terça-feira, 30 de março de 2010

Opinião Oscar 1977 - Porque Rocky Venceu?

Sylvester Stallone e Muhammad Ali - 49ª Edição do Oscar
Mil novecentos e setenta e sete marca uma das maiores injustiças da história (tradicionalmente injusta) da premiação da Academia. Em um ano com tantos filmes muito superiores a Rocky (e não só os indicados mais outros como: Carrie, Império dos Sentidos, Novecento, Morte do Bookmaker Chinês, Profecia e O Inquilino) causa estranheza a vitória do melodrama do lutador pobre sobre filmes muito mais importantes e interessantes. Fazendo uma comparação, a vitória em 77 pode ser encarada com a mesma surpresa das vitórias de Shakespeare Apaixonado, Chicago e Quem quer ser um Milionário por exemplo.

A pergunta (que eu mesmo propus) era o porquê dessa vitória ter ocorrido. Certeza são impossíveis e cinema é algo muito subjetivo, além de termos de levar em consideração o momento histórico em que a premiação aconteceu.

Depois da “piaba” que os ianques levaram no Vietnã o que menos se queria era jogar a “moral do modo de vida americano” mais pra baixo ainda. Por isso, pode-se especular que num ano essencialmente marcado pelo cinema político que uma decisão do mesmo calibre definiu o vencedor da premiação artística (empatado com o Grammy na época) mais importante dos Estados Unidos.

Se formos analisar artisticamente a vitória indica uma escolha pelo óbvio, pelo convencional e pelos temas já reciclados a exaustão pelo cinema americano.

Uma pena já que o ano de 1976 para o cinema resumiu-se a muito mais do que um camarada socando a fuça de outro.
Por: Alexandre Landucci
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Se há uma coisa que aprendemos analisando as três edições do Oscar até então, é que nem sempre os verdadeiros merecedores são consagrados como melhores. Para muitos, Cidadão Kane é o grande filme de todos os tempos, no entanto, não levou o prêmio em 42. A 71ª edição ficou marcada como aquela em que Shakespeare Apaixonado abocanhou sete estatuetas - justas ou não. E, finalmente, em 1977 encontramos a história de um boxeador que nocauteou a Academia e que entrou para a história como um dos anos mais "injustos" de todos os tempos.

Se levarmos em conta que entre os concorrentes de Rocky, Um Lutador havia títulos como Todos Os Homens do Presidente e Rede de Intrigas, somos mesmos forçados a dar o braço a torcer. Explicações para o fato existem aos montes: para uns, a Academia preferiu escolher um filme que narra uma história de superação e garra depois da derrota americana no Vietnã e preterir filmes muito políticos como "Todos Os Homens..." - principalmente se levarmos em conta que o escândalo do Watergate realmente estava "fresco".

Para os que curtem cinema, vale a pena conferir os títulos da 49ª Edição e daí formar sua própria opinião. Afinal, justiça ou injustiça, uma coisa é certa: o filme de Avildsen entrou para a história. Amado ou odiado - mas entrou para a história.
Por: Marcelo Antunes
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Porque Rocky levou o oscar de 1977? Confesso que nem sabia como começar esse texto, porque está é uma pergunta cuja resposta eu não sei. Não que ache o filme ruim, até gosto, mas seus concorrentes são muito mais completos - cinematograficamente falando. Sendo assim, sem dúvida nenhuma, a 49ª Edição do Oscar está na lista das mais injustos da história da premiação.

Todos os Homens do Presidente é um filme incrível, o melhor sobre jornalismo. Rede de Intrigas é o melhor filme sobre os bastidores da TV. Quem assiste pela primeira vez nem acredita que se trata de uma história fictícia, porque tudo é tão real. E os personagens e as atuaçôes desses filmes? Sem comentários, fica até difícil escolher quem está melhor. Não posso me esquecer de Martin Scorsese e seu Taxi Drive que assim como os outros dois comentados acima, é uma obra-prima do cinema. Três filmes essências, que mereciam muito mais que Rocky, um Lutador.

Bom, é isso, não acredito que o filme do Sylvester Stallone foi a escolha correta dos membros da academia, e deixo claro que não é preconceito contra o gênero, não. Até porque, teve outros filmes com histórias parecidas que mereceriam sair como vencedor, peguem como exemplo "O Lutador" que pra mim é muito bom e merecia pelo menos ser indicado como "Melhor Filme" em 2009 e não foi.

Não acho que Rocky seja muito ruim, porém, de forma alguma supera Taxi Driver, Todos os Homens do Presidente e Rede de Intrigas. Segundo algumas opiniões, o último filme da saga é até melhor que o primeiro, então, pra mim não existe explicação para o que aconteceu nessa edição do Oscar.
Por: Thiago Paulo

domingo, 28 de março de 2010

Oscar 1977 - Rocky, um Lutador


Muito antes do Senhor Miyagi dar aulinhas particulares de caratê para o Daniel San, John G. Avildsen levou às telas a saga de Rocky Balboa, longa metragem escrito e protagonizado pelo "garanhão italiano" Sylvester Stallone.

Falar sobre Rocky, Um Lutador é chover no molhado, já que o filme era reprisado uma vez a cada seis meses na Sessão da Tarde. Conta a história de Rocky Balboa, leão de chácara de um agiota, que vê sua vida mudar quando tem a oportunidade de disputar o campeonato mundial de peso pesado contra o então atual campeão Apollo Creed, que traz no currículo 44 vitórias - todas por nocaute!

Contando com a ajuda valiosa de Mickey Goldmill, um ex-lutador que vira seu treinador, do melhor amigo Paulie, que o deixa treinar socando as "peças" do seu frigorífico, e da namorada Adrian, Rocky parte em busca do seu sonho: aguentar os 15 rounds no ringue.

Destaque para as cenas antológicas de Balboa treinando nas escadarias do Museu de Artes da Filadélfia ao som da canção Gonna Fly Now, também nomeada ao Oscar.

PERFIL: Sylvester Stallone

Nascido em Nova Iorque,  filho de um cabeleireiro, "Gardenzio" Sylvester Stallone se tornou muito conhecido a partir da década de 70; época em que levou aos cinemas os personagens Rocky Balboa e John Rambo. O nascimento de Stallone foi complicado, os médicos tiveram que usar dois pares de fórceps, e isso acabou cortando um nervo; resultando então em uma paralisia em parte do rosto do ator - coisa que podemos perceber pela sua expressão facial.

