dois Oscars?

Portanto, se você quer conhecer um pouco mais dessa edição ou é daqueles que não se conformam por não termos trazido o Oscar para casa, veio no lugar certo. Acomodem-se e boa viagem!

diHITT - Notícias