sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Oscar 1988: Melhor Roteiro Original, Melhor Diretor e Melhor Filme



Cinco histórias feitas diretamente para os filmes, cinco histórias diferentes. Adeus, meninos, dirigido e escrito pelo francês Louis Malle, é uma espécie de autobiografia, em que dois meninos que estudam num internato criam uma amizade, superando as desavenças que tinham. Essa amizade, entretanto, chega num impasse quando Julien (Gaspard Manesse) descobre que Jean (Raphael Fetjö) é judeu. O mundo estava vivendo a Segunda Guerra Mundial, estimada em 6 milhões de mortes devido ao antissemitismo. Esperança e glória tem um roteiro bastante parecido: ambos se tratam de uma autobiografia cuja focalização é de uma criança. John Boorman, escritor e diretor, falava de suas experiências com a Segunda Guerra Mundial. A era do rádio, escrito e dirigido por Woody Allen, também trata da Segunda Guerra Mundial e do olhar da criança. Dessa vez, a história se passa em Nova Iorque e discorre sobre a importância do rádio em tempos de guerra. 

Nos bastidores da notícia, escrito e dirigido pelo norte-americano James L. Brooks, conta a história do jornalismo por trás dos bastidores, mostra as preocupações e as tensões relacionadas com a busca de informações para telejornais, além de uma história de paixão oriunda do ódio profissional entre Jane (Holly Hunter) e Tom (William Hurt). A vitória da categoria, entretanto, foi para Feitiço da lua, escrito por John Shanley e dirigido por Norman Jewison, que retrata um bairro italiano de Nova Iorque e que mostra Loretta (Cher), a Melhor Atriz de 1987, dividida entre dois amores.

De fato, apenas o último filme é inteiramente criado, já que os três primeiros mostram momentos da vida de seus criadores, e o quarto não passa de uma constatação da vida jornalística. Feitiço da lua carrega traços culturais, o que também foi visto pela Academia, que indicou o filme a seis categorias e três vitórias.

por Darlan Xavier Nascimento

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Melhor Filme /Melhor Diretor



Analisando toda a história do Academy Awards, o ano de 1988 foi bem morno comparado a outros anos. Pelo menos na categoria Melhor Filme isso é fato. Tudo bem, até tínhamos ótimos filmes na disputa... Porém, nada de tão empolgante assim. E, acreditem, isso poderia ter sido completamente diferente.

Os indicados a Melhor Filme foram em 1988 foram: O Último Imperador (grande favorito e vencedor da noite devido suas qualidades técnicas), Atração Fatal, Esperança e Glória, Nos Bastidores da Notícia e Feitiço da Lua.

O Último Imperador é um filme tecnicamente impecável, de um dos maiores diretores do cinema. Atração Fatal um thriller de roer as unhas, com ótimas atuações e roteiro afinadíssimo.  Esperança e Glória traz uma visão peculiar sobre um tema muito abordado no cinema. Feitiço da Lua , um surpresa, simples e gracioso.

Beleza, grandes filmes, cada qual com sua qualidade, e merecedores de algumas de suas indicações. Porém, o negócio aqui é que na mesma premiação temos outros filmes que mereciam um maior destaque e que, consequentemente, poderiam ter dado um ‘UP’ na disputa principal.

 Só para vocês terem uma ideia, Império do Sol, um clássico de Steven Spielberg, recebeu apenas indicações técnicas, sendo que seria muito justo estar entre os grandes destaques da noite. O filme é grandioso. Outro filme que podemos citar é A Era do Rádio, de Woody Allen, que consegue ser superior a maioria dos indicados como Melhor Filme e simplesmente recebeu apenas duas indicações.

Não podemos nos esquecer dos filmes estrangeiros, Minha Vida de Cachorro e ‘Adeus, Meninos’ que são belos e que também poderiam entrar na disputa principal.
É isso, 1988 não foi um ano tão perfeito quando o assunto é categoria principal do Oscar. Meio óbvio que O Último Imperador seria o grande vencedor da noite, afinal, não tinha nenhum outro indicado de peso disputando à estatueta com ele.

Na questão, Melhor Direção, foram indicados ao prêmio: Bernardo Bertolucci, John Boorman, Lasse Hallström por Minha Vida de Cachorro, Norman Jewison e Adrian Lyne. Se vocês repararem, a junção desse grupo de diretores foi uma das grandes novidades da noite, já que nenhum deles é americano.

Diferente da categoria Melhor Filme, a disputa aqui até que foi boa, então não há muito o que ser discutido.  Só faltou mesmo a presença de Spielberg e Woody Allen, mas ai o grande diferencial da cerimonia não seria possível. Além do que, todos os listados acima são merecedores devido ao excelente trabalho com seus respectivos filmes.

No fim da noite não deu outra, Robin Willians entrou no palco e anunciou o grande vencedor entre os diretores indicados, e Bertolucci levou a estatueta pra casa. Não só essa, como todas as nove pelas quais seu filme foi indicado.

por Thiago Paulo

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