terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Oscar 1952: Opiniões (parte 3)

Marlon Brando em Uma Rua Chamada Pecado

Sempre digo que gosto de musicais, e gosto mesmo, mas tem alguns que conseguem ser muitos cansativos. E é esse o caso de Sinfonia de Paris, grande vencedor da estatueta dourada em 1952. Assistindo ao filme não conseguia parar de pensar no porque de ter conseguido essa proeza. Não estou dizendo que Sinfonia em Paris é de todo ruim, porque é claro que o filme tem seus méritos, afinal, temos Gene Kelly em cena. Mas tínhamos outros dois indicados que são infinitamente superiores ao filme dirigido por Vincente Minnelli.

Um Lugar ao Sol e Uma Rua Chamada Pecado foram os grandes filmes da noite, e disputaram, na minha concepção da cerimonia, o premio principal. São dois filmes que surpreendem, tanto pela sua trama como pelos seus outros elementos, principalmente direção e atuação. Dentre os dois o que mais gostei mesmo Um Lugar ao Sol e o considero meu favorito da edição.

A maior disputa da noite mesmo foi nas categorias de atuação. Só atores e atrizes feras, que mereceram suas indicações. Na categoria de Melhor ator tivemos Humprey Bogart, Marlon Brando e Montgomery Clift disputando o prêmio. Apesar de estar muito bem em Uma Aventura na África, Bogart ganhou o Oscar mais pela sua carreira (afinal, ali pareceu ser o momento certo para isso), pois Marlon Brando era quem merecia mais. Ele nos apresenta um dos maiores desempenho que o cinema já viu, que com certeza entrou para história da sétima arte.

Na categoria Melhor Atriz não poderia, de maneira alguma, ser diferente. Temos grandes atuações, mas nenhuma merecia mais que Vivien Leight, que nos deixa de boca aberta com sua atuação quase teatral em Uma Rua Chamada Pecado. Imagine se ela não tivesse ganhado esse Oscar? Seria uma das maiores injustiças, claro. Pelo menos de vez em quando o prêmio precisa ser entregue para a pessoa certa.

É isso, um ano com grandes indicados que valem a pena assistir e conhecer. Até Março, que promete ser diferente de todos os outros meses de Um Oscar por Mês.

por Thiago Paulo

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Oscar 1952 - Opiniões (parte 2)



Katharine Hepburn e Humprey Bogart em Uma Aventura na África

De todos os meses que analisei uma edição do Oscar aqui no UOPM posso dizer que esse mês, analisando a edição de 1952, foi um dos melhores se não o melhor. Fui surpreendido de forma positiva, isso porque todos os filmes que tive a oportunidade de assistir me agradaram de alguma forma. Dos que eu assisti, não consigo apontar um e dizer que é dispensável.

Nas categorias principais de atuação, não posso afirmar que tenha ficado satisfeito com o Bogart levando o prêmio por sua atuação canastrona em Uma Aventura na África. O Montgomery Clift e o Marlon Brandon mandaram muito bem em suas atuações em Um Lugar ao Sol e em Uma Rua Chamada Pecado, respectivamente.

Quanto à melhor atriz, a Katharine Hepburn vejo na mesma situação do Bogart, interpretação meio canastrona pra levar o prêmio. Shelley Winters teve uma participação em Uma Rua Chamada Pecado tão menor que as outras que também não teve chance. Sobrou mesmo pra Vivian Leigh e sua bem vívida interpretação em Uma Rua Chamada Pecado, mas confesso que me assustei a principio com toda a intensidade da interpretação.

Quanto à categoria de melhor filme, me dedico a falar apenas do filme que pra mim foi O FILME da edição, o que ganhou passagem direta pra minha lista de favoritos, que eu não tenho um “A” a acrescentar nem a tirar, me refiro a Um Lugar ao Sol. Que direção! Que atuações! Que filme!Agora aguardo ansiosamente o próximo mês que é um dos temas que estou mais estou curioso para analisar.

por Levi Ventura

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Gene Kellly em Sinfonia de Paris

Certa vez Bertolucci disse que “o cinema é uma maravilhosa máquina do tempo” e para os grandes fãs, e particularmente nós do UOPM, pegar carona nessa viagem é certeza de grandes emoções e gratas surpresas. A edição de 1952 trouxe grandes acontecimentos que marcaram a história da academia como: as primeiras indicações de Marlon Brando e Peter Ustinov, o primeiro e único Oscar da carreira de Humphrey Bogart, o Oscar honorário para Gene Kelly,o inconteste prêmio concedido a Vivien Leigh, grandes diretores em ação e filmes belíssimos, que a pesar do tempo, podem encantar qualquer espectador do século 21.

É notório que as atuações e as performances dos atores foram um caso a parte e devido à qualidade e intensidade dos personagens representados merecem uma atenção especial. O grande vencedor nesse quesito foi “ Uma Rua chamada Pecado” que conseguiu 3 estatuetas (melhor ator coadjuvante- Karl Malden, melhor atriz- Vivien Leigh e melhor atriz coadjuvante- Kim Hunter), fato muito difícil de ocorrer ao longo da historia da academia. Todo esse reconhecimento se deve ao belo trabalho realizado por Elia Kazan, que deu um tratamento especial para o desenvolvimento dos personagens e, segundo o próprio Brando, “Kazan é um diretor intérprete que ajuda os atores a trabalhar a parte emocional”. Mas o fato de Marlon Brando ter perdido o Oscar de melhor ator para Humphrey Bogart (que já deveria ter vencido em Casablanca) desencadeou uma das polêmicas dessa edição. Particularmente, acredito que a melhor atuação foi a de Marlon Brando, seguida da grandiosa personificação de George Eastman, feita por Montgomery Clift de forma magistral. Em relação ao ator coadjuvante, o meu favorito foi o Peter Ustinov pela sua “louca” interpretação do imperador Nero, reconheço o merecimento de Karl Malden.

A direção também foi outro ponto de destaque nessa edição do Oscar. Nomes como Elia Kazan, William Wyler, John Huston, Vincente Minnelli e George Stevens concorriam à estatueta. Os trabalhos que mais me chamaram a atenção foram o de Elia Kazan e seu domínio com o corpo de atores e o de Willian Wyler que, com um capricho minucioso, utilizou praticamente uma única locação para mostrar o dia a dia da 21ª delegacia, utilizando “ sua câmera” harmonicamente ligada as ações dos atores, trazendo um brilho maior para a narrativa de “ Chaga de Fogo”. A Academia fez muito bem em premiar Stevens e apesar de ter gostado muito do trabalho de Wyler, acredito que no Oscar de melhor diretor não tivemos injustiça.

Para finalizar, o prêmio de melhor filme foi dado ao musical de Minneli “Sinfonia de Paris” que teve seus méritos, mas nem chega perto da qualidade de seus concorrentes “ Uma rua chamada Pecado” e “ Um lugar ao Sol”. Tentando entender a Academia, acredito que esse prêmio foi mais uma homenagem ao belíssimo trabalho de Gene Kelly, que também recebeu o Oscar honorário nesta mesma edição, por seus grandes trabalhos ao longo de sua carreira e também pelo gênero musical, que não é bem aceito pela maioria dos espectadores. Polêmicas a parte, gostaria de exaltar a qualidade dessa edição, os filmes indicados e a Sétima Arte, que sempre nos trazem belas surpresas.

por Rafael de Castro

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Oscar 1952 - Opiniões (parte 1)

Montgomery Clift e Elizabeth Taylor em A Place in the Sun.