Rocky e Rambo são seus maiores sucessos, porém, o ator não começou sua carreira com esses filmes. Seu primeiro trabalho foi em um pôrno - que segundo o ator, só aceitou fazer porque estava passando por muitas dificuldades financeiras - intitulado The Party at Kitty and Stud's - ou O Garanhão Italiano. Depois desse, fez pequenas participações na Tv e em filmes, como por exemplo No Place To Hide. Além desses, tem em sua filmografia: Cobra, Over the Top, Tango e Cash, Daylight, D-Tox entre outros.

Depois de - novamente - voltar a fazer apenas pequenas participações em séries e filmes, Stallone voltou a mídia após lançar uma outra continuação de seu maior sucesso. Foi após o filme Rocky Balboa de 2006, que o ator teve oportunidade de fazer "Rambo IV", também continuação de um de seus filmes. Com essas continuações Stallone resnaceu das cinzas.

Esse ano o ator ainda lança seu novo trabalho, "Os Mercenários", onde assina o roteiro e a direção - como na maioria de seus filmes. Em Os Mercenários, ele reúne uma trupe de grandes astros de filmes de ação. Só para vocês terem uma ideia, estão no elenco: Jet Li, Jason Statham, Dolph Lundgren,Terry Crews, Steve Austin, Bruce Willis e seu maior "rival" Arnold Schwarzenegger. Para esse filme, Sylvester Stallone veio até o Brasil para filmar alguns cenas, e ainda acrescentou ao elenco a atriz brasileira Gisele Itié.

CURIOSIDADES: Você sabia que...

... Stallone levou só três dias escrevendo o roteiro do filme, após ver um desconhecido aguentar 15 rounds no ringue contra Muhammad Ali? E que foi sua condição principal só deixar filmar a história se ele fosse o protagonista?

...que o filme de sexo explícito estrelado por Stallone em início de carreira foi rebatizado de O Garanhão Italiano após o sucesso de Rocky, Um Lutador?

... que na Filadélfia tem uma estátaua de Rocky Balboa perto do museu que aparece no filme?

INDICAÇÕES:
  • Melhor Filme
  • Melhor Diretor
  • Melhor Edição
  • Melhor Ator - Sylvester Stallone
  • Melhor Atriz - Talia Shire
  • Melhor Ator Coadjuvante - Burt Young e Burgess Meredith
  • Melhor Roteiro Original
  • Melhor Canção Original - Gonna Fly Now
  • Melhor Som
Marcelo Antunes e Thiago Paulo

sexta-feira, 26 de março de 2010

Oscar 1977 - Testa de Ferro por Acaso

Antes de compreender o universo do filme, é necessário compreender breves conceitos a respeito de um momento histórico marcante na história dos Estados Unidos: o macartismo. Durante o final da década de 40 e a década de 50, os americanos estavam receosos que os comunistas instaurassem seu sistema no país e temiam também que espiões soviéticos agissem no país. Com esses temores, começou uma caçada às bruxas: todos de quem suspeitassem eram punidos de algum modo, perdendo os seus direitos civis. Uma vez suspeitos, tornavam-se alvos de agressivas investigações. Muitas figuras conhecidas foram perturbadas, desde funcionários públicos até grandes nomes do cinema.

Uma vez esclarecido esse momento histórico, vamos ao filme. Um roteirista se torna alvo de perseguições, porque consideram-no filocomunista. Sem a possibilidade de ver os seus trabalhos sendo exibidos sob o seu nome, ele recorre a uma pessoa totalmente inesperada: um ingênuo caixa de restaurante. Subitamente, é esse o homem que se torna famoso e de mero testa-de-ferro ele se torna uma personalidade marcante.

Dirigido por Martin Ritt, que é o responsável por outras obras famosas - destaque para Norma Rae -, o filme tem como protagonista Woody Allen, que, desta vez, não assina o roteiro do filme; o roteirista em questão é Walter Bernstein. Considerado uma excelente sátira a esse período conturbado da história americana, Testa de Ferro por Acaso conseguiu sua indicação na categoria de Melhor Roteiro.

PERFIL: Martin Ritt

Filhos de imigrantes russos, Martin teve o seu grande destaque no cinema no ano de 1979 quando digiriu Norma Rae. Entrou para o mundo cinematográfico após servir na Segunda Guerra Mundial. Sua carreira se iniciou em 1930, mas a sua estreia na direção ocorreu em 1956, quando dirigiu O Homem de Três Metros de Altura. Anteriormente, ele atuava e dirigia peças; começou na Força Aérea, atuando numa produção nomeada Winged Victory e dirigindo, simultaneamente ao período em que atuava. O sucesso de sua peça foi proporcionalmente maior do que ele esperava, tanto é que foi para a Broadway e, amis tarde, foit ransformada numa versão cinematográfica.

Pouco depois, Ritt começou a trabalhar na televisão. Atuou, produziu e digiriu, mas encontrou dificuldades pois entrou para a lista negra dos Estados Unidos, tendo barrados alguns de sesu trabalhos. Como foi impossibilitado de trabalhar na TV, Ritt retoronou para as peças de teatro e dedicou-se a elas por alguns anos. Em 1956, por fim, foi à indústria cinematográfica e começo a trabalhar na composição e direção de filmes. Destacam-se também na sua história as aulas que deu na Actors Studio para grandes personalidade, como Paul Newman.

INDICAÇÃO:
  • Melhor Roteiro - Walter Bernstein

Por: Luís Adriano

quarta-feira, 24 de março de 2010

Oscar 1977 - Rede de Intrigas


Peter Finch (incorporando seu magistral Howard Beale) aos 60 minutos de Rede de Intrigas, diz em um dos seus inflamados discursos, para desligarmos a TV e não nos submetermos aos caprichos da “tela preta”. Muito mais do que um ator lendo frases de um roteiro de cinema, o ator é o instrumento de um manifesto. Um manifesto contra nossa própria ignorância, subserviência e incompetência diante dos mandos e desmandos dos profetas da comunicação.

Nós, raça humana, nos deixamos levar pelo clamor das cores, pelo apelo de canções que invadem nossa retina como flechas certeiras e instauram dentro de nós a idéia de “verdade”.

Finch é o instrumento que o roteirista Paddy Chayefsky usou para demonstrar sua própria insatisfação com o mundo que o cercava.

Para Paddy (com total razão) não importa o que é dito, como é dito e por quem é dito. Não importam as fontes, a apuração dos fatos ou simplesmente bom gosto, mas simplesmente quantos são atingidos pela “magia”. Essa é a verdadeira essência da experiência de ver TV.

