As estórias de detetives sempre nos fascinaram: os
escritores sir Arthur Conan Doyle, com os famosos Sherlock Holmes e seu
fiel amigo Watson, e Agatha Christie, que compôs Jane Marple e Hércule Poirot,
são representações do nosso gosto pelo texto - seja ele literário ou
cinematográfico - investigativo. E o filme “Chaga de Fogo”, baseado numa peça
homônima de teatro de Sidney Kingsley, nos traz um roteiro que aborda a vida de
detetives também - a diferença é que se foca no lado mais prático e rotineiro do
que no aspecto lúdico e misterioso da vida desses profissionais.
Assim conhecemos a 21ª Delegacia de Polícia, local no qual
eles prendem e investigam desde furtos simples até crimes hediondos, como é o
caso do Dr. Schneider, médico obstreta cuja carreira é marcada por inúmeras
mortes além de ter uma granja na qual atende clandestinamente pacientes,
normalmente levando-as à morte. E esse é talvez o maior problema a ser
resolvido nesse enredo, que envolve o detetive McLeod (Kirk Douglas) e o
Tenente Monagham (Horace McMahon), bem como inúmeros outros personagens
essenciais ao cotidiano da delegacia além de Mary (Eleanor Parker), esposa do
detetive McLeod, que traz consigo um segredo capaz de perturbar o rumo das
investigações.
Todo o filme acontece praticamente num único ambiente - a
delegacia de polícia - e toda a história acontece num único dia. E pode-se
dizer que William Wyler conseguiu apresentar isso eficientemente, não nos
deixando duvidar a qualquer momento que a narrativa acontece quase em tempo
real. Vale comentar a participação de Lee Grant, que fez o seu film debut
com esse título e admiravelmente já conquistou uma indicação ao Oscar. A
Academia avaliou o filme e assumiu-o bom o suficiente para concorrer em quatro
categorias, mas acabou por não premiá-lo em nenhuma delas.
INDICAÇÕES:
1. Melhor Diretor: William Wyler2. Melhor Atriz: Eleanor Parker
3. Melhor Atriz Coadjuvante: Lee Grant
4. Melhor Roteiro Adaptado: Philip Yordan e Robert Wyler
por Luís Adriano
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The Blue Veil
ou “Ainda Há Sol Em Minha Vida”,
definitivamente, é um filme raro, embora tenha em seu cast um nome do
peso como Charles Laughton. Conta a história de Louise “Loulou” Mason que, após
enviuvar e perder o único filho, decide trabalhar como babá na casa de
Frederick Begley, também viúvo, que se encanta por ela e a pede em casamento.
Ela se esquiva e ele se une à sua secretária, enquanto Loulou procura
outro emprego. Louise conhece novas famílias, até chegar ao lar dos Williams.
O chefe da família é ferido na guerra e a esposa vai ao seu encontro,
deixando o filho sob a custódia da babá.
Alguns anos se passam, os contatos cessam e o dinheiro que
era enviado para o sustento da criança também para. Louise assume então,
completamente, a criação de Tony. É quando a mãe surge reclamando a
guarda do filho e Loulou foge com ele para a Flórida, sendo acusada de
seqüestro.
O filme teve duas indicações para melhor atriz - na categoria
principal e secundária -, mas, curiosamente, perdeu exatamente para atrizes de
um mesmo filme – A Streetcar Named Desire
(no caso, Vivien Leigh e Kim Hunter).
INDICAÇÕES:
1. Melhor Atriz: Jane Wyman
2. Melhor Atriz Coadjuvante: Joan Blondell
por Marcelo Antunes
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“Só Resta a Lembrança” é um dos indicados ao Oscar desse
ano que estamos avaliando. Bright Victory,
título original do filme, foi indicado em duas categorias: Melhor Ator (para
Arthur Kenendy) e Melhor Som.
Adaptado por Robert Buckner do romance Lights Out (1945), de Baynard Kendrick,
o filme se passa durante a 2ª Guerra Mundial e conta a trajetória de um soldado
que acaba cego durante um combate no Norte da África.
Dirigido por Mark Robson e estrelado por Arthur Kennedy,
Peggy Dow, Julia Adams, James Edwards, Will Geer, Nana Bryant, Jim Backus, e
Rock Hudson (sim, Hudson, em dos seus primeiros filmes), “Só Resta a Lembrança”
é um filme pouco conhecido e difícil de ser encontrado.
INDICAÇÕES:1. Melhor Ator: Arthur Kenendy
2. Melhor Edição de Som: Leslie I. Carey
por Thiago Paulo
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