Quem já assistiu a “Uma Rua Chamada Pecado” sabe que, além da grande história - fruto do gênio criativo de Tennessee Williams -, o filme, dirigido por Elia Kazan, tornou-se célebre por eternizar duas das maiores interpretações do cinema:  Marlon Brando e o seu macho-alfa Stanley Kowalski; Vivian Leigh e sua histriônica Blanche DuBois. Agora, multiplique isso por meia dúzia de atuações tão intensas quanto e terá o panorama da edição de 1952 dos Academy Awards.  Não seria leviano, portanto, afirmar que este foi um ano de grandes e célebres atuações.

Brando não levou - fato.  Naquela noite, a estatueta foi parar nas mãos do já veterano Humphrey Bogart.  Mas também poderia ter ido enfeitar a estante de Montgomery Clift, que deu vida ao atormentado George Eastman, por exemplo. Vivien Leigh, na ala feminina, arrebatou a Academia e se sobrepôs a nomes como Shelley Winters e a sempre favorita Katharine Hepburn. Nas categorias secundárias de atuação, o mesmo se deu.  Resumo da ópera: definitivamente, esse não foi um ano fácil.

Na categoria Melhor Filme, grandes dramas concorriam ao prêmio.  Havia de tudo: prisioneiros alemães espionando e colhendo informações, rapazes ambiciosos querendo subir na vida e esquecendo dos métodos anticoncepcionais e até a história de amor entre um tribuno romano e uma jovem cristã.  Quem levou a melhor, entretanto, foi um musical, ambientado em Paris, que foi o début de uma das mais charmosas atrizes de todos os tempos: Leslie Caron. 

Particularmente, meu preferido dessa edição é “Um Lugar Ao Sol”.  Nada contra o gênero musical, muito pelo contrário, mas não consegui enxergar em "Sinfonia em Paris" qualidades suficientes para ser escolhido como “o melhor” daquele ano.  De qualquer forma, creio que justiça ao longa foi feita quando George Stevens recebeu o prêmio de melhor realizador. Era a consagração de uma carreira que colecionou sucessos como “Assim Caminha a Humanidade“ (1956), “O Diário de Anne Frank” (1959) e “A Maior História de Todos Os Tempos“ (1965).

por Marcelo Antunes

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Kirk Douglas, não-nominado, e Eleanor Parker, que concorreu como Melhor Atriz,
em cena do filme Detective Story, de William Wyler.

A FANTASIA EM DETRIMENTO DA REALIDADE

Curioso notar que a Academia tem uma paixão não assumida pelos grandes dramas. Ainda que premie vez ou outra uma comédia, é muito mais comum que as narrativas que abordem situações numa vertente dramática – e principalmente num enredo de superação – sejam as grandes laureadas com o prêmio de Melhor Filme. E, mais curioso ainda, é perceber a receptividade dela ao musical “Sinfonia de Paris”, filme dirigido por Vincente Minelli que arrebatou a estatueta máxima na noite de 20 de março de 1952. Essa introdução serve para ressaltar o quanto é estranho ver que os membros da Academia, tão envoltos pelo clima melodramático de muitas películas, acabaram – contraditoriamente – premiando um filme musical no qual a fantasia prevalece, ainda que, inevitavelmente, se discorra também sobre as relações humanas num plano mais palpável: o da vida real.

E filmes realistas não faltaram no ano de 1952. Como adendo, vale comentar que todos os títulos indicados na categoria principal – à exceção do vencedor – traziam em seu enredo uma abordagem ontológica interessantíssima. “Uma Rua Chamada Pecado” percorre o caminho do amargor e do ressentimento entre Kowalski e Blanche, bem como da paixão arrebatadora e violenta entre a personagem de Brando e a de Kim Hunter. “Um Lugar ao Sol” discorre, sem meias palavras, o ato do perjúrio e a vontade irrefreável de conquistar tudo aquilo que se acredita seu por direito – vemos a ambição tomar o lugar da sensatez e, consequentemente, a destruição física e moral das personagens. “Quo Vadis”, uma lírica epopeica cinematográfica acerca daquilo que mais comumente se encontra na natureza humana: o amor e a guerra. E, falando em guerra, havia uma ferida recente a ser analisada, por isso o thriller “Decisão Antes do Amanhecer”, que nos mostra a relação de dois lados da Segunda Guerra Mundial: os americanos e os alemães em contato direto.

E pensar que a miscelânea ontológica para na categoria de Melhor Filme é bobagem, porque há ainda outros grandiosos títulos que discorrem sobre a natureza humana: a obstinação cega em “Chaga de Fogo”, a crença alienada em “A Morte do Caixeiro-Viajante”, a tolerância resignada fundida em atração em “Uma Aventura na África”. Tudo isso nos mostra que a Academia deveria olhar com maior atenção essas películas em vez de simplesmente conceder a uma obra de caráter tão duvidosamente onírico e que, apesar de divertida, não consegue promover o nível de discussão enquanto objeto artístico de qualquer outro filme com o qual concorria. Chega a ser assombroso pensar que nem “Uma Rua Chamada Pecado” nem “Um Lugar ao Sol” levaram o prêmio. Concordo que o primeiro é bastante teatral se não e assimila tanto ao cinema como a obra de George Stevens faz, mas, ainda assim, se trata de uma produção superior à “Sinfonia de Paris”, que, digo sem receios, lhe roubou o prêmio.

A irreverência de George Stevens lhe rendeu merecidamente o reconhecimento como o melhor diretor, afinal ele realmente mostrou algo diferente, seja na técnica de filmagem – planos menos teatrais, cortes mais rápidos -, seja no cuidado artístico: “Um Lugar ao Sol” é um prazer de se ver. Já a atenção de Elia Kazan com seus atores rendeu a todos indicações e, merecidamente, a três deles o prêmio. Mas para mim, o grande filme da edição é “Chaga de Fogo”, que merecia muito mais do que apenas as quatro indicações que recebeu. Acredito facilmente que esse filme chegaria à categoria máxima e se consagraria o melhor filme, assim como Kirk Douglas, houvesse sido indicado, seria nominado melhor ator – talvez seja, salvo seu debate sociológico, o filme mais ousado de 1952 e, a meu ver, o que mais merecia reconhecimentos em vez da obra fantasiosa e superficial dirigida por Minelli.

por Luís Adriano de Lima

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Oscar 1952: Quo Vadis






"Quo Vadis” não só é um dos maiores filmes já feitos como também um dos maiores épicos do cinema.  A história escrita por Henryk Sienkiewicz, cujo nome faz referência a uma frase bíblica, foi transportado para tela do cinema inúmeras vezes, porém foi a versão  estadunidense de 1951 que mais fez sucesso, rendendo-lhe assim várias indicações ao Oscar.

O filme recebeu oito indicações (batendo de frente com “Uma Rua Chamada Pecado”, que recebeu o mesmo número de nomeações), e, além de concorrer ao prêmio principal também concorreu nas categorias de Melhor Fotografia, Melhor Figurino, Melhor Ator Coadjuvante (dois atores foram indicado nessa categoria), Melhor Direção de Arte, Melhor Montagem e Melhor Trilha Sonora.

