quinta-feira, 29 de julho de 2010

Oscar 1981 - Opiniões: Parte 2


Gente Como A Gente e O Homem Elefante são dois filmes pelos quais tenho um carinho especial. O primeiro assisti numa das madrugadas da Globo, há muito tempo. O outro também vi ainda criança, na Bandeirantes, na mesma época em que a emissora exibiu Carrie, A Estranha - creio que tenha sido alguma sessão de filmes oscarizados que a emissora passava na ocasião. Logicamente que considero Touro Indomável um grande filme, mas, contrariando a grande maioria, para mim, a disputa do Oscar/1981 se deu entre as produções de Redford e Lynch.

Na abertura do mês, nosso texto levantou algumas questões. A primeira foi sobre a superioridade de Raging Bull sobre Ordinary People. Acho que, no parágrafo anterior, deixei bem claro qual é minha opinião. Apesar de Touro Indomável ter todos os elementos de um grande filme - e ele realmente é um grande filme - , faltou, para mim, enquanto espectador, o algo mais que me faz eleger esse ou aquele filme como um dos meus preferidos. O mesmo não acontece com The Elephant Man - na minha opinião, a grande obra-prima de David Lynch. A trajetória sofrida de John Merrick, as atuações memoráveis de John Hurt, Anthony Hopkins e Anne Bancroft, o roteiro de Christopher De Vore, Eric Bergren e do próprio Lynch, já o transformaram num jovem clássico.

Apesar de tudo, no entanto, considero a vitória de Gente Como A Gente mais que merecida. Em todas as outras vezes que o assisti, o impacto foi o mesmo da primeira vez. O tema é espinhoso. Há filmes aos montes que falam da relação entre pais e filhos; Robert Redford, no entanto, em sua estreia, nos apresenta uma equação inusitada: a falta de amor de uma mãe para com o filho. Porque é isso que fica bem claro durante as duas horas de filme. Beth Jarret não parece fazer muito esforço para “simplesmente” amar Conrad. A atuação de Mary Tyler Moore, contida, na maior parte do tempo, é magistral e não me conformo dela ter perdido a estatueta para Sissi Spacek. O mesmo digo de Timothy Hutton - essa sim, uma vitória merecida - que transformou o atormentado Conrad no - infelizmente - seu único sucesso.

Gente Como A Gente não é um filme de grandes acontecimentos e viradas inesperadas. É um filme tenso, uma panela de pressão. Uma vez, um amigo me falou que o título fora mal escolhido, pois os Jarret nunca foram “gente como a gente”. Eram ricos, bem-sucedidos, bonitos. Ele não pegou o espírito da coisa. São gente como a gente, sim, com os dramas e infernos particulares que toda família carrega - seja ela pobre ou rica.

Resumindo: o Oscar de 1981 foi parar em boas mãos. Merecidamente.

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Essa edição de 1981 foi complicada, alguns filmes foram impossível de encontrar. Filmes importantes para o cinema, que nem ao menos podemos conferir.

Todo ano que avaliamos aparece um filme que me surpreende. Sabe aquele filme que você nunca ouviu falar e que, aparentemente, você não daria a mínima atenção. Pois é, nessa edição, o francês "Meu Tio da América" foi um que me surpreendeu muito. Logo de cara,o filme já chama atenção por ter concorrido na categoria Melhor Roteiro. Ele não teria que estar disputando o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro? Com certeza, porém, sua indicação em Melhor Roteiro é mais que merecida. Nunca assisti nada igual, Alains Resnais mistura ficção e documentário de uma forma que vai surpreendendo a cada cena.

Nesse ano, Gente como a Gente se saiu como grande vencedor na noite de entrega do prêmio. Gostei bastante do filme, afinal, sou grande fã de dramas familiares. Robert Redford dirigiu um excelente roteiro, que emociona bastante. Sem contar as interpretações, que realmente mereceram estar entre os indicados. Timothy Hutton, que ganhou o prêmio de Ator Coadjuvante, foi o que mais chamou minha atenção. Como muitos já comentaram, é uma pena que o ator não conseguiu se destacar mais em sua carreira. Fez vários outros filmes, mas nada como esse pelo qual ganhou um Oscar.

Entre os que disputaram a estatueta de Melhor Filme também temos Touro Indomável, que é um filme bastante cansativo. É claro, tem a espetacular atuação de Robert De Niro, que, na minha opinião, é a melhor coisa do filme. Concluindo, Touro indomável não conseguiu me ganhar, todos os personagens são irritantes... Fiquei até com vontade de parar no meio do filme.

Não posso esquecer de Tess- Uma Lição de Vida, filme de Roman Polanski que apresenta uma das tramas mais triste do cinema. O que mais chama atenção nesse filme é a direção de arte., que está impecável. Além, é óbvio, de Nastassa Kiski, que bem poderia estar entre as indicadas a Melhor Atriz.

Entre esses três clássicos do cinema, temos O Homem Elefante, que pra mim é o melhor filme dessa edição. Mesmo tendo gostado bastante de Gente como a Gente, meu favorito desse ano é a produção de David Lynch. Apesar disso, é possível entender o porquê de Gente como a Gente ter ganho a estatueta de Melhor Filme. Dentre os cinco filmes, é muito mais fácil se identificar com Ordinary People, afinal, toda família já passou por algum tipo de crise. Por isso, a escolha da academia é bastante válida.


