domingo, 26 de fevereiro de 2012

Oscar 1952 - Opiniões (parte 2)



Katharine Hepburn e Humprey Bogart em Uma Aventura na África

De todos os meses que analisei uma edição do Oscar aqui no UOPM posso dizer que esse mês, analisando a edição de 1952, foi um dos melhores se não o melhor. Fui surpreendido de forma positiva, isso porque todos os filmes que tive a oportunidade de assistir me agradaram de alguma forma. Dos que eu assisti, não consigo apontar um e dizer que é dispensável.

Nas categorias principais de atuação, não posso afirmar que tenha ficado satisfeito com o Bogart levando o prêmio por sua atuação canastrona em Uma Aventura na África. O Montgomery Clift e o Marlon Brandon mandaram muito bem em suas atuações em Um Lugar ao Sol e em Uma Rua Chamada Pecado, respectivamente.

Quanto à melhor atriz, a Katharine Hepburn vejo na mesma situação do Bogart, interpretação meio canastrona pra levar o prêmio. Shelley Winters teve uma participação em Uma Rua Chamada Pecado tão menor que as outras que também não teve chance. Sobrou mesmo pra Vivian Leigh e sua bem vívida interpretação em Uma Rua Chamada Pecado, mas confesso que me assustei a principio com toda a intensidade da interpretação.

Quanto à categoria de melhor filme, me dedico a falar apenas do filme que pra mim foi O FILME da edição, o que ganhou passagem direta pra minha lista de favoritos, que eu não tenho um “A” a acrescentar nem a tirar, me refiro a Um Lugar ao Sol. Que direção! Que atuações! Que filme!Agora aguardo ansiosamente o próximo mês que é um dos temas que estou mais estou curioso para analisar.

por Levi Ventura

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Gene Kellly em Sinfonia de Paris

Certa vez Bertolucci disse que “o cinema é uma maravilhosa máquina do tempo” e para os grandes fãs, e particularmente nós do UOPM, pegar carona nessa viagem é certeza de grandes emoções e gratas surpresas. A edição de 1952 trouxe grandes acontecimentos que marcaram a história da academia como: as primeiras indicações de Marlon Brando e Peter Ustinov, o primeiro e único Oscar da carreira de Humphrey Bogart, o Oscar honorário para Gene Kelly,o inconteste prêmio concedido a Vivien Leigh, grandes diretores em ação e filmes belíssimos, que a pesar do tempo, podem encantar qualquer espectador do século 21.

É notório que as atuações e as performances dos atores foram um caso a parte e devido à qualidade e intensidade dos personagens representados merecem uma atenção especial. O grande vencedor nesse quesito foi “ Uma Rua chamada Pecado” que conseguiu 3 estatuetas (melhor ator coadjuvante- Karl Malden, melhor atriz- Vivien Leigh e melhor atriz coadjuvante- Kim Hunter), fato muito difícil de ocorrer ao longo da historia da academia. Todo esse reconhecimento se deve ao belo trabalho realizado por Elia Kazan, que deu um tratamento especial para o desenvolvimento dos personagens e, segundo o próprio Brando, “Kazan é um diretor intérprete que ajuda os atores a trabalhar a parte emocional”. Mas o fato de Marlon Brando ter perdido o Oscar de melhor ator para Humphrey Bogart (que já deveria ter vencido em Casablanca) desencadeou uma das polêmicas dessa edição. Particularmente, acredito que a melhor atuação foi a de Marlon Brando, seguida da grandiosa personificação de George Eastman, feita por Montgomery Clift de forma magistral. Em relação ao ator coadjuvante, o meu favorito foi o Peter Ustinov pela sua “louca” interpretação do imperador Nero, reconheço o merecimento de Karl Malden.

A direção também foi outro ponto de destaque nessa edição do Oscar. Nomes como Elia Kazan, William Wyler, John Huston, Vincente Minnelli e George Stevens concorriam à estatueta. Os trabalhos que mais me chamaram a atenção foram o de Elia Kazan e seu domínio com o corpo de atores e o de Willian Wyler que, com um capricho minucioso, utilizou praticamente uma única locação para mostrar o dia a dia da 21ª delegacia, utilizando “ sua câmera” harmonicamente ligada as ações dos atores, trazendo um brilho maior para a narrativa de “ Chaga de Fogo”. A Academia fez muito bem em premiar Stevens e apesar de ter gostado muito do trabalho de Wyler, acredito que no Oscar de melhor diretor não tivemos injustiça.

Para finalizar, o prêmio de melhor filme foi dado ao musical de Minneli “Sinfonia de Paris” que teve seus méritos, mas nem chega perto da qualidade de seus concorrentes “ Uma rua chamada Pecado” e “ Um lugar ao Sol”. Tentando entender a Academia, acredito que esse prêmio foi mais uma homenagem ao belíssimo trabalho de Gene Kelly, que também recebeu o Oscar honorário nesta mesma edição, por seus grandes trabalhos ao longo de sua carreira e também pelo gênero musical, que não é bem aceito pela maioria dos espectadores. Polêmicas a parte, gostaria de exaltar a qualidade dessa edição, os filmes indicados e a Sétima Arte, que sempre nos trazem belas surpresas.

por Rafael de Castro

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