No longa, o general Marcus Vinicius (Robert Taylor) retorna a Roma e encontra Lygia (Deborah Kerr), por quem se apaixona. Ela é uma cristã e não quer nenhum envolvimento com um guerreiro, mas, apesar de ter sido criada como romana, Lygia é a filha adotiva de um general aposentado e, teoricamente, uma refém de Roma. Marcus procura o imperador Nero (Peter Ustinov) para que ela lhe seja dada pelos serviços que ele fez. Lygia se ressente, mas de alguma forma se apaixona por Marcus. Enquanto isso as atrocidades de Nero são cada vez mais ultrajantes.

Como já foi dito, o filme é grandioso, mas o que mais chama atenção mesmo é fantástica atuação de Peter Ustinov (que interpreta Nero, o imperador que incendiou Roma). Ele faz por merecer sua indicação e também nos faz questionar sobre sua derrota. Atuação que todo fã de cinema precisa conferir. 


CURIOSIDADES:
- Sophia Loren e Elizabeth Taylor marcam presença no filme como figurantes.


PERFIL: PETER USTINOV


Peter Alexander Freiherr von Ustinov nasceu em Londres em 1921. O ator, e escritor, iniciou sua carreira aos 17 anos, quando conseguiu seu primeiro papel. Seu maior feito no cinema foi no filme Quo Vadis, onde interpretou o tirano imperador Nero. O personagem lhe rendeu sua primeira indicação ao Oscar (outras duas viriam como os filmes  Spartacus e Topkapi). A atuação de Peter é algo tão extraordinário que até hoje ainda surpreende quem assiste o filme pela primeira vez.



Peter faleceu em 2004 devido a uma insuficiência cardíaca. Com mais de 60 filmes no currículo, a maioria épicos, sem dúvida foi uma ator que deixou sua marca na história do cinema. Seu último trabalho foi o filme “Luther”, de 2003.


INDICAÇÕES:
1. Melhor Filme: Sam Zimbalist
2. Melhor Ator Coadjuvante: Leo Genn
3. Melhor Ator Coadjuvante: Peter Ustinov
4. Melhor Fotografia em Cor: Robert Surtees, William V. Skall
5. Melhor Figurino em Cor: Herschel McCoy
6. Melhor Edição: Ralph E. Winters
7. Melhor Trilha Sonora: Miklós Rózsa
8. Melhor Direção de Arte em Cor: William A. Horning, Cedric Gibbons, Edward C. Carfagno, Hugh Hunt

por Thiago Paulo

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Oscar 1952 - Decisão Antes do Amanhecer


Sun Tzu, em sua obra-prima A arte da guerra, dá um viés estrategista e até mesmo pacificador do que são os conflitos entre povos. Para o autor chinês, não existem razões para que se perca uma guerra: basta seguir os cinco princípios básicos da luta - doutrina, tempo, terreno, mando e disciplina.

O filme “Decisão antes do amanhecer” (1951), dirigido por Anatole Litvák, colocou em pauta o que aos olhos humanitários da bondade seria uma grande trapaça: por o povo contra si próprio. A Alemanha da época de Hitler e dos campos de concentração já estava completamente arrasada pela Segunda Guerra Mundial, mas alguns fortes ainda resistiam à truculência americana. A estratégia, então, foi colocar espiões alemães para descobrir os planos dos próprios alemães. A operação seria arriscada, já que envolvia sentimentos, mas foi posta em prática.

Na história, Karl Maurer, codinomeado Happy (Oskar Werner), vive essa situação de prática de espionagem em seu próprio exército de origem. Ao longo do filme, ele passa por problemas: descobre que seu pai, que é médico, está cuidando de vítimas num local bastante vulnerável (mas não pode contar); se apaixona; é reconhecido na rua por uma antiga amiga de família e quase é desmascarado; surgem desconfianças sobre sua pessoa, entre outros. Happy é um personagem que chama nossas atenções e que até nos cativa.

Baseado em fatos reais, o filme não teve real sucesso, pois apesar de ter sido indicado ao prêmio de Melhor Filme no Oscar, teve ao todo apenas duas indicações (a outra foi de Melhor Edição). Depois de Decisão antes do amanhecer, passariam-se 43 anos até que um indicado a Melhor Filme tivesse somente duas indicações. Também houve uma indicação ao prêmio de Melhor Fotografia no Globo de Ouro.



CURIOSIDADES:
- O diretor optou por filmar em lugares autênticos, assim as ruínas destruídas e até então não erguidas da Alemanha serviram realmente de cenário para o filme, inclusive muitos equipamentos militares;

- Um dos primeiros filmes criados no período recente do pós-guerra a mostrar os alemães sob uma perspectiva amena;

- Primeiro de dois filmes a ser indicado em apenas duas categorias durante o período de 65 anos (1945-2010) em que a Academia indicou apenas cinco filmes à categoria principal (o segundo filme seria “Quatro Casamento e um Funeral”, de 1994);

- Oskar Werner e Rihard Basehart fizeram a maior parte das cenas perigosas, inclusindo nadar contra a correnteza do rio Rhine.


PERFIL: OSKAR WERNER

Nasceu com o nome de Oskar Josef Schließmayer na capital da Áustria em 1922. Fez sua primeira aparição cinematográfica aos 16 anos de idade, ainda em Viena, no filme Dinheiro cai do céu (1938). Seu esforços vieram a ser reconhecidos somente nos anos 60: em 1965 ele ganhou o prêmio de Melhor Ator do New York Film Critics Circle Awards pelo filme A nau dos insensatos (1965), em que ele dividiu a tela com Vivien Leigh. Ainda por esse filme, Werner foi indicado a três prêmios em 1966, mas não ganhou nada: Melhor Ator de Drama do Globo de Ouro, Melhor Ator Estrangeiro do BAFTA e Melhor Ator no Oscar. Nesse ano ainda, uma indicação para Ator Revelação no Laurel Awards.

Seu filme seguinte, O espião que veio do frio (1965), rendeu uma indicação (Melhor Ator Estrangeiro do BAFTA de 1967) e uma premiação (Melhor Ator Coadjuvante do Globo de Ouro de 1967). A viagem dos condenados (1976) seria sua próxima e última indicação: Melhor Ator Coadjuvante do Globo de Ouro de 1977. Esse foi seu último filme como ator, porque ele ainda apareceu em alguns documentários posteriormente.

Oskar Werner largou a escola para se dedicar à busca de uma carreira de ator, mas foi convocado à Segunda Guerra Mundial. Ele detestava a ideologia nazista e foi poupado do serviço por "incompetência". Casou-se com uma descendente de judeus, o que causou graves problemas na Áustria hitleriana. Dizem que o auge de sua carreira foi sob a direção de Truffaut, quando interpretou Jules em Jules e Jim: uma mulher para dois (1962). Em Fahrenheit 451 (1966), também de Truffaut, diretor e ator se desentenderam grave e irremediavelmente.

O ator morreu em 1984, no interior da Alemanha. Seu corpo foi posteriormente levado para ser enterrado numa pequeníssima cidade do pequeníssimo pais de Liechtenstein.