Oscar 1981 - Opiniãoes: Parte 1

A cerimônia de 1981 foi marcada pela vitória de Gente como a Gente, obra de Robert Redford, sobre Touro Indomável, que era o favorito ao prêmio máximo. Competindo com esses dois filmes, estavam também Tess, filme de Roman Polanski, O Destinou Mudou Sua Vida, de Michael Apted, e O Homem Elefante, de David Lynch.
É curioso pensar que das cinco obras que concorriam na categoria principal, três delas tinham como base uma história real. O Destino Mudou Sua Vida, Touro Indomável e O Homem-Elefante abordam as vidas de três figuras conhecidas: respectivamente, a cantora country Loretta Lynn, o boxeador Jake La Motta e Joseph Merrick, o primeiro homem a ser estudado com a atualmente conhecida Síndrome de Proteu. As outras duas obras, Tess e Gente como a Gente, ambas adaptadas de outros romances, falam respectivamente sobre a vida de uma jovem e os problemas que ele enfrenta em nome do amor e o segundo fala sobre a desintegração de uma família após a morte do filho mais velho num acidente de barco.

Honestamente acho que essa é uma das cerimônias que menos me impressionaram, principalmente no que diz respeito à categoria principal. Atualmente, cinéfilos consideram Tess, Touro Indomável e O Homem Elefante grandes obras dos diretores Polanski, Scorsese e Lynch, bem como Gente como a Gente, de Redford, é considerado uma das melhores estréias de um diretor. Michael Apted, diretor de O Destino Mudou Sua Vida, não é muito lembrado – e nem mesmo foi lembrado naquela cerimônia, que simplesmente o ignorou na categoria Melhor Diretor.

Vou, então, discorrer sobre o que acho a respeito da vitória de Gente como a Gente. Creio que de todos os filmes, apenas dois concorriam de fato – Ordinary People, que acabou vencendo, e Elephant Man, que não conquistou nenhuma das oito estatuetas a que foi nomeado. Todos os outros filmes, embora tenham os seus aspectos positivos, estavam fora da disputa. Tess, por exemplo, é uma obra com grandes atributos, decerto uma boa adaptação, alcançou níveis interessantes de qualidade artística e técnica, mas lhe falta a capacidade de atrair o público. Para mim, um filme pode ser tecnicamente maravilhoso, mas é necessário que entretenha o espectador, de modo que ele se torne completo. Um bom filme é aquele que atinge quem o vê e faz com que esse espectador devolva para o filme alguma emoção. Touro Indomável sofre do mesmo mal. Hoje todos o amam, mas creio que isso se deve à consolidada carreira de Scorsese – qualquer obra feita por ele vira febre entre cinéfilos. Ranging Bull tem excelente atuções, maravilhosa direção, elementos técnicos impressionantes, mas não exerce qualquer carisma no espectador, que o vê e depois de um tempo se cansa, pois parece que nada na história é capaz de atrair verdadeiramente a atenção. Nesse caso, o filme, que deveria emitir um sinal e receber outro de volta, acaba se tornando uma via de sentido único.
Isso muda quando tratamos das duas obras que eu disse que realmente concorriam. As duas obras são realmente interessantes e eu as considero boas emissoras e receptoras – nos passam uma informação e somos capazes de reagir positivamente a ela. A grande diferença entre os dois é o enredo. Ambos tratam de assuntos delicados: uma deficiência física que transforma uma vida em fonte de humilhação e a difícil tarefa de lidar com a morte de um ente querido. Eu posso dizer que gosto dos dois filmes, em intensidades quase semelhantes, mesmo que o foco do meu gostar se direcione a elementos distintos. Enquanto me agrada totalmente a parte técnica de O Homem Elefante, fico mais tendencioso pela parte artística e emocional de Gente como a Gente.

Não sei se devemos ver um filme com a mente ou com o coração. Creio que devemos saber dosar bem isso, a fim de não sobrevalorizar um filme que comova, mas seja tecnicamente falho nem diminuir um filme em que haja elementos técnicos bem elogiáveis e que falhe na sua concepção artística. Para mim, é inegável que, dentre as duas obras, a que mais aproxima o espectador da história narrada é Gente como a Gente, exatamente porque estamos vendo uma história que nos é quase palpável – toda família facilmente pode ser obrigada a lidar com a morte de um filho, até mesmo a nossa. E isso nos torna muito mais receptivos a obra de Redford do que nos sentimos próximos de uma obra que fala sobre um caso de neurofibromatose e deformidade em 90% do corpo.

Assim, creio que os membros da Academia se sentiram mais tocados por Ordinary People, de modo que o consideraram o melhor filme dentre os indicados. Eu provavelmente faria a mesma coisa, embora não desmereça nenhum dos outros filmes. O único pensamento que não sai da minha cabeça é o fato de que todos os filmes dessa edição me parecem sobrevalorizados, todos – sem exceção.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Oscar 1981 - Curiosidades...


1980 não foi apenas o ano em que Gente Como A Gente e Touro Indomável travaram a batalha nas telas, mas também o ano em que um ex-astro de Hollywood, Ronald Reagan, foi eleito presidente dos Estados Unidos. Coincidência ou não, no dia marcado para a cerimônia da 53ª Edição dos Academy Awards, Reagan sofreu um atentado por parte de John Hinckley, Jr., um obcecado pelo filme Taxi Driver e por Jodie Foster. Por conta do incidente, a premiação foi adiada para o dia seguinte, 31 de março de 1981.

Como foi dito na abertura do mês, esse foi um ano de fimes com tramas simples que consagrou Gente Como A Gente e o diretor estreante Robert Redford como estrelas daquela noite. O último diretor que havia levado o prêmio de Melhor Diretor em sua estreia foi Delbert Mann, pela comédia dramática Marty, em 1956.

Esse também foi um ano em que personagens verídicas foram retratadas: Sissy Spacek viveu a cantora country Loretta Lynn, John Hurt encarnou John Merrick, Jason Roberts foi Howard Hughes e Mary Steenburgen,Dummar Lynda, e, finalmente, Robert De Niro, Joe Pesci e Cathy Moriarty foram Jake La Motta, Joey e Vicky, respectivamente.

