Cabelos claros e lisos arrumados em tranças, vestido
florido, jeito feminino e inocente. Essa é Rhoda Penmark (Patty
McCormack), filha de Christine (Nancy Kelly) e Kenneth (William Hopper). Por trás desse tímido estereótipo,
esconde-se uma das grandes tragédias à humanidade, esconde-se um crime
trapaceiro. “A Tara Maldita” (1956)
discute a moral e a infância em uma família abastada. É possível que a mãe
Christine mantenha o padrão familiar, segurando a barra de ser a única a saber
das atitudes da filha? A cena da revelação é bastante pesada, já que fica mais
claro o deplorável caráter de uma menina vivida por uma atriz de apenas onze
anos.
Entretanto, não se trata apenas de um mero caso de
psicopatia. É uma abordagem bastante específica do comportamento humano: a
menina, em busca de mais atenção, rompe o limiar do aceitável. A princípio, o
crime mais bárbaro foi por causa de uma medalha. O roteiro de John Lee Mahin e
Maxwell Anderson questiona: os crimes são atos da índole (aquela que já nasce
conosco) ou seguem o pensamento de Rousseau, em que a sociedade corrompe o
homem?
Apesar da brutalidade exposta, Rhoda consegue reaver o
afeto e a bênção da mãe. A cada cena, nos deparamos com uma intransponível
intriga. Ao final, o grande colapso: a mãe doente e a filha num ambiente hostil
e fúnebre que é punida, no local da grande ferida de sua vida.
O filme concorreu a quatro estatuetas no Oscar, mas não
ganhou nenhuma. Das quatro, três foram indicações de atuação para mulheres.
Eileen Hackert ganhou o Globo de Ouro de 1957 como Melhor Atriz Coadjuvante,
pelo papel de Hortense Daigle.
INDICAÇÕES:
1. Melhor Atriz: Nancy Kelly
2. Melhor Atriz Coadjuvante: Eileen Heckart
3. Melhor Atriz Coadjuvante: Patty McCormack
4. Melhor Fotografia: Harold Hosson
por Darlan Nasimento
2 comentários:
Para mim, o filme não se trata mesmo de um filme de terror, mas sim de um drama com abordagem psicológica na situação desastrosa na qual a mãe se encontra. Aliás, belíssima interpretação de Nancy Kelly, Patty McCormack e Eileen Eckhart, estão belíssimas!
Eu sempre me choco muito com filmes que mostram crianças em puro estado de vilania. Não consigo achar isso natural. Fiquei curiosa em relação ao filme justamente por causa desse detalhe. Não conhecia “A Tara Maldita” e já anotei a dica aqui para conferir quando tiver oportunidade.
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