terça-feira, 24 de agosto de 2010

Oscar 1962 - Bonequinha de Luxo / Duas Mulheres


Truman Capote é um autor que rendeu ao cinema alguns filmes importantes. Foram baseados nas obras dele, por exemplo, os filme A Sangue Frio e Bonequinha de Luxo e, mais tarde, a própria vida do escritor se tornou uma obra cinematográfica em 2005 (Capote, estrelado por Philip Seymour Hoffman). O seu livro Breakfast at Tiffany's, de 1958, foi adaptado para as telas em 1961 e teve no elenco, como protagonista, Audrey Hepburn, que concebeu uma das personagens mais carismáticas do último século.

Holly Golightly é uma garota que é paga pelos homens para "ir ao toalete". Ela vive confortavelmente num apartamento bem mobiliado, tem contatos com figuras importantes da high society e promove festas intensas para convidas ilustres. Conhece Fred Varjak, um rapaz que é sustentado pela amante e por quem Holly se sente atraída. A partir de então, eles passam por uma série de desencontros e problemas até serem capazes de se assumir apaixonados.

Do projeto inicial até a realização do filme, muitos fatores foram modificados. A começar pela atriz principal, que seria Marilyn Monroe e, depois, Kim Novak. A contratação de Audrey Hepburn resultou também na troca de diretor, já que a atriz - então com o segundo maior caché oferecido a uma mulher - exigiu isso. A obra literária foi bem modificada, sofrendo transformações para se adaptar à Hepburn e também para que pudesse ser vendido facilmente como uma comédia romântica. Assim, alusões à homossexualidade de Varjak e à bissexualidade de Holly foram omitidas. A Academia se encantou pela atuação de Hepburn e a indicou na categoria Melhor Atriz; indicou também Moon River, como melhor canção original, sendo que a música foi escrita especialmente para Audrey, que não tinha preparo de canto à época.

Bonequinha de Luxo é um filme considerado clássico no cinema. A atualidade retoma o ano de 1961 quando Breakfast at Tiffany's é citado, explicita ou implicitamente: em Direito de Amar, filme de 2010, um personagem lê o romance de Capote; em Um Olhar do Paraíso, também de 2010, uma personagem faz questão que a chamem de Holly; em 2006, uma modelo repetiu o trajeto feito por Holly, que caminha pela cidade em direção à loja Tiffany's. Independentemente do gosto de quem o vê, o filme decerto é revelante para o cinema e marcou-se na história.

INDICAÇÕES:
  • Melhor Atriz (Audrey Hepburn)
  • Melhor Canção Original ("Moon River")


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Cesira (Sophia Loren) é viúva e dona de uma loja em Roma. Ela vive sozinha com a filha Rosetta (Eleonora Brown) e está enfrentando as dificuldades da Segunda Guerra Mundial. Quando a sua loja e sua vizinhança são vítimas de bombardeios e tiroteios, Cesira decide abandonar o lugar e voltar para Ciociaria, lugar de origem de sua família. No caminho, Cesira e Rosetta enfrentam as dificuldades de uma guerra, ao mesmo tempo em que tentam deixar acesa a chama da esperança.

Sophia Loren foi a primeira atriz estrangeira (leia-se de língua não-inglesa) que venceu o Oscar de melhor atriz. Loren, por sinal, também conquistou a Palma de Ouro em Cannes e o BAFTA por seu desempenho em Duas Mulheres. Coroação mais do que merecida para uma atuação repleta de sutilezas e, também, de muita vitalidade. Dá gosto ver a transitoriedade da personagem ao longo do filme. Primeiro, uma mãe vivaz e radiante. Depois, uma mulher corajosa e que precisa enfrentar as dificuldades da vida. Logo, um ser humano incrédulo e quase sem esperança com os acontecimentos da guerra.

Por mais que Duas Mulheres tenha méritos (que, inclusive, se expandem até o setor narrativo), a grande força da história está centrada no maravilhoso desempenho de Sophia Loren. A italiana une beleza e talento em uma composição impecável. Ela está sempre no ponto certo – seja na hora de ser sucinta ou nos momentos em que necessita explodir em lágrimas. Loren também é beneficiada pelas boas deixas do roteiro, que enfatizam bastante a força e a coragem das mulheres.

Duas Mulheres, então, pode até ser ambientado em plena Segunda Guerra Mundial, mas está longe de ser uma produção calcada em questões diplomáticas ou políticas. Esses assuntos existem, mas são quase como um pano de fundo. Duas Mulheres é mais um retrato humanizado das conseqüências da guerra e como vidas podem ser alteradas por acontecimentos como esse. É um filme bem conduzido e que, mesmo que não seja grandioso, encontra no acumulo de sutilezas o seu principal atrativo. Teve apenas uma menção no Oscar (a de atriz). Certamente merecia algo a mais.

INDICAÇÕES / PRÊMIOS:
  • Melhor Atriz (Sophia Loren)

Um comentário:

Alan Raspante disse...

"Bonequinha de Luxo" é mesmo um grande clássico no cinema, e porque não um marco ?
Conseguiu criar cenas marcantes e uma personagem inesquecível e simpatica. Audrey Hepburn esteve perfeita!

Duas Mulheres ainda não vi, mais fiquei com muita vontade!

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