De Niro, depois de quatro filmes dirigidos por Scorsese, finalmente leva o prêmio de Melhor Ator. O estreante Timothy Hutton, filho do então recém-falecido ator Jim Hutton, ganhou na categoria Melhor Ator Coadjuvante, consagrando-se, aos 20 anos, como o mais jovem premiado nessa categoria, apesar do problemático adolescente Conrad Jarret ser claramente o protagonista do filme. Eva Le Galliene, indicada pela personagem Pearl, avó de Ellen Burstyn em Ressurreição, foi, naquele momento, a pessoa mais velha a ser indicada ao Oscar (82 anos e 37 dias). Tal marca foi quebrada por Jessica Tandy, em 91, por Tomates Verdes Fritos, aos 82 anos e 257 dias, e, em 98, por Gloria Stuart, por Titanic, aos 87 anos de idade.

Henry Fonda recebeu um Oscar honorário em reconhecimento à sua contribuição à sétima arte - o primeiro do tipo. O curioso é que o ator só havia recebido uma indicação na vida, por Vinhas da Ira, em 40, mas, finalmente, no ano seguinte, era laureado por sua atuação em Um Lago Dourado.

O Império Contra-Ataca é, para muita gente, o grande ignorado pela Academia, naquele ano, levando o prêmio de Melhor Som. Stanley Kubrick e o seu Iluminado, com a histórica atuação de Jack Nicholson também são lembrados.

Definitivamente, 1981 não é dos anos mais recordados, mas também teve suas histórias de bastidores para contar.


terça-feira, 27 de julho de 2010

Oscar 1981 - Tess - Uma Lição de Vida


Roman Polanski está sempre envolvido em grandes polêmicas, mas também, está sempre envolvido em grandes filmes. Por enquanto, vamos esquecer a vida pessoal do diretor e falar sobre uma de suas grandes obras cinematográficas: Tess - Uma Lição de Vida, um dos concorrentes a Melhor Filme em 1981.

Adaptado do romance de Thomas Hardy, Tess - Uma Lição de Vida conta a trágica história de uma jovem - interpretada por Nastassja Kinski - que é enviada para morar com seus possíveis parentes. Após ser, praticamente, estuprada pelo primo, Tess fica grávida. Ela volta pra casa dos pais, onde dá à luz e enfrenta a hipocrisia da sociedade.

A ideia de adaptar esse clássico foi de Sharon Tate, que disse a Polanski, seu marido na época, que o livro daria um grande filme. Acabou que não deu muito certo, a atriz foi assassinada e o filme só viu a luz do dia um bom tempo depois. Se vocês repararem, nos créditos iniciais, Polanski dedica o filme a Sheron Tate.

Além de receber indicações para várias outras premiações do cinema, Tess também foi nomeado nas categorias de Melhor Diretor, Melhor Trilha Sonora Original, Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia , Melhor Figurino, e, como já foi dito, Melhor Filme.

PERFIL: Roman Polanski

Roman Polanki nasceu em 1933 na França. Quatro anos depois se mudou, com sua família, para Pôlonia, onde, com 29 anos, começou sua carreira. Seu primeiro longa-metragem foi Knife in the Water, que acabou sendo nomeado ao Oscar na categoria Melhor Filme Estrangeiro.

Depois de filmar mais alguns longas na Europa, como por exemplo: Repulsa ao Sexo e Dança dos Vampiros, se mudou para os Estados Unidos. Em solo americano fez O Bebê de Rosemary, um de seus filmes mais famosos. Nessa época, sua esposa, que estava grávida, foi assassinada pelos integrantes da família Manson. A morte de Sheron o abalou bastante, após os assassinos serem presos, Polanski voltou para Europa para tentar se recuperar.

Polanski está envolvido em uma grande polêmica, em 1977 foi acusado e preso pelo estupro de uma garota de 13 anos. Apesar de assumir parte das acusações, o diretor diz que o sexo foi consensual. Recentemente, foi preso quando foi receber um prêmio em Zurique.

Além dessa indicação por Tess - Uma Lição de Vida, o diretor também recebeu mais duas: Por Chinatown e O Pianista, pelo qual levou o prêmio em 2002.

Seu último trabalho é O Escritor Fantasma, um thriller investigativo de primeira.

INDICAÇÃOES / PRÊMIOS
  • Melhor Filme
  • Melhor Diretor
  • Melhor Trilha Sonora Original
  • Melhor Direção de Arte
  • Melhor Fotografia
  • Melhor Figurino

domingo, 25 de julho de 2010

Oscar 1981: Breaker Moran / O Grande Santini - O Dom da Fúria



O Grande Santini - O Dom da Fúria é um filme de 1979 que conseguiu duas indicações ao Oscar em 1981: Concorreu o prêmio de Melhor Ator (Robert Duvall) e Melhor Ator Coadjuvante (Michael O’Okeefe).

A trama nos apresenta a Wilbur "Bull" Meecham, um dos melhores e mais respeitados piloto de caças da marinha. Por um outro lado, O Grande Santini (Apelido pelo qual Wilbur Meecham é conhecido) mantem uma complicada relação com sua família, principalmente seu filho de 18 anos. Ou seja, The Great Santini é um drama que mostra a dificuldade de um homem em conciliar sua vida profissional e com sua vida pessoal.

O roteiro é uma adaptação de John Lewis Carlino (também dirigiu o filme) para um romance de mesmo nome escrito por Pat Conroy, que se baseou em suas próprias experiências familiares para escrevê-lo. Seu pai foi quem inspirou o personagem de Robert Duvall.

Também fazem parte do elenco Blythe Danner, Stan Shaw, Lisa Jane Persky, Julie Anne Haddock, Brian Andrews, Theresa Merritt

INDICAÇÕES:
  • Melhor Ator
  • Melhor Ator Coadjuvante
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Baseado em acontecimentos reais, Breaker Morant é uma produção australiana de 1980 que conta a história de três tenentes australianos - Harry "Breaker" Morant, Peter Handcock e George Witton, presos sob acusação de homicído e que são levados à Corte Marcial para julgamento, durante a Segunda Guerra dos Bôeres. Na realidade, os acusados serviram como bodes expiatórios de seu próprio exército que usou o julgamento para demonstrar estar disposto a punir seus próprios homens e trazer a guerra ao fim com um tratado de paz.

