quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Oscar 1988 - Wall Street: Poder e Cobiça / A Era do Rádio


Wall Street, do diretor Oliver Stone – e talvez por isso já uma amostra de sua polêmica –, é um filme que nasceu para abrir os olhos da sociedade em relação ao capitalismo monstruoso que, às escuras, assombra boa parte da população, transformando ricos em pessoas mais ricas e os pobres em escravos desse sistema selvagem. Duas figuras representam bem essa dicotomia nessa produção: Bud Fox e Gordon Gekko – este o grande vilão disfarçado e aquele um serviçal submisso à sua própria ambição. A história se desenvolve a partir do encontro de um rapaz ambicioso com um magnata na bolsa de valores, disposto a tudo em função de conseguir mais dinheiro e, assim, aumentar a sua fortuna.

Curiosamente, Wall Street chegou aos olhos dos membros da Academia, que o indicaram a uma única categoria: Best Actor in a Leading Hole. Mais do que isso, o filme tornou-se um marco na história do cinema ao consagrar Michael Douglas – intérprete de Gordon Gekko – como o artista a elencar seu personagem como o vigésimo quarto maior vilão da história do cinema, segundo estudo do American Film Institute. Indubitavelmente, trata-se de um personagem marcante que estimula não apenas Bud Fox, o aprendiz, mas também o espectador, que passa a acreditar, por fim, que a ganância é boa – afinal, é ela que move a economia.

A Academia não apenas considerou a atuação de Michael Douglas a melhor do filme – indicando-o, portanto – como também a achou a melhor dentre os outros atores indicados. O ator, então, sagrou-se o sexagésimo melhor ator e ganhou o seu segundo Oscar (o primeiro havia sido como produtor pelo filme “Um Estranho no Ninho”). Vale ressaltar que vinte e três anos depois, Douglas voltaria a interpretar Gekko na continuação desse filme, de nome “Wall Street: o Dinheiro Nunca Dorme”.

INDICAÇÃO (1 vitória de 1 indicação):
- Melhor Ator - Michael Douglas *

por Luís Adriano de Lima
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Woody Allen, uma das figuras mais polêmicas do meio cinematográfico, recebeu várias indicações ao Oscar, maior parte na categoria Roteiro Original.  Em 1988 seu nome estava lá na lista de indicados da academia, seu então filme atual “A Era do Rádio (Radio Days)” concorreu ao prêmio nas categorias Melhor Direção de Arte e Roteiro Original.

Narrado pelo próprio Allen, o filme, uma das surpresas da lista de indicados diga se passagem, nos mostra o convívio de uma família judia e a influencia do rádio em suas vidas. Além disso, paralelamente, também conhecemos Sally White (vivida por Mia Farrow), uma jovem em busca de fama. A trama se passa em Nova Iorque (como na maioria dos filmes de Allen) durante a Segunda Guerra Mundial.

O mais interessante do filme são as referências a grandes momentos da era do rádio, destacando principalmente a cena onde ouvimos a transmissão de Guerra dos Mundos; feita Orson Welles no dia 30 de Outubro de 1938. Transmissão essa que causou medo à boa parte dos americanos que ouviam o rádio naquela noite.

Quando se fala em rádio logo pensamos em música, e claro, referências a isso não faltam no filme, inclusive a nossa querida Carmen Miranda.  Aliás, é ao som de South American Way que o filme apresente uma de suas cenas mais engraçadas. Veja essa cena. http://www.youtube.com/watch?v=-j-7FdyG_KE&feature=related

A pergunta que fica pós conferir esse filme e os outros indicados ao prêmio em 1988 é a seguinte. A Era do Rádio não merecia mais que apenas duas indicações? Filmes inferiores conseguiram maior destaque na cerimonia daquele ano e, além da fantástica direção de Woody Allen, temos vários outros pontos positivos em A Era do Rádio que poderiam ter sido reconhecidos pela academia sim. Entre eles as atuações de Dianne Wiest e Mia Farrow.

Concluindo, A Era do Rádio é um filme simpático, nostálgico e que merece ser descoberto.

INDICAÇÕES:
- Melhor Roteiro Orginal (Woody Allen)
- Melhor Direção de Arte (Santo Loquasto, Carol Joffe, Leslie Bloom e George De Titta Jr.)

por Thiago Paulo

2 comentários:

Luís disse...

A meu, "A Era do Rádio" é bem mais interessante do que muitos filmes dessa edição e, para mim, é o melhor filme do Woody Allen, inequivocamente. Toda a melodia que embala a história, a delicadeza das atuações de Diane Wiest e Mia Farrow, o roteiro bastante redondo e exemplar - enfim, tudo isso faz desse filme uma obra-prima. Aliás, excelente texto, Thiago.

Quanto a Wall Street, acho que o final moralista dele me incomoda, mas não nego que sejam grandes as interpretações de Michael Douglas e a de Charles Seen.

Agora deixo a minha opinião mais condensada pro final do mês.
=P

Júlio Pereira disse...

O Wall Street é ótimo, depois de Platoon meu favorito do Oliver Stone. Gosto de como o Michael Douglas se transforma: de ídolo para vilão. E a atuação do mesmo é formidável!

Já A Era do Rádio eu não pude assistir ainda, mas pretendo. Afinal, Woody Allen é Woody Allen.

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