E Rede de Intrigas surge quase como um verdadeiro profeta do Apocalipse. Com enorme competência o filme conseguiu preconizar com enorme felicidade diversos fatos, eventos e situações que hoje fazem parte do menu de 11 entre 10 emissoras de TV, por aqui e no resto do mundo.

O filme fala desse personagem (Howard Beale), um apresentador de jornal, que a véspera de sua demissão, em rede nacional, anuncia que ira se matar ao vivo, pois sua vida (programa de TV) lhe foi tirada. O filme cobre a repercussão desse anuncio (e não, ele não se mata) e como a “engrenagem” chamada TV, usa um homem visivelmente perturbado como porta voz de uma população enfurecida, com medo e castrada somente para lucrar com isso.

O mais impressionante nesse filme é sem dúvida, sua quase magnética capacidade de transmitir realismo e critica social com habilidade sem se tornar pedantes, apelativo ou mesmo moroso. O mais assustador de tudo isso, é que apesar de se tratar de uma obra de ficção a dose do tal realismo é tão grande que ainda hoje, passados mais de 30 anos, vemos as mesmas situações sendo repetidas em nosso dia a dia. Basta ver, o que é mais repercutido em qualquer jornal de TV todas as noites. Quanto tempo “perdemos” vendo notícias que verdadeiramente nos afetam, e quanto vemos de “disque-me-disque” e sensacionalismo.

E aí vai a enorme “sacada” do texto de Chayefsky. Ao mesmo tempo em que o personagem de Finch é o “profeta”, o homem que diz o que cada americano tinha engasgado, ele também é a cereja no alto do bolo das engrenagens que fazem com que os índices de audiência e o faturamento anual em publicidade substitua os valores básicos de qualquer sociedade: verdade, justiça e liberdade.

Rede de Intrigas é seguramente um dos 10 filmes mais importantes realizados por um estúdio norte-americano nos últimos 50 anos. Uma coleção de facadas no peito, dolorosas e brutais. A cada discurso de Beale somos atingidos por um tapa violento na tentativa desesperada de nos acordar de nossa passividade mediante a aos acontecimentos e a nossa ignorância perante aos verdadeiros fatos.

Por outro lado, o filme é um festival de ironia ao mostrar os meandros dessa máquina suja, que usa o próprio critico como arma. Abstrai-se o valor dos discursos e obtêm-se o sumo (audiência).

Sidney Lumet, um diretor calejado de thrillers e com grande preocupação com o que é dito em seu filmes (Rede de Intrigas é um dos filmes em que mais se fala na história), e principalmente como é dito. Não é a toa que entre as onze indicações ao Oscar, 5 foram para o “quesito” atuações.

Faye Dunaway, como a gélida Diana Christensen é o baluarte da geração que na década seguinte foi chamada de workaholic. Gente que não vive, mas “flutua” por entre baias, escritórios e telefonemas. Tão obcecada que nem em momentos de prazer (uma sequencia brilhante com William Holden em que a personagem é mostrada apenas falando sobre trabalho, inclusive numa bizarra cena de sexo) ela consegue demonstrar alguma fagulha de humanidade. Peter Finch, o profeta do caos, é quem Chayefsky escolhe para apresentar seu discurso. Uma das atuações mais impressionantes da história, com TODOS os seus discursos relevantes e verdadeiramente honestos e cruéis em sua amargura. É irônico ver a cena final de Finch no filme, sabendo que o ator não pode comparecer ao Oscar. Macabro. A outra vencedora é Beatrice Straight, como a mulher de William Holden, que tem um cena particularmente brilhante em que mostra em pouco mais de cinco minutos o que a difere de forma indelével da personagem de Dunaway.

Além deles, o já citado William Holden também foi indicado (perdendo para Finch) e é a pedra do filme. O mais próximo do que pode ser chamado de real. Um romântico e nostálgico, uma alma perdida entre a corja de desalmados. E Ned Beatty, que como o dono do conglomerado que administra a emissora de TV, é tão poderoso em suas intervenções que consegue mesmo com pouco menos de 10 minutos de tela extrair sua melhor atuação da carreira (rivalizando com Amargo Pesadelo, do gênio Jon Boorman). Além deles completam o elenco Robert Duvall (que também merecia uma indicação) como o presidente da emissora, o estereótipo do que imagina-se de um homem nessa posição.

As demais indicações (edição, fotografia, roteiro, direção e filme) foram absolutamente merecidas, e num mundo perfeito (além de roteiro, que venceu) Lumet deveria dividir o premio de direção com Scorsese, assim como seus filmes “rachariam” o careca dourado de melhor do ano.

Nada é mais poderoso do que Peter Finch, ensopado pela chuva, de pijama, e sobretudo inflamado por sua própria loucura vociferando 'I'M AS MAD AS HELL, AND I'M NOT GOING TO TAKE THIS ANYMORE!'.

Um exercício de metalinguagem inesquecível.Uma aula de como pregar sem amolar o espectador, e de tentar abrir os olhos anuviados pelo trocar de canais.

INDICAÇÕES:
  • Melhor filme
  • Melhor Diretor
  • Melhor Ator - William Holden Melhor / Peter Finch
  • Melhor Atriz -Faye Dunaway
  • Melhor Ator Coadjuvante - Ned Beatty Melhor
  • Melhor atriz Coadjuvante - Beatrice Straight
  • Melhor Fotografia
  • Melhor Edição
  • Melhor Roteiro Origina
Por: Alexandre Landucci

segunda-feira, 22 de março de 2010

Oscar 1977 - Pasqualino Sete Belezas


2010 será para sempre lembrado como o ano em que, pela primeira vez,uma mulher foi premiada pela Academia com o Oscar de Melhor Direção.Ao todo, quatro mulheres já foram nomeadas na categoria: Katrhryn Bigelow por Guerra ao Terror - a grande vencedora deste ano -, Sofia Coppola por Encontros e Desencontros, Jane Campion por O Piano e Lina Wertmuller por Pasqualino Sete Belezas. Resumo da ópera: 1977 deixou de entrar para a história. Wertmuller poderia ter sido a primeira diretora a levar a estatueta para casa.

Pasqualino Settebellezze (Seven Beauties, no Inglês) nos apresenta a figura de Pasqualino Frafuso ( Giancarlo Giannini), desertor do exército italiano que é capturado pelos alemães e que narra sua história através de flashbacks. O "Sete Belezas" do título faz referência às sete irmãs com quem vivia e que de belas, nada tinham.