Com um elenco quase todo australiano, Breaker Morant trazia no papel principal, o recém-falecido Edward Woodward, embora, reze a lenda, que o nome cogitado incialmente fosse o de Rod Steiger. Ganhador de vários prêmios, Breaker Morant foi indicado ao Oscar pelo roteiro de Jonathan Hardy, David Stevens e Bruce Beresford.

INDICAÇÃO:
  • Melhor Roteiro Adaptado

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Oscar 1981 - O Homem Elefante


Das cinebiografias que concorreram no Oscar em 1981, a personalidade mais chocante provavelmente é Joseph Merrick, O Homem Elefante. A origem dos estudos - que atualmente ainda são poucos - acerca da doença denominada Síndrome de Proteus teve como figura primeira o personagem principal desse filme de David Lynch, que concorreu em oito categorias.

A vida de Joseph Merrick é transposta para as telas na criação de John Merrick, interpretado por John Hurt. Primeiro, o personagem é apresentado num circo, sob o codinome "O Homem Elefante"; anterior à sua exibição, há uma narrativa do abusivo dono do circo que diz que a mãe de Merrick fora atacada por um elefante antes de tê-lo. O médico Frederick Treves o encontra por acaso e o traz para o hospital, a fim de examiná-lo, estudá-lo e, talvez, encontrar um meio de tornar a sua existência mais pacífica e menos vergonhosa.

Interessante ressaltar que o roteiro foi adaptado de dois importantes livros: o diário de Frederick Treves e o "Estudo da Dignidade Humana". O diretor do filme teve participação na elaboração do roteiro, que impressionou a Academia e esta o indicou não apenas nas categorias técnicas, como também nas artísticas, como atuação e direção. Abertamente, a Academiu admitiu a criação da categoria "Melhor Maquiagem", no ano seguinte - 1982 -, exatamente por não ter podido premiar O Homem Elefante no ano em que ele concorreu, já que a categoria até então não existia.

PERFIL: John Hurt

Esse inglês de 70 anos - nasceu em 1940 - tornou-se mundialmente conhecido pelos seus papéis centrais em O Homem Elefante e O Expresso da Meia-Noite. Na Inglaterra, é muito conhecido pela sua voz agradável, que usualmente é muito bem explorada nos longas e séries de TV de que participa. Também é famoso pelas várias vezes que interpretou personagens shakespeareanos.

Seu interesse por atuação provavelmente provém do fato de que a mãe tinha sido uma atriz. Depois, quando foi estudar num colégio católico, desenvolveu a arte de atuar no teatro da escola. Estudou o suficiente para ingressar numa escola de arte dramática mais tarde e chegou a posar sem roupa com a finalidade de arrecadar dinheiro para pagar os estudos. Estreou no cinema em 1962, embora o seu primeiro grande papel só tenha vindo em 1966. Paralelamente à carreira no cinema, esteve também na TV, obtendo em 1975 uma indicação na Academia Britânica de Prêmios Televisivos.

Participou de várias séries de TV, filmes para a TV e filmes para o cinema, sendo estes alguns de seus trabalhos: A Chave Mestra, O Homem Elefante, V de Vingança, Perfume (narrador), Hellboy, Harry Potter.

CURIOSIDADES:

- O nome verdadeiro de John Merrick era Joseph Merrick, mas, como o roteiro se embasou nos livros do médico que o tratou, e no livro as anotações chamam-no de "John", este foi o nome dado ao personagem do filme;

- a maquiagem de John Hurt demorava cerca de 12 horas para ficar pronta;

- David Lynch, que é também artista plástico, tentou ele mesmo fazer a maquiagem de John Hurt, sem sucesso.

INDICAÇÕES:
  • Melhor Filme
  • Melhor Diretor (David Lynch)
  • Melhor Ator (John Hurt)
  • Melhor Roteiro Adaptado
  • Melhor Figurino
  • Melhor Montagem
  • Melhor Trilha Sonora
  • Melhor Direção de Arte

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Oscar 1981 - Meu Tio da América / Ressureição


Meu Tio da América é um puta filme! Mas o que eu conheço de gente que odiou... Essas são palavras de Marcelo Antunes, um dos integrantes desse blog.

O que ele disse faz todo sentido e resume muito bem esse filme, porque você pode adorá-lo, ou simplesmente odiá-lo. Meu Tio da América é um filme complicado, não só por ser bem monótono (chega a ser quase um documentário), mas também porque pode ser de difícil compreensão para alguns.

Dirigido por Alain Resnais, Mon Oncle d’Amérique - nome original - recebeu uma única indicação ao Oscar de 1981. Disputou a estatueta de Melhor Roteiro Original com Brubaker, Melvin & Howard, Fama e A Recruta Benjamin. Se formos parar para pensar, essa indicação chega a ser bem estranha, afinal “Meu Tio da América” é um filme frânces e os outros todos americanos.

O roteiro do filme é maravilhoso, essa indicação foi mais que merecida. Para quem nunca ouviu falar nesse filme, ele conta, desde a infância até a vida adulta, a história de René (Gérard Depardieu), Janine (Nicolas Garcia) e Jean (Roger Pierre). Em meio a isso, o filme também apresenta comentários do filósofo e escrito Henri Laborit, que se utiliza da história desses três personagens para explicar sua teoria sobre a psicologia evolutiva.

Alain Resnais fez um fime que merece atenção dos cinéfilos, ele apresenta algo ficcional com uma pitada documental. Isso é um dos pontos positivos do filme, que impressiona bastante com sua explicação para a vida.


