sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Oscar 1999 - Curiosidades


21 de março de 1999. A entrega dos Academy Awards era realizada, pela primeira vez, num domingo, sob o comando da atriz Whoopi Goldberg. Esta também foi a cerimônia mais longa até então, durando 4 horas e 2 minutos. Este foi um ano curioso, levando em consideração que os cinco indicados ao prêmio de Melhor Filme dividiam-se em dois temas: a Inglaterra Elizabetana e a Segunda Grande Guerra.

Shakespeare Apaixonado, o grande campeão da noite, abocanhou sete estatuetas, num total de treze indicações, quase se igualando aos recordistas Titanic e A Malvada (14 indicações cada um). É considerado por muitos como a primeira comédia romântica a levar o prêmio de melhor filme desde Noivo Nervoso, Noiva Neurótica, de WoodyAllen (1977).

A “Vida É Bela”, de Roberto Begnini, ganha o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro, além de mais duas estatuetas - Melhor Trilha Sonora/Drama e Melhor Ator. Begnini desbancou nomes como Tom Hanks, vencedor de dois Oscars, Edward Norton, que já havia sido indicado duas vezes, Nick Nolte, com uma indicação, e Ian McKellen; além de ser o primeiro italiano a ganhar um Oscar de Melhor Ator. Outro dado curioso é que, desde Laurence Olivier, em Hamlet (1948), nenhum ator havia recebido o prêmio sob sua própria direção.

Gwyneth Paltrow, a Viola de Shakespeare In Love, foi a vencedora na categoria Melhor Atriz. O páreo era duro: Meryl Streep, recordista de indicações, Emily Watson, duas vezes indicada, Cate Blanchet e Fernanda Montenegro. Fernanda, a protagonista de Central do Brasil, representante brasileiro na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, ganhou a chance de concorrer ao prêmio, disputando com nomes como Susan Sarandon (Lado a Lado) e Jane Horrocks (Little Voices). A curiosidade fica por conta de que, tanto Blanchett quanto Judi Dench foram indicadas nas categorias melhor atriz/ atriz coadjuvante interpretando a mesma personagem, a Rainha Elizabeth – em filmes diferentes. O mesmo já havia ocorrido com Kate Winslet e Gloria Stuart – em Titanic – e mais tarde, em 2001, quando as mesmas Dench e Winslet receberam nomeações com a mesma personagem, em Íris.

Os grandes momentos da festa, no entanto, ficaram por conta da homenagem ao cineasta Elia Kazan, diretor de clássicos como Uma Rua Chamada Pecado e Sindicato de Ladrões, e da atriz Sophia Loren, apresentadora do prêmio de Melhor Filme Estrangeiro.

Kazan, ganhador de dois Oscars de melhor Direção, foi membro do Partido Comunista Americano. Reza a lenda que, após retirar-se do partido, delatou colegas ao Comitê de Investigações de Atividades Anti-Americanas, apoiando o Marcatismo. Orson Welles, na época,afirmou que “Kazan trocou a alma por uma piscina”. Durante a entrega do Oscar honorário, nomes como Nick Nolte, Ed Harris, IanMcKellen e Hellen Hunter deixaram de aplaudí-lo, enquanto outros como Sean Penn – cujo pai, Leo Penn, foi vítima do Marcatismo -, Rod Steiger e Richard Dreyfuss manifestaram-se publicamente em relação à homenagem.

Já Sophia Loren envolveu-se numa saia justa quando deu uma das maiores “bandeiras” da história da Academia, deixando escapar que o filme italiano havia sido premiado, antes de abrir o envelope. Prova de que segredo nem sempre é a alma do negócio.

Por: Marcelo Antunes

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