Em mais um filme estrelado por John Travolta, o Oscar indicou Segredos do Poder a dois prêmios. Kathy Bates (o que confirma a tendência de Travolta ser engolido por seus coadjuvantes) e o roteiro de Elaine May (do frustrado e até hoje considerado um dos piores filmes do mundo: Ishtar), na categoria de roteiro adaptado.
Segredos é uma versão fictícia da campanha do então candidato Bill Clinton (que obviamente não tem esse nome, para evitar futuros processos) a presidência americana. Estão lá tudo o que fez a fama do Bill real: casos extra-conjugais, carisma e uma crença real naquilo que fazia.
Travolta compõe essa caricatura com competência (maior do que em A Qualquer Preço), mas são os coadjuvantes que roubam a cena. Um filme que pode contar com Bates, Emma Thompson (que vive a Hillary Clinton de mentira) e o quase sempre funcional Billy Bob Thornton tem grandes chances de fugir do limbo e do lugar comum.
Uma pena que a historia, revista hoje, parece mais um dos filmes políticos liberais dos anos 80/90. O frescor da parodia (que incluiu até uma chantagem sobre um dos casos do então candidato a presidente) se perde mais de 10 anos depois dos fatos que o inspirou.
Mesmo assim, o filme tem méritos. É um Mike Nicholls, um diretor que quase sempre vai bem e imprime sua marca na condução das situações do cotidiano com grande felicidade, o roteiro de May é bom sim, mas pode perder força se for revisto hoje, sem o impacto dos acontecimentos.Vale pela sátira e pelos atores em bons mometos. Mas, se tivesse que escolher um filme mais recente que satirize a política americana, prefiro Mera Coincidência.
INDICAÇÃO:
O Avô é um filme espanhol pequeno e bastante complicado de se encontrar. Portanto, se por acaso na sua locadora ele estiver ali escondido saiba que talvez seja a primeira e ultima vez na sua vida que poderá vê-lo.
O filme conta a historia de Don Rodrigo de Arista Potestad, um velho aristocrata falido que volta a Espanha para o enterro de seu filho. Lá ele recebe uma carta dizendo que uma de suas netas (filhas do morto) não é uma filha legitima. Rodrigo parte então para descobrir qual delas é a verdadeira neta.
O Avô é aquele tipo de filme que tem dentro de um nicho seu público. Nunca fará sucesso entre o público em geral, por se apresentar como uma obra lenta, contemplativa que faz uso das interpretações como fio condutor de uma jornada. Porém cabe ao espectador descobrir esse filme.
Sim, a indicação é merecidissima. Sim, o filme é bastante interessante e sim, ele não é melhor do que A Vida é Bela, o justo vencedor da categoria no ano (pelo menos pra mim). Um curiosidade: o diretor Fernando Fernán Gomez envolveu-se numa polêmica em relação aos prêmios Goya (uma espécie de Oscar espanhol). O diretor foi acusado de comprar votos para a vitória de seu filme, o que fez Fernando abandonar a Academia Espanhola.
INDICAÇÃO:
Filhos do Paraíso é um encantador filme Iraniano de 1997. Dirigido por Majid Majidi (A Cor do Paraíso) ele foi um dos indicados na categoria Melhor Filme Estrangeiro na 71ª Cerimônia do Oscar. Quando estreiou no Estados Unidos, o filme virou um sucesso de crítica e público, arrecadando um total de 930.000 dólares. Após sua nomeação ao Oscar, ficou conhecido no mundo todo.
O roteiro conta a história de amizade e confiança entre os irmãos Ali (Amir Farrokh Hashemian) e Zahra (Bahare Seddiqi), duas crianças provenientes de uma familía pobre e muito humilde, que luta pela sua sobrevivencia. Um dia ele perde o único par de sapatos da irmã e, tentando evitar a bronca dos pais, passa a dividir seu próprio par de sapatos com ela, com ambos revezando-o para poderem ir a escola. Durante esse sacrifício, surge uma oportunidade de Ali participar de uma corrida, cujo terceiro lugar ganha um tênis como prêmio.
Filhos do Paraíso é um filme simples, mas ao mesmo tem grandioso, pois emociona e traz uma enorme e importante lição. O destaque fica para o jovem ator Amir Farrokh Hashemian, que consegue comover qualquer um com sua interpretação. Assim como muitos filmes estrangeiros, este também precisa ser descoberto.