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Imagine se você tivesse o dom de curar doenças? Edna McCauley, personagem de Ellen Burstyn em Ressurreição (Ressurection), tem. Poderes extra-sensoriais? Farsa? Qual é o segredo dessa mulher?

Tudo começa no aniversário do marido de Edna. Após presenteá-lo com um carro novo, os dois saem para um passeio. Tudo parecia ir muito bem até um terrível acidente acontecer. Os dois morrem. Edna, porém, tem uma experiência de quase-morte e acorda num hospital. Sua coluna sofreu danos permanentes e ela deverá andar a vida inteira, amparada por muletas. É quando o seu dom se manifesta.

Tudo começa pela cura da hemorragia nasal de uma garotinha e, depois, de suas próprias pernas que voltam a andar sem as muletas. Nessa altura da história, surge Cal Carpenter, uma rapaz que fora esfaqueado numa briga de bar, que Edna cura e que, mais tarde, acaba se tornando seu amante.

Os poderes de Edna começam a causar-lhe problemas, inclusive, dentro da própria família. O pai, um fanático religioso, a acusa de estar endemoniada. Edna passa a ser objeto de estudo de um grupo de pesquisa da Universidade.

Com grandes atuações de Ellen Burstyn e Sam Shepard, o filme foi indicado para os prêmios de Melhor Atriz e Melhor Atriz Coadjuvante, pelos desempenhos de Burstyn e Eva Le Galliene.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Oscar 1981 - Melvin e Howard


Imagina um cara bacana, mas sem um pingo de sorte. Pois bem, esse cara existe e atende pelo nome de Melvin. Uma noite, porém, as coisas parecem mudar para ele - e tudo por causa de uma carona. Viajando pelo deserto, Melvin ajuda um desconhecido que acabara de se acidentar. O estranho se apresenta como Howard Hughes, um famoso - e excêntrico - milionário. Melvin, evidente, achou que era piada. Mas algum tempo depois, nosso herói recebe uma carta comunicando o falecimento de Howard e dizendo que, agora, ele era herdeiro de uma parte da fortuna do ricaço.

Dirigido por Jonathan Demme, com roteiro assinado por Bo Goldman, o longa foi baseado em fatos reais e concorreu nas categorias de Melho Ator Coadjuvante (Jason Robards), de Melhor Atriz Coadjuvante (Mary Steenburgen) Melhor Roteiro Original, levando o prêmio nas duas últimas.

PERFIL: Mary Steenburgen
Filha de um condutor ferroviário e uma secretária de escola, Mary Steenburgen nasceu no Arkansas, em 08 de fevereiro de 1953. Apaixonada por artes, começou a fazer teatro ainda na escola. Estreou no cinema aos 19 anos de idade, em "Com a Corda No Pescoço, atuando ao lado de Jack Nicholson. Ganhou o Oscar na sua terceira experiência no cinema, como Lynda Dummar na comédia "Melvin e Howard", dirigida por Jonathan Demme. Um ano depois ela seria indicada ao Globo de Ouro por sua participação em "Na Época do Ragtime", assinado por Milos Forman.

Engajada em causas humanitárias, atua, ao lado da atriz Alfree Wodard, na ONG Artistas para uma África do Sul Livre.

CURIOSIDADES: Você sabia que...

... o Melvin de verdade fez uma pequena aparição no longa?

INDICAÇÕES / PRÊMIOS:
  • Melhor Atriz Coadjuvante
  • Melhor Ator Coadjuvante
  • Melhor Roteiro original



quarta-feira, 14 de julho de 2010

Oscar 1981 - Touro Indomável


Não é novidade que a Academia gosta de cinebiografias. No post anterior, o Marcelo comentou sobre o filme Coal Miner’s Daughter, que aborda a vida da cantora country Loretta Lynn, vivida por Sissy Spacek. Agora, eu comentou sobre Ranging Bull, no qual a personalidade famosa em destaque é o boxeador Jake La Motta, nesse filme dirigido por Martin Scorsese e com o seu astro de afeição Robert De Niro.

A Academia se impressionou tanto com o filme, que, juntamente com O Homem-Elefante, lhe concedeu oito indicações, das quais Touro Indomável venceu duas. Curiosamente, quatro anos antes, a Academia havia indicado De Niro por Taxi Driver, no qual atuou sob a direção de Scorcese, e onze anos mais tarde, o indicaria de novo por Cabo do Medo, também dirigido pelo mesmo diretor.

Por ser uma cinebiografia, o contato com a personalidade verídica foi fundamental para a boa composição do personagem e De Niro treinou com o verdadeiro La Motta. O filme ainda conta com uma edição ágil e uma fotografia que se alterna de colorido para preto e branco – e muitos consideram que essa seja a obra-prima de Martin Scorsese.

PERFIL: ROBERT DE NIRO

Ele é conhecido por ser muito perfeccionista: nas suas atuações, busca sempre captar o máximo possível de trejeitos para caracterizar com segurança um personagem. Já engordou, já cerrou os dentes, aprendeu a tocar saxofone, aprendeu a luta boxe – tudo isso em função de seus personagens.

Nascido em Nova Iorque, em 1943, e de ascendência italiana, De Niro estreou no cinema num filme de Brian de Palma, Quem Anda Cantando as Nossas Mulheres. É importante comentar que foi esse diretor que o apresentou àquele que seria responsável por três das suas seis indicações: Martin Scorcese. Durante muitos anos, de Niro envolveu-se apenas em filmes dramáticos, mas se deixou levar pelas comédias e recentemente tem apostado em filmes desse gênero, como Entrando numa Fria.

Sua última indicação ao Oscar aconteceu em 1992, pelo filme O Cabo do Medo e desde então tem investido nas comédias, as quais são mais valorizadas pelo Globo de Ouro e filmes como Entrando numa Fria e A Máfia no Divã lhe renderam indicações nesse circuito de prêmios.