INDICAÇÕES:
1. Melhor Filme: Anatole Litvák e Frank McCarthy
2. Melhor Edição: Dorothy Spencer

por Darlan Nascimento

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Oscar 1952 - Melhor Diretor / Melhor Filme

Abertura do filme vencedor na categoria Melhor Diretor.

MELHOR DIRETOR

Essa disputa eu afirmo sem medo tratar-se de um verdadeiro duelo de gigantes da sétima arte. É incontestável o trabalho realizado por esses grandes diretores ao longo de suas carreiras: George Stevens (“Um Lugar ao Sol”), Elia Kazan (“Uma Rua Chamada Pecado”), William Wyler (“Chaga de Fogo”), John Huston (“Uma Aventura na África”) e Vincente Minnelli (“Sinfonia de Paris”). Todos eles já venceram o Oscar antes ou depois da edição de 1952.

O grande vencedor da noite foi George Stevens (que venceria  também quatro anos depois, por “Assim Caminha a Humanidade”, de 1956) por seu magnífico trabalho em A Place in the Sun, com um estilo moderno que utiliza planos curtos e deixa a montagem rápida construindo o filme de forma peculiar para a época.

Tendo vencido duas vezes, primeiro por “A Luz É para Todos”, em 1948, e depois por “Sindicato de Ladrões” em 1955, Elia Kazan em “Uma Rua Chamada Pecado”, traz uma construção narrativa muito mais teatral, preocupada com a direção de atores, o que acarretou no número incomum de atores indicados e premiados. Diferente da direção de William Wyler (um currículo invejável com 12 indicações ao Oscar e tendo vencido três vezes, pelos filmes “Rosa de Esperança”, “Melhores Anos de Nossas Vidas” e o colossal “Ben-Hur”, respectivamente nos anos de 1943, 1947 e 1960) explora muito bem em “Chaga de fogo” a qualidade de sua equipe de atores, mas ele consegue dinamizar o filme com tomadas e movimentos de câmera que parecem estar sincronizados com os atores em cena.

John Huston, que venceu em 1948 por “O Tesouro de Sierra Madre”, soube utilizar a seu favor o carisma do casal protagonista e belas imagens para compor a estética do perigo em “Uma Aventura na África”. Vincente Minnelli (venceu em 1958 por Gigi) em Sinfonia em Paris traz o estilo musical bem peculiar ao longo de sua carreira.

São belissimos trabalhos que sem duvida foram muito bem indicados pela academia e para quem tinha o direito de voto com certeza teve dor de cabeça para escolher seu favorito.


MELHOR FILME

Gene Kelly e Leslie Caron em cena de An American in Paris.


O Oscar de 1952 apresentou ao público uma seleção de filmes digna de uma grande premiação e revelou aos espectadores películas que marcaram a história da sétima arte. Acredito que a Academia teve bastante dificuldade para escolher os indicados para Melhor Filme, pois dois grandes trabalhos (“Chaga de Fogo” e “Uma Aventura na África”) não foram lembrados, visto a qualidade dos concorrentes. 
Os cinco contemplados pela academia naquele ano foram: “Sinfonia de Paris”, “Decisão Antes do Amanhecer”, “Um Lugar ao Sol”, “Uma Rua Chamada Pecado” e “Quo Vadis” – todos os filmes são de origem americana, pois na época somente concorriam ao prêmio trabalhos produzidos nos Estados Unidos. Talvez a maior polêmica da edição tenha sido a vitória do musical “Sinfonia de Paris” sobre seus concorrentes, porque para muitos o favorito ao prêmio era o drama perturbador “Uma Rua Chamada Pecado” ou até mesmo o intrigante “Um lugar ao Sol”.
Mas a verdade é que, como dizem os antigos, a Academia "não dá ponto sem nó" e, ancorada pelo carisma de um dos maiores artistas que a Broadway já lançou (Gene Kelly), preferiu premiar “Sinfonia de Paris”, que aborda a história de amor de um pintor americano que vai tentar a sorte na bela Paris, tornando-o um dos primeiros musicais a ganharem o Oscar de Melhor Filme.
Outros grandes filmes também disputavam com o musical a estatueta dourada. O drama familiar “Uma Rua Chamada Pecado” conseguiu se elencar como um dos poucos filmes a preencher todas as categorias de atuação e, ainda, mais surpreendentemente, dar a três dos seus intérpretes os prêmios em suas respectivas categorias, faltando a vitória apenas na categoria Melhor Ator. Com um elenco tão expressivo quanto o filme de Kazan, “Um Lugar ao Sol” contava com Montgomery Clift, Shelley Winters e Elizabeth Taylor como personagens centrais de uma história trágica de amor e ambição. “Decisão antes do Amanhecer” se passa durante a Segunda Guerra Mundial e conta a história de prisioneiros alemães recrutados pelos americanos para que obtivessem informações dos nazistas – trata-se de um dos primeiros e poucos thrillers a concorrer na categoria máxima! Por fim, fechando os cinco indicados à disputa, há o filme “Quo Vadis”, um grandioso épico que acontece na Roma Antiga e narra a história de Nero e os temas adjacentes à sua vida, como a expansão da ideologia cristã e o romance entre o general Marcos Vinicius e Lygia.

por Rafael Castro

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Oscar 1952 - Sinfonia de Paris


         Jerry Mullygan (Gene Kelly) é o típico boa-praça: ex-combatente da Segunda Guerra, vive em Paris, onde estuda arte.  Querido pelas crianças, vive nas ruas tentando vender seus trabalhos, sempre acompanhado do amigo Adam Cook (Oscar Levant), um pianista que não deu muito certo.  Completa o trio Henri Baurel (Georges Guétary), um popular cantor que costuma acompanhar Cook ao piano, cantando num bistrô.  Um belo dia, Jerry conhece Milo Roberts (Nina Foch), um mulherão de parar o trânsito e, para variar, podre de rica.  Herdeira de um magnata do petróleo, Milo demonstra, inicialmente, interesse na obra de Mullygan; no entanto, suas reais intenções são outras.  Isso fica bem claro quando o convida para uma festa - onde ele é o único convidado.

          Durante um jantar entre os dois, o pintor conhece a bela Lisa Bouvier (Leslie Caron), por quem se sente, imediatamente, atraído.  Ele flerta com a moça que se esquiva.  Isso até começar a “cantoria” - afinal, o filme é um musical - e eles dançarem e rodopiarem pelo salão, começando ali, uma linda história de amor. Mas como toda história de amor que se preze há um impedimento entre os dois: Lisa é, nada mais, nada menos que noiva de Henri.  Até aí morreu Neves, afinal, casamento se desmancha na porta da igreja.  O grande problema é que Lisa tem uma dívida antiga com o namorado: ele foi o responsável por salvar sua família durante a Resistência Francesa.

         A partir daí, o filme entra numa onda de sonho e fantasia, onde Jerry “idealiza” sua história com Lisa.  Tudo embalado por belas canções.  Atenção para os cenários inspirados em sete grandes artistas: Toulouse-Lautrec, Dufy, Rosseau, Van Gogh, Utrillo, Manet e Renoir.

         Com roteiro de Alan Lemer e direção de Vicente Minelli, An American in Paris é um dos grandes musicais de todos os tempos, cujo ponto alto é o número estrelado por Gene e Leslie que dura exatos 16 minutos, batizado de “The American In Paris“.

