Os conflitos armados no Vietnã assolaram vinte anos da história desse país. O exército norte-americano, apoiado pelos países capitalistas do Sudeste Asiático, lutava contra uma suposta força inimiga comunista, a milícia norte-vietnamita dos vietcongues e do Khmer Vermelho. Estima-se que pelo menos dois milhões de pessoas tenham morrido. Considera-se que a Guerra do Vietnã tenha sido uma das principais no quesito "anti-humanidade", pois a esses confrontos estava ligada uma arma que já não é mais secreta: o agente laranja teria sido um dos responsáveis pela "vitória" norte-americana contra mais de 1,5 milhão de civis no Camboja, no Laos e no próprio Vietnã, pois essa substância era jogada dos helicópteros e causou doenças irreversíveis e carnificina no coração da Ásia.
Bom dia, Vietnã (1987) é uma paródia muito bem feita da guerra que começou em 1955. Apesar da fama de pouca qualidade, Robin Williams fez bem seu papel de comediante num filme que o fez ser indicado à categoria de Melhor Ator no Oscar. Basicamente, a trama se desenrola numa estação de rádio militar na área desmilitarizada do Vietnã, em 1965, uma época maciça de ataques às montanhas vietnamitas, conhecida como Rolling Thunder. Entretanto, a focalização que se tem da guerra não é trágica; é exatamente o contrário. Adrian Cronauer (Robin Williams) é um DJ do exército enviado ao Vietnã para fazer humor na rádio controlada pelos Estados Unidos. Tudo isso soa bem aos ouvidos dos mandatários até o momento em que Cronauer acaba descumprindo ordens, tudo em nome da irreverência. Ele ganha popularidade em Saigon, capital do Vietnã do Sul, e faz amigos.
Entretanto, um de seus novos amigos, Tuan (Tung Thanh Tran) acaba sendo descoberto pelo exército como vietcongue, o que acarreta problemas graves ao radialista militar. Trinh (Chintara Sukatapana), irmã de Tuan, despertou o interesse de Adrian, mas as diferenças culturais os impediram de engatar um romance.
De maneira geral, Bom dia, Vietnã é uma das melhores sátiras dos terrores da guerra. A mídia é mostrada como poderoso instrumento de massificação e de perda da dignidade do povo que é massacrado. A guerra que não é noticiada passa aos olhos de Adrian, e, no momento em que ele faz esse alerta, a censura o barra.
INDICAÇÕES
- Melhor Ator (Robin Williams)
por Darlan Xavier Nascimento
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Histórias de superação são comuns no cinema. Desde “O Milagre de Anne Sullivan” (1962) até “Preciosa” (2009), vira e mexe, Hollywood nos brinda com filmes do gênero. O representante do filão na premiação de 1988 chama-se Gaby - Uma História Verdadeira (Gaby: A True Story, 1987). Dirigido por Luis Mandok, com roteiro do próprio Mandok, Michael Love e Martín Salinas, o longa nos apresenta a história de Gabriela Brimmer, nascida com paralisia cerebral e que só conseguia mexer o pé esquerdo. Depois de percorrer vários especialistas, seus pais decidem aceitar sua condição e seguir a vida normalmente. O pai, a todo tempo, a lembrava que existem apenas dois tipos de limites: o real e o imposto - o segundo, obra dos nossos medos. Usa como exemplo Beethoven que mesmo após a surdez, tornou-se um dos maiores compositores da História. O filme enfoca ainda o relacionamento de Gaby com Fernando, um rapaz também com necessidades especiais, mas, ao contrário dela, sem apoio da família.
Com um elenco contando com nomes como Liv Ullman e Robert Loggia, “Gaby” foi o responsável pela indicação da atriz argentina Norma Aleandro à categoria de Melhor Atriz Coadjuvante, que desempenhou o papel de Florencia Morales, enfermeira responsável por ensinar Gaby a comunicar-se. À época do lançamento, a crítica aclamou o filme como um trabalho que encarou a questão da necessidade especial não apenas com sentimentalismo, mas sobretudo com contundência.
Vale destacar que o filme, conforme o próprio título sugere, foi baseado na história real de Gabriela Brimmer, escritora e ativista nascida no México, sendo aceita no Departamento de Ciências Sociais, da Universidade Nacional Autônoma do México e fundando, anos mais tarde, uma instituição com seu nome, a despeito de todas suas "limitações". Gaby morreu em 2000, aos 52 anos.
INDICAÇÃO:
- Melhor Atriz Coadjuvante: Norma Aleandro
por Marcelo Antunes
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