CURIOSIDADES:

- Sharon Stone fez testes para participar de Touro Indomável;

- Robert de Niro engordou 27 quilos para interpretar Jake La Motta e as filmagens ficaram interrompidas por quatro meses enquanto ele engordava.

- Um dos possíveis motivos pelo qual Touro Indomável perdeu o prêmio máximo foi um acontecimento anterior que envolveu John Hincley Jr. e o então presidente Ronald Reagan – Hincley, depois de tentar assassinar o presidente, afirmou que era fascinado por Taxi Driver, obra de Scorcese.

INDICAÇÕES/PRÊMIOS:
  • Melhor Filme
  • Melhor Diretor (Martin Scorcese)
  • Melhor Ator (Robert de Niro)
  • Melhor Ator Coadjuvante (Joe Pesci)
  • Melhor Atriz Coadjuvante (Cathy Moriarty)
  • Melhor Edição
  • Melhor Fotografia
  • Melhor Som

terça-feira, 13 de julho de 2010

Oscar 1981 - Brubaker / A Recruta Benjamin


Se nos dias de hoje surgisse uma notícia de que um filme de prisão foi indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original, poderia até parecer uma piada. Nada contra filmes desse tipo, mas o que teria de tão original nesse roteiro? Já é um gênero tão desgastado. Bem, isso nos dias atuais, porque em 1981 isso realmente aconteceu: Brubaker, filme cuja trama se passa dentro de uma prisão, acabou sendo indicado na categoria de Melhor Roteiro Original.

No longa, dirigido por Stuart Rosenberg e protagonizado por Robert Redford, Warden Henry Brubaker é um dos mais novos “moradores” de uma prisão localizada no interior. Quando chega ao local, percebe que os presidiários não são tratados como deveriam; os direitos humanos são completamente ignorados pela direção e funcionários. Mais tarde, cansado de ver as barbaridades que acontecem com os presos, Brubaker acaba revelando que, na verdade, é o novo diretor do presidio e que tem como meta reformar todo o sistema do local.

Produzido por Ron Silverman, Brubaker ainda traz em seu elenco Morgan Freeman e Nicolas Cage, que não passa de um figurante que nem ao menos foi creditado (esse foi seu primeiro filme).

Comparado com alguns dos outros indicados nessa 53ª edição do Oscar, Brubaker pode até não ser lá essas coisas, mas, levando em consideração que é um filme de prisão, ele até que consegue apresentar uma certa originalidade em seu roteiro.

INDICAÇÃO:

  • Melhor Roteiro Original
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Private Benjamin - nome original - é um filme de comédia que teve umas das melhores bilheterias em 1980. Protagonizado por Goldie Hawn (A Morte lhe Cai Bem e Doidas Demais), o longa mostra o que acontece quando uma mulher judia se junta ao exército americano após a morte do marido.

Dirigido por Howard Zieff (do clássico "Meu primeiro Amor") e roteirizado por Nancy Meyers e Harvey Miller, o longa sempre figura nas listas de filmes mais engraçados do cinema.

O sucesso foi tanto que, além de receber três indicações ao oscar (melhor atriz, melhor atriz coadjuvante e melhor roteiro original), A Recruta Benjamin acabou virando uma série de TV um ano após seu lançamento.

Trinta anos depois “A Recruta Benjamin” pode conquistar o público novamente: Ainda esse ano será lançado um remake do filme, onde Anna Faris ( Todo Mundo em Pânico) interpreta a personagem titulo. Será que vai dar certo dessa vez?

INDICAÇÕES:
  • Melhor Atriz
  • Melhor Atriz Coadjuvante
  • Melhor Roteiro Adaptado



segunda-feira, 12 de julho de 2010

Oscar 1981 - O Destino Mudou sua Vida


Você já ouviu falar de Loretta Lynn? Uma das mais conhecidas cantouras country estadunidenses teve sua vida levada às telas, no ano de 1980, na cinebiografia “O Destino Mudou Sua Vida” (Coal Miner's Daughter), dirigida por Michael Apted e que valeu à Sissy Spacek o Oscar de Melhor Atriz.

Kentuck, Estados Unidos. Tendo o marido como incentivador, Loretta Webb tenta se lançar como cantora. Inicialmente cantando em igrejas e em shows locais, a carreira de Loretta deslancha graças ao apoio de Don Grashey, presidente da Zero Records.

Amiga de Patsy Cline, maior expoente desse estilo musical, a canção mais famosa de Lynn chama-se Coal Miner's Daughter, exatamente como sua autobiografia fora batizada, alguns anos mais tarde, e também o filme que conta sua vida.

PERFIL: SISSY SPACEK

Mary Elizabeth "Sissy" Spacek nasceu no natal de 1949 e,desde muito cedo, graças à influência de Rip Torn, que é seu primo, decidiu seguir a carreira artística.

Seu primeiro filme foi dirigido por Jac Fish, que também foi seu primeiro marido. O sucesso, porém, chegou na carona de Carrie, A Estranha, longa de Brian de Palma, baseado em obra de Stephen King e que lhe valeu uma nomeação ao Oscar de 1977.

Recebeu seis indicações ao prêmio de Melhor Atriz, vencendo em 81. Também já levou o Globo de Ouro em três ocasiões: uma como Melhor Atriz por Entre Quatro Paredes e duas como Melhor Atriz - Comédia / Musical por O Destino Mudou Sua Vida e Crimes do Coração

CURIOSIDADES: Você sabia...

... que Loretta Lynn não resistiu e desmaiou ao ver maquiado Levon Helm, ator que deu vida ao seu pai, no longa?