CURIOSIDADES:
- Ocupa a nona colocação na lista da AFI dos 25 Maiores Musicais de Todos os Tempos (2006);

- O papel de Lisa ficaria com Cid Charisse que declinou do convite por estar grávida, fato que descobriu durante a pré-produção do longa. Gene havia assistido uma moça, durante as férias, num balé, em Paris. É aí que entra Leslie Caron que debutou, então, no cinema;

- Muitas sequências foram dirigidas por Gene, pois Minelli se divorciava de Judy Garland. Embora o nome de Kelly não esteja creditado como diretor, é pública a sua contribuição na condução do filme;

- A antológica sequência de 16 minutos, embalada por American in Paris Suite, de Gershwin, custou a bagatela de meio milhão de dólares;

- O filme não teve cena alguma gravada na capital francesa.  A MGM reproduziu, em estúdio, diversos pontos da cidade-luz;

- Gene era quase um quarentão enquanto Leslie tinha metade da sua idade.  No entanto, demonstra, em todos os números, fôlego de garoto.

PERFIL: VINCENTE MINELLI
Nascido aos 28 de fevereiro de 1903 como Lesther Anthony Minelli, Vicente Minelli é considerado, por muitos, como um dos pais do musical moderno.  De família de artistas, desde cedo teve contato com o gênero, iniciando a carreira como ator mambembe e, mais tarde, cenógrafo e figurinista.
Estreou na direção na Broadway e, alguns anos depois, no cinema, onde, contrato pela Metro, dirigiu 29 filmes durante os anos 40 e 60.

Conheceu Judy Garland durante as filmagens de "Agora Seremos Felizes" e casaram-se em 45. Da união nasceu Lisa Minelli que, como os pais, seguiu na carreira artística.

Entre os seus filmes mais famosos encontram-se "Gigi", "O Pirata", "O Pai da Noiva", "Assim Estava Escrito", etc... Foi indicado ao prêmio de melhor realizador em duas ocasiões: a primeira em 52 e a outra em 59.  Levou nesta última, por “Gigi”.

Morreu em 1986, aos 83 anos, durante o sono. Ele e Judy estavam divorciados desde 1951.

INDICAÇÕES:
1. Melhor Filme (venceu)
2. Melhor Direção
3. Melhor Edição
4. Melhor Fotografia (venceu)
5. Melhor Roteiro Original (venceu)
6. Melhor Direção de Arte (venceu)
7. Melhor Figurino (venceu)
8. Melhor Trilha Sonora (venceu)

por Marcelo Antunes

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Oscar 1952 - A Morte do Caixeiro-Viajante / The Mating Season


A história do filme é baseada na peça teatral escrita por Artur Miller (importante dramaturgo americano que também criou “As Bruxas de Salem” (1953) e foi casado com Marilyn Monroe). O filme dirigido pelo húngaro László Benedek conta a história do caixeiro-viajante Willy Loman (Fredric March, indicado como Melhor Ator), que convive com fracassos e, mesmo contando com ajuda de sua esposa, ele se vê mergulhado em devaneios tentando descobrir onde errou.
Willy viveu muitos anos de sua vida envolvidos com viagens de negócios notadamente infrutíferas, mas sempre acreditando que poderia ter uma vida de riquezas junto com sua família. Entretanto o país passou por mudanças econômicas  e sociais que acarretaram na escassez de clientes  dificultando cada vez mais o trabalho.

O personagem vivido por Fredric March (Vencedor por “Dr. Jekyll and Mr. Hyde”, 1932 e por “O Melhor Ano de Nossas Vidas”, de 1947) fica ainda mais deprimido ao perceber que seus filhos não têm um futuro promissor como ele havia imaginado o que traz consequências drásticas para sua família, principalmente porque Loman simplesmente não consegue enxergar o modo como está alienadamente inserido no american way of life, tendendo assim às desilusões que o põem depressivo.
O filme traz uma critica forte ao capitalismo e a fragilidade econômica do país na época correlacionando bem as fantasias de um novo estilo de vida às expectativas do capitalismo desmedido de meados do século XX. Indicado a cinco categorias ficaram sem levantar nenhuma estatueta nessa cerimônia. 
INDICAÇÕES:
1. Melhor Ator: Fredric March
2. Melhor Ator Coadjuvante: Kevin McCarthy
3. Melhor Atriz Coadjuvante: Mildred Dunnock
4. Melhor Fotografia PB: Franz Planer
5. Melhor Trilha Sonora: Alex North

por Rafael Castro

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Oscar 1952 - Melhor Ator / Melhor Atriz

Humphrey Bogart vencendo o prêmio por "Uma Aventura na África".


A cerimônia de 1952 foi marcada por grandes nomes nas categorias de atuação e os filmes indicados a Melhor Filme praticamente se estenderam a todas as categorias de atuação. A categoria de Best Actor in a Leading Role foi disputada por atores de diferentes filmes e o grande vitorioso da noite foi Humphrey Bogart, o que era de certo modo esperado, mas que, nem por isso, deixou de causar surpresas e expressões de espanto.

Dos indicados, apenas Marlon Brando era estreante, fosse na categoria de Melhor Ator ou em indicações ao Oscar. Sua interpretação como Stanley Kowalski na intensa obra “Uma Rua Chamada Pecado” atraiu olhares para ele e fez com que a Academia o indicasse pela sua performance bastante pungente. A experiência nos palcos, onde o ator já havia interpretado o mesmo personagem, decerto lhe auxiliou a torná-lo mais atrativo e mais maduro. Assim, o ator novato conquistou a sua primeira indicação (curiosamente, a primeira de quatro indicações consecutivas e de oito indicações no total). Arthur Kennedy, Humphrey Bogart e Montgomery Clift estavam todos em sua segunda indicação, respectivamente pelos filmes Bright Victory (aparentemente nunca lançado oficialmente no Brasil), “Uma Aventura na África” e “Um Lugar ao Sol”.

Arthur Kennedy dá vida a Larry Nevins, um sargento norte-americano que fica cego devido a um tiro disparado por um alemão em conflitos no norte de África durante a Segunda Guerra Mundial. O filme praticamente mostra o desempenho do ator num intenso processo de reabilitação, mostrando o desenvolvimento desse oficial em recuperar-se psicologicamente e poder dar continuidade à sua vida, apesar da atual condição. Das cinco indicações - uma anterior a 1952 e três posteriores - que esse ator conquistou, apenas essa lhe rendeu posição na categoria Melhor Ator. Montgomery Clift interpreta George Eastman, um rapaz que sonha alto e que acaba envolvido com uma moça humilde que trabalha na mesma fábrica que ele. Ao apaixonar-se por outra moça, alguém que pode lhe favorecer muito mais, ele decide armar um plano para desfazer-se da primeira, começando assim um trama de suspense. Tanto ele quanto Shelley Winters conquistaram indicações (ela como Melhor Atriz), e essa seria a segunda indicação de Clift, outras duas viriam nos anos de 1954 e 1962.