O filme pode ser classificado como uma comédia de humor negro, recheada de bons momentos como a morte do amante de uma de suas irmãs,seu estupro por um paciente no asilo onde é internado e sua tentativa de seduzir uma oficial alemã. Recebeu quatro indicações aos Academy Awards, entre eles Melhor Ator e Melhor Filme Estrangeiro.

PERFIL: Giancarlo Giannini e Lina Wertmuller

Giancarlo Giannini é um ator e dublador italiano, nomeado ao Oscar de Melhor Ator, em 77, por seu desempenho em Pasqualino Settebellezze - feito incomum, já que sua atuação foi feita toda em italiano. É o responsável pelas vozes de Jack Nicholson e Al Pacino em italiano. Mais recentemente, pôde ser visto em Casino Royale e Quantun of Solace, como o agente francês René Mathis.

Lina Wertmuller é uma cineasta italiana, casada com o cenógrafo Enrico Job.

Iniciou sua carreira como assistente de direção de Fellini, em trabalhos como Oito e Meio (1963).

Dona de um estilo inconfundível, sua carreira é composta por altos e baixos.

Amiga íntima de Jorge Amado, esteve diversas vezes no Brasil, e pretendia filmar Tieta, mas Cacá Diegues foi mais rápido.

CURIOSIDADES: Você sabia que...

... a personagem de Shirley Stoler, oficial alemã que Pasqualino tenta seduzir, foi baseada numa personagem real cujo hobby era torturar prisioneiros e confeccionar abajures de pele humana?

INDICAÇÕES:
  • Melhor Ator
  • Melhor Direção
  • Melhor Filme Estrangeiro
  • Melhor Roteiro Original

sábado, 20 de março de 2010

Oscar 1977 - Maratona da Morte


Dustin Hoffman trabalhou em dois filmes indicados ao Oscar de 1997: Todos os Homens do Presidente e Maratona da Morte; filme de suspense que recebeu uma indicação de Melhor Ator Coadjuvante pela atuação de Laurence Oliver. O filme foi dirigido por John Schlesinger (Darling, Midnight Cowboy e Sunday Bloody Sunday) e o roteiro assinado por William Goldman, que adaptou sua própria obra literária para as telas.

A história nos apresenta a Thomas Levy (Dustin Hoffman), um estudante e maratonista que vive atormentado por ter presenciado o suicídio do pai na infância. Seu irmão é um agente secreto que investiga um contrabando de diamantes e, após o mesmo ser misteriosamente assassinado, o personagem principal acaba se envolvendo em um jogo de gato e rato, pois Dr. Christian Szell - um nazista - acredita que ele sabe o paradeiro dos diamantes. Assim como toda adaptação, o filme Maratona da Morte apresenta algumas diferenças entre o material original. Um exemplo disso é a cena final, que foi totalmente alterada a pedido de Hoffman.

Laurence Oliver não levou o Oscar pra casa, mas ganhou o Globo de Ouro. Seu personagem é considerado um dos maiores vilões do cinema e figura em uma das listas do American Film Institute's. Também está presente em uma das lista o quote "É seguro?" dito pelo Dr. Szell durante uma cena de tortura que é vista como uma das melhores do cinema.

PERFIL: Dustin Hoffman

Quando ouvimos falar no filme A Primeira Noite um Homem (1967), logo nos lembramos de Dustin Hoffman e seu personagem Benjamin Braddock - Protagonista do longa de Mike Nichols. Não é atoa, pois foi devido esse trabalho que o ator, nascido em Los Angeles em 1937, alcançou a fama no cinema no começo de carreira.

A partir de então esteve presente em vários sucessos cinematográficos. Nos anos 70 fez os filmes: Perdidos na Noite, Pequeno Grande Homem, Papillon, Todos os Homens do Presidente e no premiado Kramer vs Kramer, que lhe rendeu sua primeira estatueta de Melhor Ator.

Já nos anos 80 marcou presença em Tootsie e no filme Rain-Man, onde atuou ao lado de Tom Cruise, e ganhou o segundo Oscar da carreira (Também recebeu nomeações ao oscar por A primeira Noite de um Homem, Perdidos na Noite, Lenny, Tootsie e Mera Coincidência) Nesse filme Hoffman interpreta um autista, e foi muito elogiado pelo sua atuação. Um detalhe interessante, é que foi o próprio ator que sugeriu que Raymond fosse um autista.

Seus últimos trabalhos foram: Kung Fu Panda - onde fez a dublagem do personagem Shifu, A Loja Mágica de Brinquedos e Perfume - a História de um assassino. Também estão em préprodução: um sequência de Kung Fu Panda (2011), Meet the Fockers Sequel (2010) e Barney's version (2010).

CURIOSIDADES: Você sabia que...

... Dustin Hoffman não gostava do livro de William Goldman, mas aceitou o papel porque queria trabalhar novamente com John Schlesinger, com quem havia feito Midnight Cowboy?

... Dr. Christian Szell foi baseado em Josef Mengele, um médico nazista que estava vivendo como fugitivo quando Maratona da Morte foi produzido?

INDICAÇÃO:
  • Melhor Ator Coadjuvante - Laurence Olivier

sexta-feira, 19 de março de 2010

Oscar 1977 - Taxi Driver


Taxi Driver é definitivamente um dos maiores clássicos do cinema mundial. Aclamado pelos cinéfilos, elogiados pelos críticos, essa obra de Martin Scorcese não apenas significou bastante na carreira de todos os envolvidos como também trouxe para o cinema uma excelente exemplo de realismo gritante.

Taxi Driver – como o próprio título sugere – relata a vida de um homem enquanto motorista de táxi. Travis, por sofrer de insônia, acaba arrumando um emprego como taxista no meio-oeste americano, lugar onde se sente socialmente rejeitado. Durante a madrugada, ele vê de tudo, desde os eventos mais sórdidos até os sentimentos mais inusistados. E é exatamente esse que surge entre ele e Íris, uma prostituta de 12 anos que um dia entra em seu táxi para se perder à noite.

A violência exibida no filme é tão crua que tudo nele foi verificado minunciosamente a fim de que nada escapasse aos olhos dos mais preocupados: mudanças nas cores foram realizadas com fim de que a classificação pudesse ser mais branda; alguns personagens foram sutilmente modificados – assim o efeito racista seria menor – ; Jodie Foster, à época com apenas 14 anos, passou por exames psicológicos para que houvesse garantia de que não seria afetada pela sua atuação no filme.