INDICAÇÕES / PRÊMIOS:
  • Melhor Filme
  • Melhor Atriz
  • Melhor Direção de Arte
  • Melhor Edição
  • Melhor Som
  • Melhor Roteiro Adaptado


sábado, 10 de julho de 2010

Oscar 1981 - Glória / Fama


Pode-se ter um fiasco de filme quando marido e mulher se unem para trabalhar juntos. É o caso de Destino Insólito, no qual Guy Ritchie dirigiu sua então esposa, Madonna. No caso de Glória, a junção marido-marido pareceu bem produtiva, uma vez que a produção pôde não apenas agradar às pessoas, mas também ser reconhecida pela Academia, que concedeu à Gena Rowlands a sua segunda indicação ao prêmio de atuação em papel principal.

Tendo o roteiro pronto e com a intenção de vendê-lo, John Cassavetes foi convencido pela esposa a dirigi-lo e deixá-la atuar como a personagem-título. Como já haviam realizados obras juntos antes - e uma delas rendera aos dois indicações ao Oscar -, não havia um porquê de não realizar outra outra. Gloria, interpretada por Rowlands, é uma mulher forte: ex-namorada de um mafioso, ela precisa tomar conta de um garoto de seis anos quando a família dele é assassinada. Sua relação com a máfia é dúbia e o seu temperamento é forte o suficiente para fazer com que ela seja capaz de se defender e, ao mesmo tempo, proteger a criança.

Alguns consideram que Glória seja o filme mais comercial de Cassavetes. Muitos espectadores conseguem identificar semelhanças entre Glória e Verônica, filme nacional estrelado por Andréa Beltrão - respeitando as suas características particulares, pode-se dizer que sejam filmes parecidos. Independentemente do quão comercial é ou de que filmes inspirou no futuro, Glória foi reconhecido pela Academia, que o indicou na categoria Melhor Atriz.

INDICAÇÃO:

  • Melhor Atriz - Gena Rowlands

CURIOSIDADE:

- Glória teve um remake em 1999. Foi estrelado por Sharon Stone e chamou-se Glória - A Mulher.

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Dirigido por Alan Parker, que é bastante conhecido por filmes como Mississipi em Chamas e o também musical dramático Evita, Fama é uma obra cujo enfoque engloba a vida de oito jovens que buscam uma vaga na Escola de Artes de Nova Iorque. Não se esquecendo do lado dramático, o roteiro se ocupa em mostrar os problemas pelos quais cada personagem passa e desse modo somos apresentados às suas vidas tumultuadas, nas quais vemos o aborto, a homossexualidade, a ambição desmedia, etc.

A Academia gostou mesmo do filme: indicou em 6 categorias e lhe entregou duas estatuetas, a de Melhor Trilha Sonora e Melhor Canção Original. Em outros circuitos de prêmios, o filme também obeteve muito sucesso e recebeu alguns prêmios menores.

INDICAÇÕES / PRÊMIOS:
  • Melhor Roteiro Original - Christopher Gore
  • Melhor Trilha Sonora
  • Melhor Canção Original (Fame)
  • Melhor Canção Original (Out Here on my Own)
  • Melhor Edição- Melhor Som
CURIOSIDADES:

- Foi lançado em 1999 um remake homônimo de Fama.- Madonna fez testes para participar de Fame.- Originou uma série de TV homônima.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Oscar 1981 - Gente como a Gente


Dentre seis indicação na 53ª Academy Awards, Gente como a Gente acabou levando quatro delas: Melhor Diretor para Robert Redford, Melhor Ator Coadjuvante para Timothy Hutton, Melhor Roteiro Adaptado para Alvin Sargent e ainda “Melhor Filme” o prêmio mais importante da cerimônia.

Com um roteiro adaptado do livro - de mesmo nome - escrito por Judith Guest, o filme nos apresenta ao drama dos Jarrets; uma família em crise, que aos poucos, começa a se “desintegrar”.

Após a morte de Jordam Jarret em um acidente de barco, seu irmão Conrad (que também estava presente), se sentindo culpado, tenta cometer suicídio. Calvin e Beth, pais dos dois, acabam conseguindo salvá-lo. Alguns meses depois, Conrad, que não consegue dormir, decide procurar pelo Dr. Berger (um psicólogo que acaba ajudando o rapaz a entender o que está acontecendo com ele). A partir daí, quando tudo parecia estar voltando ao normal, o trio descobre que as feridas causadas pela dor da perda ainda não se cicatrizaram.

O drama familiar foi o primeiro filme conduzido por Robert Redford; que logo de cara já se mostrou um excelente diretor. O elenco entrega ao telespectador interpretações inclíveis. Destaque para Timothy Hutton, Judd Hirsh e Mary Tyler Moore, donos das cenas mais marcantes e emocionantes do longa.

Perfil: Timothy Hutton

Timothy Hutton Tarquin nasceu em 16 de Agosto de 1960 e recebeu todo o apoio dos pais quando decidiu que queria ser ator. Sua carreira começou em peças de teatro e filmes televisivos para ABC, NBC, CBS e etc.

Em 1965 fez sua primeira ponta em um longa, nem foi creditado por isso. De 1972 até 1979 só fez trabalhos para Tv: Friendly Fire e To The Best PlaceBe são dois deles. Em 1980 impressionou com sua interpretação em Ordinary People (Gente como a Gente), e acabou ganhando um Oscar de Melhor ator Coadjuvante. É considerado como o ator mais jovem a ganhar um Oscar.

Após ganhar o Oscar, o ator não conseguiu ficar tanto em evidência. Depois de trabalhar sob o comando de Robert Redford fez Taps, que acabou decepcionado bastante. Nessa época também trabalhou ao lado de Jessica Lange e Dennis Quaind em Quando me Apaixono (Everybody's All-American).

Seus filmes mais recentes são Armadilhas do Amor, O Bom Pastor, Janela Secreta, Kinsey - Vamos Falar de Sexo e O Escritor Fantasma. Atualmente, também encabeça o elenco da série Levarage, onde incorpora um ex-investigador de seguros que usa seus conhecimentos para ajudar pessoas comuns.