Humphrey Bogart, anteriormente indicado por “Casablanca” (1943), dá vida ao capitão de um pequeno barco que conduzirá uma missionária a uma região menos inóspita da África, que no momento se encontra em guerra. Como Charlie Allnut num filme co-protagonizado por Katharine Hepburn (também indicada), Bogart vive uma experiência bastante aventureira num rio bastante selvagem, com direito a muitos tiros e quedas d’água perigosas. Fredric March, que já havia conquistado dois Oscar (por “O Médico e o Monstro” [1931] e “Os Melhores Anos de Nossas Vidas” [1946]), interpreta o protagonista da adaptação da peça teatral de Arthur Miller, “Morte do Caixeiro Viajante”. Como Willy Lomam, um homem alienado pelas idéias de crescimento profissional e pelas expectativas sobre o filho, mas verdadeiramente incapaz de ser eficiente em seu trabalho e de enxergar a verdade por trás de sua vida incompleta, March conquista sua quinta e última indicação ao Oscar.

Se o vencedor - Humphrey Bogart - tinha relativamente a sua vitória esperada, por que as expressões de choque por parte do público e dos cinéfilos? Pelo simples fato de que Marlon Brando, em seu segundo filme, era o favorito ao prêmio por A Streetcar Named Desire, que concedeu a todos os seus colegas - Vivien Liegh, Kim Hunter e Karl Malden - as estatuetas nas respectivas categorias. Mas a Academia devia um prêmio a Bogart, já que ela simplesmente “se esqueceu” de indicá-lo ao prêmio pelos filmes “O Falcão Maltês” (1941), “Uma Aventura na Martinica” (1944), “À Beira do Abismo” (1946) e “O Tesouro de Serra Madre” (1948) - considerado os seus melhores filmes - e ainda também ter igualmente “se esquecido” de premiá-lo quando ele concorreu em 1944 por “Casablanca”, que não apenas é a sua melhor interpretação, como ainda é um dos melhores filmes já produzidos pelo cinema norte-americano! Assim, Brando, o favorito da noite, perdeu o prêmio a fim de que se fizesse justiça e que fosse premiado Bogart, que merecia já há algum tempo a estatueta. Curiosamente, os dois viriam a competir de novo no ano de 1955 e, desta vez, Brando saiu vitorioso pelo filme “Sindicato de Ladrões” enquanto Bogart saiu com a sua terceira e última indicação ao prêmio pelo filme “A Nave da Revolta”.

A meu ver, a grande pergunta que fica é a seguinte: apesar de ser considerado um prêmio de consolação a Bogart, poderia mesmo esse ator ter concebido uma interpretação mais significante do que a de Marlon Brando, o favorito da noite, ou qualquer um dos outros indicados a ponto de efetivar a sua vitória como merecida?

por Luís Adriano
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Vivien Leigh e o se segundo Oscar.







1952: uma quantidade menor de filmes, então não é tanta a surpresa na lista de indicadas à categoria de melhor atriz. Temos Eleanor Parker interpretando Mary, a esposa do detetive McLeod, no filme “Chaga de Fogo”; Vivien Leigh que fez Blanche DuBois, em visita a sua irmã, em “Uma Rua Chamada Pecado”; Katharine Hepburn como Rose Sayer, em uma fuga por águas africanas, no filme “Uma Aventura na África”; Jane Wyman, em “Ainda Há Sol em Minha Vida”, e, por fim, Shelley Winters vivendo uma operária em “Um Lugar ao Sol”.

Considero um ano complicado para se escolher uma das indicadas na categoria, pois todas, ao seu modo, interpretaram muito bem os seus papeis. Muitos consideram Katharine Hepburn e o Humphrey Bogart como um casal totalmente sem química, assumindo-se que sim, eles sejam um casal sem química levanta-se a questão: até que ponto isso pode ter atrapalhado a atuação da Katharine e a análise da mesma?

Uma escolha difícil a ser feita. Embora a decisão final tenha ficado acirrada realmente entre a Vivian Leigh e a Katharine Hepburn, quem acabou levando a premiação foi a inglesa, por sua forte e muito bem definida atuação, que, vale comentar, era apenas a quinta participação da atriz em filmes e, ainda mais curiosamente, era a segunda vez que recebia um Oscar por interpretar uma southern belle, coisa que já havia acontecido alguns anos antes, quando subira ao palco para receber o prêmio por “...E o Vento Levou”, de 1939.

por Levi Ventura

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Oscar 1952 - Um Lugar ao Sol


Quantos são os que desesperadamente correm atrás de uma única oportunidade de ter sucesso na vida? Imagine então a angústia da pessoa que consegue essa chance, mas de repente se vê em risco de perder tudo.

No filme “Um Lugar ao Sol”, dirigido por George Stevens, George Eastman (Montgomery Clift) conseguiu a chance dele. Seus pais eram dedicados a serviços religiosos e não se preocupavam em conseguir dinheiro o suficiente para viver uma vida confortável. George pensava diferente e ao conhecer seu rico tio, aceitou a proposta dele de mudar se de cidade para poder trabalhar na fábrica da família Eastman.

Lá foi direcionado a trabalhar na produção, empilhando caixas. Foi dado também o alerta que era firmemente proibido o relacionamento entre funcionários e isso era ainda mais importante para George, pois ele tinha de dar o exemplo já que carregava a reputação da família Eastman em seu sobrenome. Mas não foi bem isso que aconteceu. Logo George se envolveu com Alice (Shelley Winters) uma das operárias. O Sr. Eastman interessado em ajudar o sobrinho o promove e em uma das festas que o convida ele finalmente conhece a jovem, rica e linda Angela Vickers (Elizabeth Taylor), por quem já tinha interesse e logo se torna um amor correspondido. Parecia que tudo ia bem para George: foi promovido, tinha a proteção de seu tio e a companhia de uma linda mulher. Ele finalmente conseguiria seu lugar ao sol, porém recebeu uma notícia que colocava tudo o que ele conquistou em risco.

Uma boa trilha sonora, excelente atuações e muito boa direção garantiram ao filme 9 indicações na edição de 1952, sendo que foi premiado em 6 delas.


CURIOSIDADES:
· O Filme é baseado no romance “Uma Tragédia Americana” (1925) de Theodore Dreiser.

· A Paramount estava relutante em fazer o filme, já que em 1931 a adaptação feita do livro foi um desastre.

· O papel da Alice foi originalmente adaptado para Audrey Totter, porém na época ela estava sob contrato com a MGM, que não estava disposta a emprestá-la.

· Embora tenha sido lançado em 1951, o filme foi gravado em 1949.

PERFIL: ELIZABETH TAYLOR
Elizabeth nasceu em Londres, Inglaterra. Filha de uma ex-atriz e de um negociante de arte, morou em Londres até os sete anos, quando voltou com sua família para os Estados Unidos. Um amigo da família, ao ver a Elizabeth, sugeriu levá-la a um teste de tela. Após o seu bem sucedido teste ela assinou contrato com a Universal.

O Primeiro filme que atuou foi There’s One Born Every Minute de 1942; nessa época ela tinha 10 anos. Porém foi em National Velvet, de 1944, que ela teve a oportunidade de mostrar que veio para ficar. Seu ano mais movimentado foi 1954, quando se pôde vê-la em 4 produções distintas.

Aos 22 anos ela já era considerada uma das mais belas mulheres do mundo. Nos anos seguintes foi estrelando produção de sucesso após produção de sucesso. Em 1963 estreou o filme Cleopatra, que foi uma das produções mais caras até aquele momento. Foi atuando nesse filme que ela conheceu Richard Burton, que veio a ser seu quinto marido.