A Academia não resistiu à intensidade do filme e indicou-lhe a 4 estatuetas, sendo que o filme também concorreu na categoria principal. Ainda que houvesse sido magnificamente elogiado, o filme saiu da cerimônia sem nenhum prêmio. Vale também ressaltar que, por essa obra, Scorcese nem ao menos foi nomeado - o que, talvez, signifique uma grande injustiça com ele.

PERFIL: Jodie Foster

Nascida Alicia Christian Foster, Jodie tem uma carreira bastante extensa. Hoje com 48 anos, a atriz iniciou sua carreira artística bastante jovem, trabalhando em comerciais de TV e em certos filmes de destaque, mesmo que as suas personagens não tivessem momentos realmente atrativos nesse filmes. Seu grande momento de destaque veio aos 14 anos da idade, quando estreou em Taxi Driver e a partir de então obteve grande destaque no mundo cinematográfico.

Mesmo atuando constantemente, Jodie nunca deixou os estudos de lado e graduou-se na universidade. Mesmo depois de formada em Literatura, Jodie continou o seu trabalho como atriz – esteve em filmes como Acusados, Nell, O silêncio dos Inocentes, que lhe renderam indicações ao Oscar. Sua carreira, de um modo geral, garantiu a ela um patamar bastante elavado, tanto é que foi a primeira atriz a ganhar dois Oscar antes dos 30 anos de idade!

Como fala francês fluentemente, ela mesma dubla suas personagens quando os filmes vão para a França. Devido a sua capacidade como atriz, os seus chachês são milionários, chegando a marca de U$ 15 milhões para atuar no filme Anna e o Rei. Sobre sua vida pessoal, ela é bastante breve: fala pouco, não revela assuntos que podem ser distorcidos – como o relacionamento que mantém com Cydney Bernard há 17 anos - , não fala sobre a paternidade dos seus filhos e garante que se considera afortunada, porque as pessoas lhe respeitam o direito da privacidade.

Nomeada quatro vezes ao Ocar, Jodie Foster é uma atriz de primeira escala, bastante cultuada pelos cinéfilos e também pela crítica americana. Não restam dúvidas de que, se continuar assim, sua carreira tende – pelo menos – a lhe assegurar um lugar especial na memória dos apreciadores de bons filmes.

CURIOSIDADES: Você sabia que...

- Brian de Palma chegou a ser cotado para dirigir esse filme?

- Robert De Niro trabalhou como taxista a fim de ficar integrado em relação a esse trabalho?

- Depois de verem uma obra de Scorcese na qual De Niro fora protagonista, os produtores requiseram que o ator integrasse o elenco, cabendo a ele o papel principal?

- Bernard Herrmann, compositor da trilha sonora do filme, morreu poucas horas depois de concluí-la?

INDICAÇÕES:

  • Melhor Filme
  • Melhor Ator – Robert De Niro
  • Melhor Atriz Coadjuvante – Jodie Foster
  • Melhor Trilha Sonora
Por: Luís Adriano

segunda-feira, 15 de março de 2010

Oscar 1977 - Face a Face


Ingmar Bergman, um dos grandes nomes do cinema sueco - e mundial -esteve presente na 49ª Edição dos Academy Awards com Face a Face (Ansikte mot ansikte, no original), concorrendo pelas categorias de Melhor Direção e Melhor Atriz.

O filme nos conta a história de Jenny Isaksson - papel de Liv Ullmann-, uma psiquiatra casada com outro psiquiatra. Donos de sólidas carreiras, suas vidas viram de ponta cabeça quando Jenny passa a sofrer de perturbações mentais. Após tentar matar-se, a médica fica entre a vida e a morte e vê todas as pessoas que tiveram, de alguma forma, importância para ela.

Produzido, escrito e dirigido por Bergman e com uma trilha sonora luxuosa que inclui Mozart, Face a Face, embora não seja o melhor trabalho do diretor, é uma daquelas obras que merecem ser vistas. Com ares de drama psicanalítico, o filme é todo de Ullmann, que brilha na pele da psiquiatra atormentada. Vale a pena conferir.

PERFIL: Liv Ullmann.

Liv Ullman é uma atriz norueguesa, nascida em Tóquio, cujo primeiro papel no cinema foi em Persona, de Ingmar Bergman, com quem foi casada por cinco anos. Também é diretora e embaixadora da UNICEF. Um deseus grandes sucessos foi O Ovo da Serpente, aquele que é apontado como o único filme hollywoodiano de Bergman.

Foi considerada, durante os anos 70, uma das atrizes mais respeitadas, além de um ícone feminino. Ganhadora de vários prêmios, foi indicada duas vezes ao Oscar, por seus desempenhos em The Emigrantes e Face to Face. Perdeu, durante os anos 2000, o prêmio de Melhor Filme, por Faithless, para Dançando no Escuro, com a cantora Bjork, no Festival de Cannes.

CURIOSIDADES: Você sabia...

... que no início de Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, o personagem deAllen se recusa a ver Face a Face após chegar alguns minutos atrasado para a sessão?

... que o filme foi concebido inicialmente como uma série e,portanto, precisou ser editado para ser levado às telas?

INDICAÇÕES:
  • Melhor Diretor
  • Melhor Atriz

Por: Marcelo Antunes

sexta-feira, 12 de março de 2010

Oscar 1977 - Está Terra é Minha Terra


Bound for Glory, ou Está Terra é Minha Terra - como é conhecido aqui no Brasil - é um filme biográfico que se passa durante a grande depressão, em 1930 e conta a trajetória de um dos grandes nomes da música. Nessa época, a Califórnia era o único estado industrializado da região centro oeste do Estados Unidos e, por isso, muitos imigrantes chegaram em busca de emprego. Um desses imigrantes foi Woodrow Wilson "Woody" Guthrie - que no filme é interpretado por David Carradine - um famoso cantor e compositor de músicas folk.

Está Terra é Minha Terra foi dirigido por Hal Ashiby (do também indicado ao Oscar Coming Home), e roterizado por Robert Getchell do livro (Bound for Glory) de mesmo nome. O título aqui no Brasil faz referência a música "This Land Is Your Land" uma das mais famosas de Woddy Guthrie e dos Estados Unidos. Aliás, Guthrie ficou muito conhecido por usar a música para expressar sua opinião sobre as condições enfrentadas pela classe trabalhadora da época.