INDICAÇÕES:
  • Melhor Filme
  • Melhor Diretor - Robert Redford
  • Melhor Atriz - Mary Tyler Moore
  • Melhor Ator Coadjuvante - Timothy Hutton
  • Melhor Ator Coadjuvante - Judd Hirsch
  • Melhor Roteiro Adaptado - Alvin Sargent


domingo, 4 de julho de 2010

Oscar 1981 - O Substituto / Bar Max



Um filme dentro do filme - é como podemos definir O Substituto (The Stunt Man) à primeira vista. Mas o filme de Richard Rush é mais. Muito mais.

Adaptado do romance de Paul Brodeur, o longa foi nomeado em três categorias do Oscar: Melhor Ator, Melhor Diretor e Melhor Roteiro Adaptado, e conta a história de Cameron - papel de Steve Railsback - fugitivo da polícia que, durante as filmagens de um filme, mata acidentalmente um dublê de cinema. O excêntrico diretor Eli Cross (Peter O’Toole) diz à polícia que Cameron é o morto. Em troca, exige que ele trabalhe em cenas arriscadíssimas.

PERFIL: Peter O’Toole


Nascido na Irlanda, aos 02 de agosto de 1932, Peter O’Tolle começou sua carreira como jornalista, mas logo descobriu o teatro, frequentando, após o serviço militar, a Academia Real de Arte Dramática, ao lado de nomes como Albert Finney, Alan Bates e Richard Harris. Após uma estréia cinematográfica discreta, é escolhido, em 62, para protagonizar o clássico Lawrence da Arábia. Recebeu, ao longo da carreira, sete nomeações ao Oscar, sendo, finalmente, agraciado em 2003, pelo conjunto da carreira. Após um pequeno hiato nos anos de 1970, causados pelo alcoolismo, retorna à tela grande com o cult O Substituto.

É pai da também atriz Anette O’Toole.

CURIOSIDADES: Você sabia...

... que O Substituto permaneceu meses encostado, sem ser lançado? Que Richard Rush chegou a sofrer um e
enfarte por conta disso e que O’Toole teve de usar de sua influência para divulgar a obra?

... que David Lean, diretor de Lawrence da Arábia, foi a inspiração de Peter O’Toole para compôr o seu Eli Cross?

... que o filme é constantemente citado como exemplo de metaficção e pós-modernismo por brincar com os acontecimentos ditos reais e aqueles que estavam sendo rodados no filme de Cross?

INDICAÇÃO:
  • Melhor Ator
  • Melhor diretor
  • Melhor Roteiro Adaptado

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Bar Max, adaptação de um livro escrito por Todd Walton, é pouco conhecido e difícil de se encontrar, mas, pelo que observei nas poucas informações que encontrei, é um ótimo filme.

Dirigido por Richard Donner (Superman - O Filme, Maquina Mortífera), Inside Moves - título original - recebeu uma única indicação na 53 Edição do Oscar.

Com ajuda da competente direção e da ótima interpretação de John Savage, o longa conta a história de Roary (Savage), um jovem que está em processo recuperação após uma fracassada tentativa de suicídio. Durante esse difícil processo, ele começa a frequentar um bar e acaba conhecendo pessoas com problemas parecidos com o seu.

O roteiro é assinado por Barry Levinson e Valerie Curtim, e além de John Savage, também fazem parte do elenco David Morse (Dançando no Escuro, Paranóia) e Diana Scarwide (A Cura, Party Monster), motivo pelo qual o filme foi indicado em 1981.

INDICAÇÃO:
  • Melhor Atriz Coadjuvante

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Abertura: 1981 - 53ª Edição do Oscar


Não há “rodinha cinéfila” que se preze que não discuta a 53ª Edição dos Academy Awards (filmes exibidos em 80 e premiados em 81). Num ano em que a maioria apostava na vitória de Martin Scorsese e o seu “Touro Indomável”, o ator e diretor boa-pinta Robert Redford passou a frente com o drama “Gente como a Gente”. Justiça? Injustiça? Depende do ponto de vista.

A maioria dos indicados dessa edição não foi nenhum arrasa-quarteirão. Basicamente, todos retratavam os dramas e difculdades na vida de pessoas comuns. Gente como a Gente (Ordinary People) nos apresentava aos Jarret e o impacto que a morte prematura do primogênito causou sobre toda a família. Tess - Uma Lição de Vida (Tess), de Roman Polanski, conta a história de uma moça (Nastassja Kinski) e sua luta contra uma cidade hipócrita. O Destino Mudou Sua Vida (Coal Miner's Daughter), cinebiografia da cantora country Loretta Lynn, consagrou Sissi Spacek como Melhor Atriz; Touro Indomável (Raging Bull), inspirado numa história real, narra a história do boxer Jake La Motta. E finalmente, O Homem Elefante (The Elephant Man), baseado na vida de John Merrick, inglês portador de uma doença que lhe desfigurou o rosto, fechava o grupo de nomeados a Melhor Filme.

Definitivamente, esse não foi um ano fácil. Realiza: Martin Scorsese, Roman Polanski e David Linch disputando o prêmio de Melhor Diretor. Mary Tyler Moore, Ellen Burstyn e Gena Rowlands nomeadas como Melhor Atriz. Parada dura.

Como é costumeiro, aqui no Um Oscar Por Mês, levantaremos algumas questões que nortearão nossos trabalhos durante julho. Primeiro: Touro Indomável é superior a Gente como a Gente? Se sim, porque não levou o prêmio máximo, afinal? O que explica ele sempre ser citado em todas as listas como os “Dez Mais”, enquanto o longa de Redford é pouco lembrado pela maioria das pessoas?

Evidente que outros aspectos da premiação serão lembrados. Mas ainda temos 30 dias, 17 filmes e 22 resenhas pela frente. 1981, lá vamos nós!


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