Em fevereiro de 1997, foi obrigada a fazer uma cirurgia para a remoção de um tumor cerebral, que foi bem sucedida, sendo somente em 23 de março, aos 79 anos, que ela faleceu vítima de problemas coronários.

INDICAÇÕES (6 vitórias):
1. Melhor Filme: George Stevens
2. Melhor Diretor: George Stevens (venceu)
3. Melhor Ator: Montgomery Clift
4. Melhor Atriz: Shelley Winters
5. Melhor Roteiro: Michael Wilson e Harry Brown (venceu)
6. Melhor Fotografia PB: William C.Mellor (venceu)
7. Melhor Figurino PB: Edith Head (venceu)
8. Melhor Edição: William Hornbeck (venceu)
9. Melhor Trilha Sonora: Franz Waxman (venceu)

por Levi Ventura

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Oscar 1952 - Chaga de Fogo / Ainda Há Sol em Minha Vida / Só Resta a Lembrança


As estórias de detetives sempre nos fascinaram: os escritores sir Arthur Conan Doyle, com os famosos Sherlock Holmes e seu fiel amigo Watson, e Agatha Christie, que compôs Jane Marple e Hércule Poirot, são representações do nosso gosto pelo texto - seja ele literário ou cinematográfico - investigativo. E o filme “Chaga de Fogo”, baseado numa peça homônima de teatro de Sidney Kingsley, nos traz um roteiro que aborda a vida de detetives também - a diferença é que se foca no lado mais prático e rotineiro do que no aspecto lúdico e misterioso da vida desses profissionais.

Assim conhecemos a 21ª Delegacia de Polícia, local no qual eles prendem e investigam desde furtos simples até crimes hediondos, como é o caso do Dr. Schneider, médico obstreta cuja carreira é marcada por inúmeras mortes além de ter uma granja na qual atende clandestinamente pacientes, normalmente levando-as à morte. E esse é talvez o maior problema a ser resolvido nesse enredo, que envolve o detetive McLeod (Kirk Douglas) e o Tenente Monagham (Horace McMahon), bem como inúmeros outros personagens essenciais ao cotidiano da delegacia além de Mary (Eleanor Parker), esposa do detetive McLeod, que traz consigo um segredo capaz de perturbar o rumo das investigações.

Todo o filme acontece praticamente num único ambiente - a delegacia de polícia - e toda a história acontece num único dia. E pode-se dizer que William Wyler conseguiu apresentar isso eficientemente, não nos deixando duvidar a qualquer momento que a narrativa acontece quase em tempo real. Vale comentar a participação de Lee Grant, que fez o seu film debut com esse título e admiravelmente já conquistou uma indicação ao Oscar. A Academia avaliou o filme e assumiu-o bom o suficiente para concorrer em quatro categorias, mas acabou por não premiá-lo em nenhuma delas.

INDICAÇÕES:
1. Melhor Diretor: William Wyler
2. Melhor Atriz: Eleanor Parker
3. Melhor Atriz Coadjuvante: Lee Grant
4. Melhor Roteiro Adaptado: Philip Yordan e Robert Wyler

por Luís Adriano

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The Blue Veil ou “Ainda Há Sol Em Minha Vida”, definitivamente, é um filme raro, embora tenha em seu cast um nome do peso como Charles Laughton. Conta a história de Louise “Loulou” Mason que, após enviuvar e perder o único filho, decide trabalhar como babá na casa de Frederick Begley, também viúvo, que se encanta por ela e a pede em casamento.  Ela se esquiva e ele se une à sua secretária, enquanto Loulou procura outro emprego.  Louise conhece novas famílias, até chegar ao lar dos Williams.  O chefe da família é ferido na guerra e a esposa vai ao seu encontro, deixando o filho sob a custódia da babá.  

Alguns anos se passam, os contatos cessam e o dinheiro que era enviado para o sustento da criança também para.  Louise assume então, completamente, a criação de Tony.  É quando a mãe surge reclamando a guarda do filho e Loulou foge com ele para a Flórida, sendo acusada de seqüestro.

O filme teve duas indicações para melhor atriz - na categoria principal e secundária -, mas, curiosamente, perdeu exatamente para atrizes de um mesmo filme – A Streetcar Named Desire (no caso, Vivien Leigh e Kim Hunter).

INDICAÇÕES:
1. Melhor Atriz: Jane Wyman
2. Melhor Atriz Coadjuvante: Joan Blondell

por Marcelo Antunes

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“Só Resta a Lembrança” é um dos indicados ao Oscar desse ano que estamos avaliando. Bright Victory, título original do filme, foi indicado em duas categorias: Melhor Ator (para Arthur Kenendy) e Melhor Som.

Adaptado por Robert Buckner do romance Lights Out (1945), de Baynard Kendrick, o filme se passa durante a 2ª Guerra Mundial e conta a trajetória de um soldado que acaba cego durante um combate no Norte da África.

Dirigido por Mark Robson e estrelado por Arthur Kennedy, Peggy Dow, Julia Adams, James Edwards, Will Geer, Nana Bryant, Jim Backus, e Rock Hudson (sim, Hudson, em dos seus primeiros filmes), “Só Resta a Lembrança” é um filme pouco conhecido e difícil de ser encontrado.

INDICAÇÕES:1. Melhor Ator: Arthur Kenendy
2. Melhor Edição de Som: Leslie I. Carey



por Thiago Paulo

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Oscar 1952 - Uma Rua Chamada Pecado

Esta, que é provavelmente uma das maiores obras do cinema, abre a década de 1950 e concorre a nada menos do que 12 estatuetas, sendo vencedor em 4 categorias. A obra de Elia Kazan nos traz a história de Blanche DuBois, um professora de inglês que vai visitar a irmã e o cunhado após um longo tempo sem vê-los. A chegada de Blanche causa transtorno à família Kowalski: ainda que Stella esteja muito contente com a vinda da irmã, Stanley, seu marido, se opõe veemente à permanência da cunhada e começa a se questionar o porquê da presença repentina dela.

Os problemas da família aumentam conforme a relação entre os personagens se expande: Blanche, interpretada por Vivien Leigh, se envolve com Mitch (Karl Malden), amigo de Stanley, que se vê obrigado a perturbar essa relação semeando a discórdia entre a cunhada e o amigo - e isso inevitavelmente resulta no desentendimento entre ele e Stella. Pouco a pouco, o filme percorre uma excelente análise ontológica - conhecemos o ciúme e a raiva de Stanley, a inveja e a dúvida de Blanche, a personalidade gentil e sempre caridosa de Stella além de um Mitch totalmente perturbado pelo seu sentimento por Blanche.

Ainda a obra implicita temas bastante polêmicos, como o adultério, que vemos na imagem da tensão sexual sempre crescente entre Stanley e Blanche; a homossexualidade, como depreendemos pelo diálogo entre Blanche e Mitch, quando ela conta sobre como seu parceiro morreu; além da própria alegoria do título e das cenas, que já nos revelam algo extremamente importante: o bonde chamado Desejo (“a streetcar named desire”) leva à rua chamada Cemitério - ou seja, o desejo extremo leva indubitavelmente à morte. E o que vemos é uma morte gradual de todos os personagens, que, incapazes de lidar com as relações humanas, vêem-nas sendo pouco a pouco destruídas.