No filme, vemos que o personagem principal mora em Okemah - em Oklahoma, uma pequena cidade que sofre com o desemprego e enormes tempestades de areia. Para sustentar sua família, ele trabalha pintando letreiros, e devido a dificuldade decide migrar para Califórnia. Depois de percorrer um longo e complicado caminho, Guthrie chega ao seu destino e percebe que tudo não passa de sonhos, pois, na Califórnia as coisas são muito mais difíceis

Além de David Carradine, fazem parte do elenco Ronny Cox, Melinda Dillon, Gail Strickland, John Lehne, Ji-Tu Cumbuka e Randy Quaid. Bound for Glory recebeu várias indicações ao Oscar de 1977, Incluindo Melhor Filme. Saiu como vitorioso nas categorias "Melhor Fotografia" e "Melhor Trilha Sonora". Além disso, também recebeu indicações em várias outras premiações do cinema, como Globo de Ouro e Cannes.

Perfil: David Carradine

Nascido como John Arthur Carradine, David ficou conhecido pelo seu papel na série de TV "Kung-Fu" exibida em 1972 até 1975. No programa interpretou Kwai Chang Caine, um monge que faz uma viagem pelo velho oeste americano em busca do irmão. David é filho de John Carradine, um ator muito conhecido pelos seus filmes de terror e faroeste.

Após a série de TV, o ator logo começou sua carreira no cinema. Seus primeiros filmes foram: Targgart (1965), Heaven With Gun (1969), Death Race 2000 (1975) e no comentado acima "Esta Terra é Minha Terra" pelo qual ganhou o National Board of Review de Melhor Ator. Também foi indicado ao Globo de Ouro pelo pepel de Woody Guthrie.

Durante algum tempo a carreira de David Carradine ficou meio apagada, mas em 2003, Quentin Tarantino escalou Carradine para fazer o papel título de um de seus filmes. Kill Bil foi um sucesso e, além de gerar ótimas críticas e uma indicação ao Globo de Ouro de Melhor Ator Coadjuvante, foi por causa do personagem Bill que David ficou conhecido pela nova geração.

No dia 4 de Junho de 2009, David Carradine foi encontrado morto em um quarto de hotel em Bancoc, na Tailândia. A Policia trabalhava com a hipótse de suicídio, porém, mais tarde as autoridades passaram a acreditar em morte acidental; resultado de uma asfixia auto-erótica. No cinema seus últimos filmes foram True Legend e Stretch; na Tv foi em um dos episódios da série Mental.

INDICAÇÕES
  • Melhor Filme
  • Melhor Figurino
  • Melhor Trilha Sonora
  • Melhor Fotografia - Haskell Wexler
  • Melhor Roteiro Adaptado - Robert Getchell
  • Melhor Montagem - Robert Jones e Pembroke J. Herring

Por: Thiago Paulo

quarta-feira, 10 de março de 2010

Oscar 1977 - Casanova de Fellini


Federico Fellini, além de ser uma lenda do cinema é, antes de mais nada um artista. Mais do que um diretor de cinema, o mestre do fantástico, da análise poética da vida e criador de imagens oníricas é um gênio na criação de imagens e situações que nos transportam para a região da nossa mente que comanda os sonhos.

Em Casanova, o diretor atinge um patamar mais elevado na criação de imagens que abusam do realismo fantástico e que adentram o mundo dos sonhos. Talvez comparativamente o diretor atinja (nesse aspecto) a mesma qualidade que conseguiu em Julieta dos Espíritos e Satyricon. A história versa sobre o conquistador mundialmente conhecido Giácomo Casanova e suas inúmeras aventuras sexuais. Casanova é um bufão, um personagem operístico, patético na sua tentativa de parecer letrado, intelectual, sério e genial. O único talento real de Casanova é o sexual e quanto mais a idade vai chegando mais patética é sua situação.

Apesar disso, gostamos de Casanova porque Donald Sutherland interpreta com grande talento. Um de seus melhores trabalhos sem dúvida. O filme foi indicado a melhor roteiro e figurino (levando esse segundo de forma mais que merecida) mas pra mim uma indicação a Fellini e a inacreditável direção de arte não seriam descabidas.

Já o roteiro (que foi indicado) não me convenceu num todo. Ele é episódico, o que facilita o deglutir, mas falha ao não apresentar nenhuma ligação entre os episódios, o que aumenta (ainda mais) a sensação de que poderíamos estar vendo a mesma história numa série de TV. Definitivamente Fellini já teve melhores roteiros em mãos.

Porém, a direção do gênio italiano continua impecável nessa película, abusando dos planos artísticos e pouco se importando para o realismo (notem logo no começo a cena de Casanova no barco, com o pano simulando o mar) inspirando-se no teatro e na ópera para a criação dos seus cenários, composições visuais e para a maravilhosa (e já citada) direção de arte. Existem alguns momentos do filme que são dos mais inspirados da carreira do diretor. Como esquecer as imagens dos candelabros descendo e sendo apagados com toalhas, ou dos inúmeros pianistas tocando melodias incompreensíveis culminando num hino cantado por todo um salão, ou mesmo da boneca (obviamente uma atriz) que Casanova se apaixona entre tantos outros momentos de beleza.

Não é o melhor Fellini (nem de longe), mas tem a marca do mestre e por isso merece ser visto.

Por: Alexandre Landucci

segunda-feira, 8 de março de 2010

Oscar 1977 - A Viagem dos Condenados


A Viagem dos Condenados tem como plano de fundo a Segunda Guerra Mundial e foi baseado no romance de Thomas Gordon, publicado oficialmente em 1974 e inspirado por eventos reais acontecidos durante uma viagem em 1939. Dirigido por Stuart Rosenberg, o filme narra a história de 937 judeus que, percebendo a crescente tensão propagada pelo anti-semitismo, decidem embarcar com destino para Cuba, onde pretendem residir. Logo descobrem que a viagem é apenas uma propaganda nazista e que o navio no qual eles estão não passa de um disfarce para o que realmente acontecerá.

O filme data de 1976 e no seu elenco está um grande número de astros e estrelas, incluindo Faye Dunaway, Malcom McDorwell e Lee Grant. A adaptação do roteiro ficou por conta de dois nomes: David Butler e Steve Shagan, que compuseram um trabalho que agradou a Academia, de modo que ela os nominou na categoria Melhor Roteiro Adaptado. A somar, houve mais duas indicações, totalizando três nomeações ao Oscar de 1977.

