sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Oscar 1952 - Chaga de Fogo / Ainda Há Sol em Minha Vida / Só Resta a Lembrança


As estórias de detetives sempre nos fascinaram: os escritores sir Arthur Conan Doyle, com os famosos Sherlock Holmes e seu fiel amigo Watson, e Agatha Christie, que compôs Jane Marple e Hércule Poirot, são representações do nosso gosto pelo texto - seja ele literário ou cinematográfico - investigativo. E o filme “Chaga de Fogo”, baseado numa peça homônima de teatro de Sidney Kingsley, nos traz um roteiro que aborda a vida de detetives também - a diferença é que se foca no lado mais prático e rotineiro do que no aspecto lúdico e misterioso da vida desses profissionais.

Assim conhecemos a 21ª Delegacia de Polícia, local no qual eles prendem e investigam desde furtos simples até crimes hediondos, como é o caso do Dr. Schneider, médico obstreta cuja carreira é marcada por inúmeras mortes além de ter uma granja na qual atende clandestinamente pacientes, normalmente levando-as à morte. E esse é talvez o maior problema a ser resolvido nesse enredo, que envolve o detetive McLeod (Kirk Douglas) e o Tenente Monagham (Horace McMahon), bem como inúmeros outros personagens essenciais ao cotidiano da delegacia além de Mary (Eleanor Parker), esposa do detetive McLeod, que traz consigo um segredo capaz de perturbar o rumo das investigações.

Todo o filme acontece praticamente num único ambiente - a delegacia de polícia - e toda a história acontece num único dia. E pode-se dizer que William Wyler conseguiu apresentar isso eficientemente, não nos deixando duvidar a qualquer momento que a narrativa acontece quase em tempo real. Vale comentar a participação de Lee Grant, que fez o seu film debut com esse título e admiravelmente já conquistou uma indicação ao Oscar. A Academia avaliou o filme e assumiu-o bom o suficiente para concorrer em quatro categorias, mas acabou por não premiá-lo em nenhuma delas.

INDICAÇÕES:
1. Melhor Diretor: William Wyler
2. Melhor Atriz: Eleanor Parker
3. Melhor Atriz Coadjuvante: Lee Grant
4. Melhor Roteiro Adaptado: Philip Yordan e Robert Wyler

por Luís Adriano

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The Blue Veil ou “Ainda Há Sol Em Minha Vida”, definitivamente, é um filme raro, embora tenha em seu cast um nome do peso como Charles Laughton. Conta a história de Louise “Loulou” Mason que, após enviuvar e perder o único filho, decide trabalhar como babá na casa de Frederick Begley, também viúvo, que se encanta por ela e a pede em casamento.  Ela se esquiva e ele se une à sua secretária, enquanto Loulou procura outro emprego.  Louise conhece novas famílias, até chegar ao lar dos Williams.  O chefe da família é ferido na guerra e a esposa vai ao seu encontro, deixando o filho sob a custódia da babá.  

Alguns anos se passam, os contatos cessam e o dinheiro que era enviado para o sustento da criança também para.  Louise assume então, completamente, a criação de Tony.  É quando a mãe surge reclamando a guarda do filho e Loulou foge com ele para a Flórida, sendo acusada de seqüestro.

O filme teve duas indicações para melhor atriz - na categoria principal e secundária -, mas, curiosamente, perdeu exatamente para atrizes de um mesmo filme – A Streetcar Named Desire (no caso, Vivien Leigh e Kim Hunter).

INDICAÇÕES:
1. Melhor Atriz: Jane Wyman
2. Melhor Atriz Coadjuvante: Joan Blondell

por Marcelo Antunes

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“Só Resta a Lembrança” é um dos indicados ao Oscar desse ano que estamos avaliando. Bright Victory, título original do filme, foi indicado em duas categorias: Melhor Ator (para Arthur Kenendy) e Melhor Som.

Adaptado por Robert Buckner do romance Lights Out (1945), de Baynard Kendrick, o filme se passa durante a 2ª Guerra Mundial e conta a trajetória de um soldado que acaba cego durante um combate no Norte da África.

Dirigido por Mark Robson e estrelado por Arthur Kennedy, Peggy Dow, Julia Adams, James Edwards, Will Geer, Nana Bryant, Jim Backus, e Rock Hudson (sim, Hudson, em dos seus primeiros filmes), “Só Resta a Lembrança” é um filme pouco conhecido e difícil de ser encontrado.

INDICAÇÕES:1. Melhor Ator: Arthur Kenendy
2. Melhor Edição de Som: Leslie I. Carey



por Thiago Paulo

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