A obra de Tennessee Williams, escrita e lançada originalmente em 1947, foi apresentada nos palcos entre dezembro de 1947 e dezembro de 1949, tendo como atores os mesmos intérpretes do filme, salvo Vivien Leigh, que interpretou Blanche nos teatros londrinos, cabendo à Jessica Tandy a personagem nos palcos americanos. Elia Kazan ficou responsável pela direção teatral e pela direção cinematográfica e o próprio autor da peça ajudou a transformá-la num filme, que acabou sendo filmado em apenas 36 dias. Todo o esforço dos atores e da equipe de filmagem fez com que essa película se tornasse uma das mais potentes obras cinematográficas, abordando eficientemente a dominação da classe aristocrática (Blanche) sobre a classe operária (Stanley), além de apresentar em ironia a decadência do teatro melodramático, visto na figura da protagonista, sempre cheia de expressões exageradas e de frases de impacto, sendo uma delas, aliás, a que mais marca esse filme: “[...] seja você quem, eu sempre dependi da bondade de estranhos”.

PERFIL: KIM HUNTER
Kim Hunter, cujo verdadeiro nome é Janet Cole, nasceu em Detroit, em 1922. Em 1939, aos 17 anos, quando estava no final do curso médio, apareceu pela primeira vez numa produção teatral, chamada Penny Wise, que atrairia os olhares de produtores que mais tarde a convidariam para trabalhar no cinema também. O seu filme de estréia foi The Seventh Victim, de 1943, mas passou praticamente toda a década de 1940 nos palcos, onde, em 1947, deu vida à personagem Stella Kowalski na realização da peça “Um Bonde Chamado Desejo”, de Tennessee Williams.

A década de 1950 começou extremamente positivo para a atriz, mas logo se mostrou uma época difícil para ela. Em 1951, ela reprisou no cinema o papel de sra. Kowalski no filme “Uma Rua Chamada Pecado”, que acabaria lhe rendendo dois importantes prêmios cinematográficos: o Globo de Ouro e o Oscar, ambos na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante. O comunismo assombrava os Estados Unidos naquele momento e todos viviam o temor do macartismo, que patrulhava os estúdios à procura de nomes da indústria do entretenimento que estavam relacionados ao comunismo. Devido à informação dada por Elia Kazan, o diretor de “Uma Rua Chamada Pecado”, o nome de Kim Hunter surgiu na lista negra - aquela que listava os nomes dos profissionais que ficariam desempregados dada a sua aliança político-econômica - e isso fez com que ela não conseguisse voltar às telas até o ano de 1957, depois de a Era McCarthy já estar em extrema decadência e, inclusive, o precursor - Joseph McCarthy - estar morto. Nesse meio tempo, a ganhadora do Oscar trabalhou em atuações menores, percorrendo o país em atuações teatrais e fazendo pequenas participações em seriados de TV.

Ainda que sua atuação no filme Lilith (1964) ser considerada uma de suas melhores, foi Dr. Zira, a sua personagem no filme “O Planeta dos Macacos” (1968) que a levou à fama, fazendo com que ela também aparecesse nas continuações, “De Volta ao Planeta dos Macacos” (1970) e “A Fuga do Planeta dos Macacos” (1971). Apesar de sua verdadeira predileção ser o teatro, Hunter apareceu em muitos filmes - um dos seus últimos papéis de destaque foi em “Meia-noite no Jardim do Bem e do Mal” (1997) - e também apareceu em séries de TV, tendo inclusive concorrido ao Emmy Awards por The Edge of the Night (1979). Toda a sua carreira lhe concedeu duas estrelas na calçada da fama: uma pelo seu desempenho televisivo e outra pelo seu desempenho cinematográfico. Sua morte aconteceu exatamente um ano após os ataques ao World Trade Center, em 11 de setembro de 2002, devido ao um ataque cardíaco aos 79 anos de idade.

CURIOSIDADES:

- É o primeiro de dois filmes (o segundo seria “Rede de Intrigas” [1976]) a ter três atores consagrados nas categorias de atuação.

- Jessica Tandy, que interpretou Blanche DuBois na Broadway juntamente com Brando, Hunter e Malden, foi substituída por Vivien Leigh porque esta atrairia mais o público por já ser bastante famosa.

- Apesar de o filme ser bastante similar à peça teatral, dois elementos foram severamente diminuídos, um deles desaparecendo, enquanto um foi totalmente modificado. Na peça, quando confessa a Mitch o porquê da morte de seu jovem marido, Blanche fala que o encontrou na cama com outro homem e ficou histérica; por nem sequer ter tentado compreendê-lo, o rapaz se matou. No filme, a alusão a esse elemento é pequena e bastante implícita. Na peça, há implicitamente um estupro, quando Stanley finalmente cedeu ao impulso sexual, agarrando Blanche e jogando-a à cama; no filme isso foi evidentemente removido pelo Código Moral e pelas entidades cristãs da indústria cinematográfica. O terceiro elemento é o final, no qual Stanley e Stella terminam separados, devido ao fato de ele ter feito mal à cunhada - como o estupro não acontece no filme, o casal termina junto após Blanche ser levada a um instituto psiquiátrico devido à sua esquizofrenia.

- Vivien Liegh, que atuou com Blanche na peça londrina sob a direção do seu então marido, Laurence Olivier, disse que sua interpretação se deve mais ao trabalho com Olivier do que com Kazan, o diretor do filme que rendeu a ela seu segundo Oscar.

- A fala “I have always depende don the kidness of strangers”, proferida por Blanche DuBois no final da obra, foi eleita a 75ª frase mais famosa de cinema enquanto a fala “Stella! Hey Stella!”, proferida por Stanley Kowalski à Stella, foi eleita a 45ª mais famosa pelo AFI (American Film Institute), cabendo ao filme, em 2007, também pelo AFI, a 47ª posição como “melhor filme de todos os tempos”.

- O apartamento dos Kowalski vai diminuindo conforme o filme progride a fim de aproximar a visão do espectador da visão de Blanche, que sofre de claustrofobia.

- Houve, a princípio, tensão entre Vivien Leigh e Marlon Brando: ela o achava afetado demais enquanto ele a achava muito difícil para se trabalhar com. Pouco tempo depois, antes da metade das gravações, os dois já haviam se tornado amigos e as filmagens aconteciam harmoniosamente.

INDICAÇÕES (4 vitórias):
1. Melhor Filme: Charles K. Feldman
2. Melhor Diretor: Elia Kazan
3. Melhor Ator: Marlon Brando
4. Melhor Atriz: Vivien Leigh (venceu)
5. Melhor Ator Coadjuvante: Karl Malden (venceu)
6. Melhor Atriz Coadjuvante: Kim Hunter (venceu)
7. Melhor Roteiro Adaptado: Tennessee Williams
8. Melhor Fotografia em Preto e Branco: Harry Stradling Sr.
9. Melhor Figurino em Preto e Branco: Lucinda Ballard
10. Melhor Direção de Arte em PB: Richard Day e George Hopkins (venceu)
11. Melhor Mixagem de Som: Nathan Levinson
12 Melhor Trilha Sonora: Alex North
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