PERFIL: Lee Grant

Nascida Lyova Raskel Rosetall e atuando sob o nome artístico Lee Grant, a atriz conseguiu grande destaque em sua carreira, que passou por grande tuburlência em vários momentos. Respeitada por sua atuação nos palcos e telas, a atriz é notória pelo seu suposto envolvimento com o comunismo, já que os boatos surgidos na década de 50 repercutiram de tal modo que sua carreira ficou abalada - até mesmo Hollywood preferia mantê-la longe dos trabalhos dos estúdios mais poderosos.

Desde criança, Lee sempre foi dada ao talento artístico. Aos 4 anos ela se apresentava dançando balé e ao longo de sua infância ela teve aulas de atuação. Filha de pais judeus - um professor e uma educador -, Lee fez seu debute no cinema com o filme Chaga de Fogo, pelo qual recebeu um Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. Depois, com as suposições de que fosse comunista, sua carreira cinematográfica esfriou, de modo que ela apenas atuava nos teatros e por causa de uma de sua atuações acabou recebendo um Emmy. Em 1970, recebeu mais uma indicação ao Oscar pelo filme The Landlord. Em 1975 recebeu a sua terceira nominação - a qual ganhou - e dois anos depois seria nominada pela quarta vez. A somar, ganhou também um Oscar pela direção de um doumentário em 1986.

INDICAÇÕES:
  • Melhor Atriz Coadjuvante - Lee Grant
  • Melhor Roteiro Adaptado - Steve Shagan e David Butler
  • Melhor Trilha Sonora - Lalo Schifrin

Por: Luís Adriano

sábado, 6 de março de 2010

Oscar 1977 - Todos os Homens do Presidente


Quem nunca ouviu falar no "Caso Watergate"? Pois bem, o escândalo que abalou a política americana no início da década de 1970 e que levou o então presidente Richard Nixon à renúncia, serviu de pano de fundo para "Todos Os Homens do Presidente" (All The President's Men), longa-metragem dirigido por Alan J. Pakula e indicado ao Oscar de Melhor Filme na 49ª Edição dos Academy Awards.

Baseado no livro homônimo escrito pelos jornalistas Bob Woodward e Carl Bernstein, o filme conta a história dos próprios Woodward e Bernstein - interpretados por Robert Redford e Dunstin Hoffman, respectivamente -, repórteres do The Washington Post que descobrem todo um esquema de lavagem de dinheiro e espionagem. Através de um funcionário do alto escalão do governo conhecido como Deep Throat, o Garganta Profunda, o personagem de Redford recebe pistas para a investigação. O trabalho e os esforços dos dois profissionais em elucidar o caso é o mote do filme.

Dirigido por Pakula (A Escollha de Sofia) e roteirizado por William Goldman (Butch Cassidy and Sundence Kid), o filme foi indicado a oito Oscar, abocanhando quatro estatuetas e sendo lembrado até hoje como um dos grandes filmes sobre política e corrupção.

Perfil: Robert Redford

Charles Robert Redford, nascido em 18 de agosto de 1936, foi considerado durante muitos anos como um dos homens mais charmosos do cinema. Seu talento provou que Robert era mais que um sex symbol. Como ator estrelou grandes sucessos como "Caçada Humana", "Butch Cassidy and Sundence Kid", "Descalços no Parque", "Golpe de Mestre" e, claro, "Todos Os Homens do Presidente". Recebeu uma nomeação por melhor ator por "Um Golpe de Mestre", em 1973, e o Framboesa de Ouro, como pior ator, por Proposta Indecente, em 93.

Como diretor levou o Oscar em 81 por "Gente Como A Gente" (Ordinary People), ganhando do favorito "Touro Indomável", de Martin Scorsese.

Também é o criador do Festival de Sundance, o maior festival americano de filmes independentes.

Recebeu um Oscar honorário em 2002.

Curisosidades: Você sabia que...

... outros filmes retraram o Caso Watergate, como Forrest Gump e Nixon? E que no longa de Spielberg, Forrest é quem descobre o escândalo?

... o filme Frost/Nixon retrata as entrevistas dadas pelo ex-presidente Nixon ao jornalista David Frost, em 77?

... Redford comprou os direitos do livro com a ideia de adaptá-lo para o cinema?

... o faturamento seguiu a fórmula já adotada por James Stewart e John Wayne em "O Homem Que Matou o Facínora' , com Redford faturando em cima de Hoffman nos trailers e cartazes e Hoffman levando a melhor no filme em si?

... Garganta Profunda também era o nome do informante do agente Fox Mulder na primeira temporada de Arquivo X, além de ser o título de um clássico do cinema pornô americano?

INDICAÇÕES:
  • Melhor Filme
  • Melhor Diretor
  • Melhor Atriz Coadjuvante - Jane Alexander
  • Melhor Edição
  • Melhor Ator Coadjuvante - Jasons Roberts
  • Melhor Direção de Arte
  • Melhor Som
  • Melhor Roteiro Adaptado
Por: Marcelo Antunes

quinta-feira, 4 de março de 2010

Oscar 1977 - Visões de Sherlock Holmes


Em mais essa versão do famoso detetive, podemos dizer que o filme gira em torno de duas histórias: a recuperação de Sherlock Holmes de sua dependência da cocaína e a busca pela solução de um crime.

O amigo de Holmes, Dr. Watson (Robert Duvall), junto com seu irmão (Charles Gray), o fez viajar a Viena, onde ele é apresentado ao Dr. Sigmund Freud, que por meio de sessões de hipnose tenta ajudar Holmes a livrar-se do vício. O Dr. Freud (Alan Arkin), ao ter sucesso na cura de Holmes, recebe como uma espécie de recompensa, a ajuda do detetive para encontrar os autores de um crime cometido contra uma a atriz Lola Deveraux (Vanessa Redgrave) também paciente do de Freud.

O filme que foi adaptado para o cinema em 1976 sob a direção de Herbert Ross, tendo base o livro homônimo de Nicholas Meyer e foi uma produção da Universal Studios.

Perfil: Alan Arkin

Um ator e diretor nascido em Nova York. Filho de professores e neto de um imigrante cresceu em uma família judaica apegada à religião. A partir dos 10 anos começou a tomar aulas de teatro, mais tarde abandonou a faculdade para formar uma banda onde ele era o vocalista e guitarrista.

Arkin é um dos 8 atores a receber o Oscar de melhor ator pelo seu primeiro papel no cinema, nesse caso, foi pelo filme “The Russians Are Coming”. Em 2007, Alan ganhou o Oscar de Melhor Ator Coadjuvnte por Pequena Miss Sunshine.


