sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Oscar 1952 - Sinfonia de Paris


         Jerry Mullygan (Gene Kelly) é o típico boa-praça: ex-combatente da Segunda Guerra, vive em Paris, onde estuda arte.  Querido pelas crianças, vive nas ruas tentando vender seus trabalhos, sempre acompanhado do amigo Adam Cook (Oscar Levant), um pianista que não deu muito certo.  Completa o trio Henri Baurel (Georges Guétary), um popular cantor que costuma acompanhar Cook ao piano, cantando num bistrô.  Um belo dia, Jerry conhece Milo Roberts (Nina Foch), um mulherão de parar o trânsito e, para variar, podre de rica.  Herdeira de um magnata do petróleo, Milo demonstra, inicialmente, interesse na obra de Mullygan; no entanto, suas reais intenções são outras.  Isso fica bem claro quando o convida para uma festa - onde ele é o único convidado.

          Durante um jantar entre os dois, o pintor conhece a bela Lisa Bouvier (Leslie Caron), por quem se sente, imediatamente, atraído.  Ele flerta com a moça que se esquiva.  Isso até começar a “cantoria” - afinal, o filme é um musical - e eles dançarem e rodopiarem pelo salão, começando ali, uma linda história de amor. Mas como toda história de amor que se preze há um impedimento entre os dois: Lisa é, nada mais, nada menos que noiva de Henri.  Até aí morreu Neves, afinal, casamento se desmancha na porta da igreja.  O grande problema é que Lisa tem uma dívida antiga com o namorado: ele foi o responsável por salvar sua família durante a Resistência Francesa.

         A partir daí, o filme entra numa onda de sonho e fantasia, onde Jerry “idealiza” sua história com Lisa.  Tudo embalado por belas canções.  Atenção para os cenários inspirados em sete grandes artistas: Toulouse-Lautrec, Dufy, Rosseau, Van Gogh, Utrillo, Manet e Renoir.

         Com roteiro de Alan Lemer e direção de Vicente Minelli, An American in Paris é um dos grandes musicais de todos os tempos, cujo ponto alto é o número estrelado por Gene e Leslie que dura exatos 16 minutos, batizado de “The American In Paris“.

CURIOSIDADES:
- Ocupa a nona colocação na lista da AFI dos 25 Maiores Musicais de Todos os Tempos (2006);

- O papel de Lisa ficaria com Cid Charisse que declinou do convite por estar grávida, fato que descobriu durante a pré-produção do longa. Gene havia assistido uma moça, durante as férias, num balé, em Paris. É aí que entra Leslie Caron que debutou, então, no cinema;

- Muitas sequências foram dirigidas por Gene, pois Minelli se divorciava de Judy Garland. Embora o nome de Kelly não esteja creditado como diretor, é pública a sua contribuição na condução do filme;

- A antológica sequência de 16 minutos, embalada por American in Paris Suite, de Gershwin, custou a bagatela de meio milhão de dólares;

- O filme não teve cena alguma gravada na capital francesa.  A MGM reproduziu, em estúdio, diversos pontos da cidade-luz;

- Gene era quase um quarentão enquanto Leslie tinha metade da sua idade.  No entanto, demonstra, em todos os números, fôlego de garoto.

PERFIL: VINCENTE MINELLI
Nascido aos 28 de fevereiro de 1903 como Lesther Anthony Minelli, Vicente Minelli é considerado, por muitos, como um dos pais do musical moderno.  De família de artistas, desde cedo teve contato com o gênero, iniciando a carreira como ator mambembe e, mais tarde, cenógrafo e figurinista.
Estreou na direção na Broadway e, alguns anos depois, no cinema, onde, contrato pela Metro, dirigiu 29 filmes durante os anos 40 e 60.

Conheceu Judy Garland durante as filmagens de "Agora Seremos Felizes" e casaram-se em 45. Da união nasceu Lisa Minelli que, como os pais, seguiu na carreira artística.

Entre os seus filmes mais famosos encontram-se "Gigi", "O Pirata", "O Pai da Noiva", "Assim Estava Escrito", etc... Foi indicado ao prêmio de melhor realizador em duas ocasiões: a primeira em 52 e a outra em 59.  Levou nesta última, por “Gigi”.

Morreu em 1986, aos 83 anos, durante o sono. Ele e Judy estavam divorciados desde 1951.

INDICAÇÕES:
1. Melhor Filme (venceu)
2. Melhor Direção
3. Melhor Edição
4. Melhor Fotografia (venceu)
5. Melhor Roteiro Original (venceu)
6. Melhor Direção de Arte (venceu)
7. Melhor Figurino (venceu)
8. Melhor Trilha Sonora (venceu)

por Marcelo Antunes

Um comentário:

Luís disse...

A meu ver, ainda que seja interessante, está bem longe de ser uma obra grandisoa e melhor do que os seus concorrentes "Um Lugar ao Sol" e "Uma Rua Chamada Paris". Mas admito que o número musical final é bastante interessante, apesar de exautivamente longo.

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