INDICAÇÃO:
Segredos é uma versão fictícia da campanha do então candidato Bill Clinton (que obviamente não tem esse nome, para evitar futuros processos) a presidência americana. Estão lá tudo o que fez a fama do Bill real: casos extra-conjugais, carisma e uma crença real naquilo que fazia.
Travolta compõe essa caricatura com competência (maior do que em A Qualquer Preço), mas são os coadjuvantes que roubam a cena. Um filme que pode contar com Bates, Emma Thompson (que vive a Hillary Clinton de mentira) e o quase sempre funcional Billy Bob Thornton tem grandes chances de fugir do limbo e do lugar comum.
Uma pena que a historia, revista hoje, parece mais um dos filmes políticos liberais dos anos 80/90. O frescor da parodia (que incluiu até uma chantagem sobre um dos casos do então candidato a presidente) se perde mais de 10 anos depois dos fatos que o inspirou.
Mesmo assim, o filme tem méritos. É um Mike Nicholls, um diretor que quase sempre vai bem e imprime sua marca na condução das situações do cotidiano com grande felicidade, o roteiro de May é bom sim, mas pode perder força se for revisto hoje, sem o impacto dos acontecimentos.Vale pela sátira e pelos atores em bons mometos. Mas, se tivesse que escolher um filme mais recente que satirize a política americana, prefiro Mera Coincidência.
INDICAÇÃO:
- Melhor Atriz Coadjuvante - Kathy Bates
- Melhor Roteiro Adaptado - Elaine May
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O Avô é um filme espanhol pequeno e bastante complicado de se encontrar. Portanto, se por acaso na sua locadora ele estiver ali escondido saiba que talvez seja a primeira e ultima vez na sua vida que poderá vê-lo.
O filme conta a historia de Don Rodrigo de Arista Potestad, um velho aristocrata falido que volta a Espanha para o enterro de seu filho. Lá ele recebe uma carta dizendo que uma de suas netas (filhas do morto) não é uma filha legitima. Rodrigo parte então para descobrir qual delas é a verdadeira neta.
O Avô é aquele tipo de filme que tem dentro de um nicho seu público. Nunca fará sucesso entre o público em geral, por se apresentar como uma obra lenta, contemplativa que faz uso das interpretações como fio condutor de uma jornada. Porém cabe ao espectador descobrir esse filme.
Sim, a indicação é merecidissima. Sim, o filme é bastante interessante e sim, ele não é melhor do que A Vida é Bela, o justo vencedor da categoria no ano (pelo menos pra mim). Um curiosidade: o diretor Fernando Fernán Gomez envolveu-se numa polêmica em relação aos prêmios Goya (uma espécie de Oscar espanhol). O diretor foi acusado de comprar votos para a vitória de seu filme, o que fez Fernando abandonar a Academia Espanhola.
INDICAÇÃO:
- Melhor Filme de Língua Estrangeira
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Filhos do Paraíso é um encantador filme Iraniano de 1997. Dirigido por Majid Majidi (A Cor do Paraíso) ele foi um dos indicados na categoria Melhor Filme Estrangeiro na 71ª Cerimônia do Oscar. Quando estreiou no Estados Unidos, o filme virou um sucesso de crítica e público, arrecadando um total de 930.000 dólares. Após sua nomeação ao Oscar, ficou conhecido no mundo todo.
O roteiro conta a história de amizade e confiança entre os irmãos Ali (Amir Farrokh Hashemian) e Zahra (Bahare Seddiqi), duas crianças provenientes de uma familía pobre e muito humilde, que luta pela sua sobrevivencia. Um dia ele perde o único par de sapatos da irmã e, tentando evitar a bronca dos pais, passa a dividir seu próprio par de sapatos com ela, com ambos revezando-o para poderem ir a escola. Durante esse sacrifício, surge uma oportunidade de Ali participar de uma corrida, cujo terceiro lugar ganha um tênis como prêmio.
Filhos do Paraíso é um filme simples, mas ao mesmo tem grandioso, pois emociona e traz uma enorme e importante lição. O destaque fica para o jovem ator Amir Farrokh Hashemian, que consegue comover qualquer um com sua interpretação. Assim como muitos filmes estrangeiros, este também precisa ser descoberto.
INDICAÇÃO:
- Melhor Filme de Língua Estrangeira.
Por: Alexandre Landucci e Thiago Paulo
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