INDICAÇÃO:

Melhor Roteiro Adaptado - Nicholas Meyer

Por: Levi Ventura

terça-feira, 2 de março de 2010

Oscar 1977 - Carrie , A Estranha


Stephen King já teve vários de seus livros e contos adaptados para o cinema, uma dessas adaptações é de Carrie, A Estranha, que foi o seu primeiro romance a ser publicado e também o primeiro a ser transportado para o cinema.

Dirigido por Brian De Palma e roterizado por Lawrence D. Cohen, o filme foi muito bem recebido pelos críticos; e hoje já é considerado um clássico do terror. Com um orçamento de 1,8 milhões de dólares, Carrie foi um sucesso de público e arrecadou nas bilheteiras norte americanas 30 milhões. O longa é protagonizado por Sissy Spacek, que ralou muito para conseguir o papel principal. Para fazer seu teste de elenco, a atriz passou vaselina no cabelo e usou um vestido vermelho feito pela sua mãe. Só assim conseguiu convencer Brian De Palma e desbancar sua concorrentes.

A história gira em torno de Carrie Wight, uma jovem muito tímida que descobre possuir poderes paranormais. Durante um banho, Carrie pensa estar morrendo, mas na verdade está tendo sua primeira menstruação. Sem saber de nada e completamente apavorada, a personagem é ridicularizada pelas sua colegas de colégio e com ajuda de sua professora, fica sabendo a verdade. Ao voltar para casa, ela questiona sua mãe (ótima atuação de Piper Laurie) sobre o assunto, mas como ela é uma religiosa fanática, castiga Carrie pelo acontecido, dizendo que ela é uma pecadora.

Devido seu sucesso, a história ganhou várias versões. Uma sequência em 1999 - The Rage: Carrie 2 (A Maldição de Carrie) - que foi muito críticada e um grande fracasso de bilheteira; e um ramake feito para TV em 2002, onde trama foi modernizada e o final completamente alterado. E ainda um musical.

Perfil: Sissy Spacek

Mary Elizabeth Spacek foi indicada seis vezes ao Oscar, uma delas, por Carrie - A Estranha. Não chegou a ganhar, mas ficou bastante conhecida pelo seu papel. Nascida no Dallas - Texas - em 25 de Dezembro de 1949, Sissy se mudou para Nova York após a morte prematura de seu irmão mais novo. Seu objetivo era ser cantora, mas por influência de seu primo - o ator Rip Torn - acabou entrando para o Actors Studio.

Seu primeiro papel no cinema foi em 1972 no filme Prime Cut (de Michael Ritchie), onde interpretou uma jovem Órfã que é vendida para prostuição. Depois, nessa mesma época, seu papel de maior destaque foi em Badlands ( Terra de Ninguém de Terrence Malick), onde contracenou com Martin Sheen. Foi nos bastidores deste filme que Sissy Spacek conheceu Jack Fisk, diretor de arte com quem se casou e teve duas filhas.

Nos anos 80, começou muito bem, foi indicada e ganhou o oscar pelo filme O Destino Mudou sua Vida, onde interpretou a cantora cowntry Loretta Lynn. Sissy trabalhou ao lada de muitos astros, e também foi indicada mais 4 vezes ao Oscar: Missing - Desaparecido, um grande mistério (1982), O rio do desespero (1984), Crimes do coração (1986) e Entre quatro paredes (2001).

Como já comentado acima, seu papel icónico foi no filme de Brian De Palma. Depois desse, trabalhou com o diretor Robert Altman - que ficou impressionado com o desempenho da atriz, e disse: "Ela é notável, uma das melhores atrizes que eu já trabalhei. Seus recursos são como um poço profundo"

Curiosidades: Você sabia que...

... A atriz Betty Buckley, professora de ginástica no filme, interpretou também a mãe de Carrie na versão musical do filme?

... Que esse foi o primeiro filme de John Travolta?

... Que Melanie Griffith desistiu de interpretar Carrie?

INDICAÇÕES:
  • Melhor Atriz - Sissy Spacek
  • Melhor Atriz Coadjuvante - Piper Laurie
Por: Thiago Paulo

segunda-feira, 1 de março de 2010

Março - 49ª Edição do Oscar (1977)

Faye Dunaway - Vencedora na categoria Melhor Atriz por Rede de Intrigas
Antes do já tradicional texto de abertura, abro aqui um pequeno parênteses para me apresentar: sou Alexandre Landucci, criador do blog Fotograma Digital (http://blogfotogramadigital.blogspot.com) que desde o finalzinho do mês passado também faço parte do blog.

Voltando a programação normal, após uma ardorosa discussão, os membros do blog Um Oscar Por Mês decidiram que o ano homenageado esse mês será o de 1977.

Talvez vocês estejam se perguntando os motivos para essa escolha, e um dos mais básicos é a fase que ele representa. Durante os primeiros 50 anos do cinema, os grandes produtores eram os maiores responsáveis por levar as telas (falando dos Estados Unidos em especifico) os maiores e os piores filmes.

Influenciados pela “revolução” autoral vinda da Europa nos anos 60 e pelo clima de indignação social, diversos jovens diretores egressos das universidades de cinema tomaram de assalto as rédeas do mercado do cinema hollywoodiano, dando inicio a uma década de profundas mudanças no que se entende como cinema, autor, estúdio e sucesso.

1977 é um ano repleto de exemplos dessa nova maneira de enxergar o cinema. Entre os filmes indicados a melhor filme temos por exemplo: Todos os Homens do Presidente (sobre o escândalo do Watergate que derrubou o então presidente americano Richard Nixon), Rede de Intrigas (sobre o poder da mídia na influencia das pessoas e a transformação da desgraça em peça de consumo popular) e Taxi Driver (a violenta “tour de force” para os cantos mais sujos e podres da mente humana cercada da hipocrisia de uma sociedade que se deteriora a cada dia). Mesmo Esta Terra é Minha Terra, a biografia da lenda country Woody Guthrie, foi mostrada no meio das lutas entre o proletariado americano e os primeiros sindicatos. O único que destoa de toda essa aura político-engajada é justamente o vencedor Rocky, um Lutador.

E a pergunta que inquieta a todos os amantes do cinema até hoje continua sem resposta: Por que Rocky venceu? Assim, curto e grosso.

Quais foram os motivos artísticos que levaram a Academia a agraciar o filme com a estatueta? Existia algo mais por trás dessa vitória? Lobby? Uma vitória “chapa branca” no meio de um ano tomado pelos filmes políticos?

Uma série de perguntas inquietantes num ano de igual categoria no cinema.

Apreciem a viagem !

Por: Alexandre Landucci

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